Parada obrigatória

#PlenaeApresenta Solange Fleck e os métodos como base da vida

Solange Fleck, que sempre trabalhou com vendas, conta sobre seus principais aprendizados

15 de Outubro de 2020


Certa vez, o músico pernambucano Di Melo cantou os seguintes versos: “A vida em seus métodos diz calma / Vai com calma, você vai chegar / Se existe desespero é contra a calma / E sem ter calma nada você vai encontrar”.

Mais de 3 mil quilômetros separam o artista de Solange Fleck Schmitt, a última convidada do Outubro Longevo do Plenae. Mas a mensagem que ambos querem passar ao mundo é a mesma. Aos 71 anos, ela que sempre trabalhou com vendas, acredita que seus principais aprendizados até agora foram aceitação e adaptação - e para conquistar ambos, é preciso paciência, o aprendizado mais valioso.

“Longevidade para mim é viver bem consigo mesmo em primeiro lugar. E se adaptar às condições que se apresentam, tentar se ajustar ao que aparece dentro da trajetória da vida com serenidade, o que é mais importante” diz. Curiosa por essência, para a gaúcha o principal presente em ter chegado mais longe é ter tempo, sobretudo para explorar o mundo e desfrutá-lo.

“Poder ver meus netos e viajar para conhecer novos horizontes é a melhor coisa pra mim viajar. Eu sou por natureza uma pessoa curiosa, e sempre viajei, mas tinha muito compromisso de trabalho e pouco tempo disponível. Hoje não, posso fazer mais, tenho mais liberdade” relata.

Pode ser que essa gana de pertencer ao mundo esteja mesmo em seu sangue, que é composto por nacionalidades estrangeiras. Afinal, Solange nasceu e cresceu na cidade de Taquara, no interior do estado do Rio Grande do Sul, a cerca de 50km da capital, Porto Alegre. Hoje, ela mora há mais de 40 anos em São Leopoldo, a 30km da capital. O que elas têm em comum?

“Aqui a predominância é de alemães e italianos, eu sou mais de origem alemã e isso faz com que a gente seja muito metódico, e eu acredito que é preciso método pra viver, de ter foco e persistência para se chegar mais no final. E além disso, venho de uma família de longevos, minha mãe faleceu com 93 anos e minha tia fez 100 anos recentemente” conta com orgulho.

Sejam as questões genéticas ou individuais, o fato é que, depois do Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul figura como segundo estado com a maior população de idosos do Brasil, representando uma parcela de 12,95%. Se levar em conta a quantidade de longevos por região, o Sul pula para o primeiro lugar , com 16% de sua população composta por pessoas acima de 60 anos.

Solange ainda tem mais pontos a favor de sua longevidade: o extremo contato com a natureza e o gosto por atividades físicas que, como já sabemos, faz parte de um dos pilares Plenae, o pilar corpo . “Eu pratico pilates, caminhadas diárias e exercícios aeróbicos. Não tenho dúvidas que eles são muito importantes para minha qualidade de vida. Comecei há alguns anos e notei uma grande melhora, e isso qualquer médico indica, não sou eu que estou dizendo” diverte-se.

A forma como conduziu sua vida, talvez por ser tão certa de si mesmo e de suas vontades, deu a ela um dos maiores presentes que um ser humano pode ter: um saldo negativo de arrependimentos. “Eu viveria igual, não mudaria nada. Dizer algo para o meu eu de 30 anos atrás é dizer algo para o meu eu de 40 anos de idade, que para mim foram um marco. Nessa época dei uma guinada na vida no sentido de dar mais atenção à minha pessoa do que aos outros. Então eu diria para ela que ela está no caminho certo, que ela tinha mesmo que se emancipar” diz.

Ainda que tenha se “emancipado”, como conta, Solange acredita que o peso das relações familiares e sociais são imprescindíveis para se viver. “As relações de amizades que perduram por mais de 40 anos que tenho são as responsáveis por muito do que sou, porque a gente cresce junto, aprende cada dia um pouco, só se vive assim. Da mesma forma que as relações familiares são o peso maior, sem a família não se é ninguém. Elas são o que levam a vida pra frente”.

Em um parecer final, prático e cirúrgico como parte de seu modo de ser, revela que não se pode prever o futuro da sociedade, pois as mudanças estão acontecendo diante de nossos olhos cada vez mais rápidas, portanto é necessário focar no hoje. Mas aos jovens, não deixa de derramar algumas dicas finais. “Levem a vida mais leve, mais junto à natureza, e usem a tecnologia com parcimônia. Ela é parte fundamental da nossa realidade, mas está excessiva e matando um pouco os sonhos das pessoas” conclui.

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Entrevista com

Keith Witt

Psicólogo

"Relacionamento amoroso é desafiador, mas maravilhoso", diz Keith Witt

10 de Julho de 2019



Em mais de 40 anos de prática clínica, o psicólogo americano Keith Witt calcula já ter realizado pelo menos 55 mil sessões de terapia.  Especialista em atendimentos para casais, Witt é um defensor da monogamia. "Relacionamentos casuais não levam a lugar nenhum", afirma. A seguir, ele diz como cultivar um casamento longevo, saudável e feliz.

O desejo sexual tende a diminuir ou desaparecer em uma relação amorosa de longo prazo. O que fazer diante disso? A relação amorosa é um pilar importante da nossa vida. Os humanos se relacionam por estágios. Um estágio é a atração. Outro é a paixão romântica, um estado fisiológico no qual as pessoas ficam intoxicadas, até mesmo viciadas no ser adorado. Por fatores hormonais, os apaixonados querem transar muito, se conhecer, contar quem são, passar tempo juntos. Eles ficam famintos por contato e toque. Esse estado pode durar de seis meses a dois anos. Conforme a intimidade aumenta, os indivíduos se conectam como a suas famílias de origem. A paixão estimula a libido, mas a intimidade não. Nessa fase da ligação íntima, é preciso ter mais consciência para manter a relação amorosa. Ela é especialmente desafiadora, porque homens e mulheres têm motivações sexuais diferentes. 

O que significa, na prática, ter consciência no relacionamento? Fazer sexo premeditado é um jeito. Outro é entender o tempo de cada um e o tempo dos dois. Também é importante compreender o poder da imaginação e da erotização, e aproveitar esse poder para criar uma carga erótica na relação. Temos de entender quem somos eroticamente e fazer o que nos dá prazer, em vez de encarar algo que não nos faz bem. 

Então, se a pessoa está sem libido, ela precisa fazer um esforço voluntário para o desejo voltar? Sim. Se você não tem vontade de fazer sexo, é um desastre imaginar que um dia você vai acordar com desejo. Eu atendi casais que não faziam sexo havia anos. Nossa tendência é esquecer que o sexo existe, se não o fazemos. Quando você só transa uma vez por mês ou a cada dois meses, o sexo pode se tornar um evento estressante. Uma relação amorosa envolve compreensão, dedicação, imaginação. O masculino e o feminino não são simétricos. Os desejos das pessoas por quantidade e qualidade de sexo não são simétricos. A comunicação é fundamental para as pessoas se entenderem. O relacionamento amoroso é desafiador. Mas, quando funciona, é maravilhoso! 

O senhor defende a monogamia. Por quê? Nós somos programados para nos ligarmos a outras pessoas, quando temos oportunidade. Se um casal monogâmico cuidar do seu relacionamento, a sua intimidade se torna mais profunda e bonita. Minha mulher e eu não tínhamos uma relação de exclusividade nos primeiros sete anos do nosso relacionamento. Aí decidimos sermos monogâmicos, e nunca traímos um ao outro. No nosso universo, traição não existe. Eu cuido disso, e ela também. Nossa sexualidade está protegida por esse vínculo. 

O que o senhor acha do sexo casual? Eu acho útil que as pessoas experimentem diferentes relacionamentos em algum momento vida. Ao mesmo tempo, acho muito difícil para os humanos fazerem sexo sem nenhum componente de relacionamento envolvido. Nessa cultura do sexo casual, em que as pessoas transam com um parceiro em uma noite, e outro na noite seguinte, o nível de objetificação é tamanho que os relacionamentos não vão a lugar nenhum. Acredito que a maioria das pessoas que fazem sexo casual espera que algo mais profundo e interessante aconteça ali. Isso deve ser mais verdadeiro para as mulheres, porque elas têm mais circuitos (cerebrais) de relacionamento do que os homens. Já os homens, por causa da testosterona, são mais visuais, e por isso tendem um pouco mais para a objetificação. 

Então, a maioria das pessoas naturalmente vai preferir a monogamia? Conforme as pessoas amadurecem, elas perceberem que contato e intimidade requerem confiança, transparência e integridade. Minha mulher e eu estamos no estágio de ligação íntima, depois de 46 anos juntos. Nós temos a capacidade de nos envolvermos com outras pessoas e vivermos aventuras. Sim, a libido diminui com o tempo, mas a habilidade de se apaixonar, não. Mas isso prejudicaria o nosso relacionamento. Eu ficaria insanamente ciumento e sofreria horrores. Ela teria que tolerar o meu sofrimento para viver aquela experiência. Então, ela escolhe não viver essa aventura para proteger algo que é precioso, poderoso, mas frágil. Quando as pessoas crescem, inconscientemente caminham no sentido da monogamia alegre.

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