#PlenaeApresenta Morena Leite e a comida como ponte para outros mundos

O terceiro episódio da décima sétima temporada é sobre alimentação para além de um cardápio e tudo que sua existência pode representar.

21 de Outubro de 2024



A comida vai muito além de algo feito para garantir a nossa sobrevivência - apesar de ser, de fato, fundamental. Nossa espécie, aliás, é a única que faz o preparo de seus alimentos, pensa a respeito do que vai comer e se reúne ao redor de uma mesa para degustar essa refeição. É um marco cultural importante para nós que comemos e, para quem prepara, é um trabalho ainda mais conectado com outras profundezas. 

A chef Morena Leite é prova disso. Representado o pilar Espírito, em seu episódio viajamos por toda a infância que antecedeu o sucesso que ela hoje usufrui à frente do Capim Santo, conceituado restaurante em São Paulo capital. A verdade é que a cozinha sempre esteve presente em sua história, mas de um jeito não tão óbvio.

“A comida tem um papel importante na minha família. Desde que meu pai teve um câncer, aos 27 anos, a minha mãe se aprofundou nos estudos sobre alimentação, e aí eles começaram a seguir uma dieta macrobiótica e antroposófica”, conta. Seus pais, como ela conta, são do interior de São Paulo, mas se mudaram para Trancoso, na Bahia, quando Morena nasceu, no começo dos anos 80. 

“Eles faziam parte de um grupo de jovens chamados biribandos. Eram pessoas de diferentes cantos do Brasil e do mundo que optaram por morar numa aldeia de pescadores. Essa mistura fez de Trancoso um vilarejo único. A ideia era criar uma comunidade numa roça, com todo mundo morando junto, inspirado no modelo de um kibutz de Israel”, diz. 

Mas essa proposta não foi pra frente. Era preciso uma disciplina que, naquele momento, seus pais ainda não possuíam por serem muito jovens e não quiseram seguir as regras impostas. Mas ali não era o fim do caminho: foi ao sair dessa aldeia que eles compraram um terreno e começaram a plantar de tudo que consumiam: taioba, milho, coco, abóbora, biribiri, jaca, cacau, entre outras. Ali nascia o que viria a ser o Capim Santo, ainda muito pequeno perto do que é hoje. 

“A minha mãe foi tomando gosto por fazer granola e pão integral, e aos poucos o hobby dela virou uma profissão. Ela começou a servir comida em casa, com os legumes cultivados no quintal, os peixes entregues pelos pescadores e os grãos integrais da dieta macrobiótica, que vinham de São Paulo. Todo dia minha mãe fazia um prato, e recebia umas 10 ou 12 pessoas para comer. Em 1985, meus pais acabaram abrindo um pequeno restaurante, o Capim Santo”, relembra.

Nessa época, o estabelecimento também servia de hospedagem, uma espécie de pousada. Isso colocava Morena diretamente em contato com pessoas de todos os lugares do mundo, acendendo uma chama interna de querer se conectar com o máximo de culturas possíveis. 

E já aos 15 anos, ela embarcou para a Inglaterra e conseguiu exatamente o que queria: dividiu o quarto com uma cambojana budista, uma russa judia e uma turca muçulmana. “Através da maneira que elas comiam eu podia entender um pouquinho mais sobre a cultura de cada uma. Então, eu percebi que o meu interesse por povos, países e religiões passava pela gastronomia”, conta.

A partir daí, o seu futuro parecia mais claro. Ela voltou para o Brasil com o entendimento de que a cozinha era o seu lugar e que estar nesse ambiente era um antídoto inclusive para sua distração constante, problema que marcou toda a sua infância. É o mindfulness que o ato de cozinhar exige e ajuda tantas pessoas. 

“Acho que pra muitas pessoas a comida é só um meio de sobrevivência e de satisfação do paladar, mas pra mim é muito mais do que isso. O alimento tem uma relação com a cura. Além de ter aprendido com minha mãe o prazer de cozinhar e alimentar todo mundo. Eu me encontrei na gastronomia também por ser uma atividade mão na massa, literalmente”, pontua.

A espiritualidade da gastronomia veio naturalmente depois. Morena se conectou com a comida dos orixás, ensinada pelo umbandismo, e entendeu que está tudo conectado de certa forma. A natureza, ter sido criada tão perto do mar e cercada pelo verde, a comida já tão presente no dia a dia com a sua família, tudo isso está interligado de forma mágica e poética e conduziu os seus caminhos para onde ela está hoje. 

E para conhecer mais desses caminhos, ouça o episódio completo disponível aqui no site ou no seu Spotify. Vale a pena conhecer cada curva dessa estrada traçada por Morena Leite. Aperte o play e inspire-se!

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#PlenaeApresenta: Pedro Pacífico e os livros como portas

Mergulhe na história de descobertas e autoaceitação do influenciador digital Pedro Pacífico, representando o pilar Mente.

1 de Abril de 2024



O autoconhecimento é uma jornada fundamental para as nossas vidas, mas isso não quer dizer que seja uma tarefa fácil. E, para alguns de nós, pode ser ainda mais desafiador. O influenciador Pedro Pacífico sabe disso melhor do que ninguém. Representando o pilar Mente na décima quinta temporada do Podcast Plenae, ele começa o seu relato lembrando dos dias que o marcaram para sempre: a escola. 


“Quando eu era criança, quase não se falava de bullying. Era comum ver os estudantes sendo insultados. Quem de alguma forma saísse do padrão esperado, pelo motivo que fosse, podia ser vítima de ofensas. Se eu escapei do bullying, foi porque eu vigiei o meu comportamento o tempo inteiro”, conta.


Mas, por qual motivo fariam bullying nele? “Desde pequeno, eu fui percebendo que eu gostava de coisas que a sociedade rotula como femininas”, revela. A aversão aos esportes considerados masculinos, a proximidade com gostos daquilo que era considerado “de menina”, tudo isso a longo prazo foi se tornando um fardo pesadíssimo para qualquer um carregar, sobretudo para um adolescente.


“Pode parecer exagero, mas quando você está numa situação de vulnerabilidade e não tem maturidade para impor seus interesses, pequenos gatilhos causam muito sofrimento no dia a dia”, diz. 


Foi nesse mesmo período que Pedro, internamente, ia se dando conta de que essa sensação de ser diferente estava ligada à sua sexualidade. Saber disso não facilitou o processo, ao contrário, tornou tudo mais real e difícil. “A partir daí, eu vivia num estado de alerta constante, como se eu guardasse um segredo muito valioso, que a qualquer momento pudesse ser descoberto. (...) Eu comecei a mutilar os meus gostos, pra me encaixar nos padrões sociais. Com o tempo, eu já nem sabia o que era a minha personalidade e o que era uma imagem construída para me camuflar na multidão”, desabafa. 


O bloqueio era tanto que nem mesmo para o seu terapeuta da época ele revelava suas verdadeiras angústias e dúvidas. Passou então a transferir todo esse mal-estar para sua escolha vocacional e acabou entrando no curso de Direito em uma universidade pública, ambiente plural e que abraça a diversidade e estimula o pensamento crítico. 


Não foi de um dia para o outro que Pedro entrou nesse mesmo compasso. No começo, ele ainda repetia os velhos preconceitos aos quais ele fora exposto ainda mais novo, na intenção de se esconder por trás deles e não levantar nenhuma suspeita. Nem mesmo sozinho em um intercâmbio em Paris ele foi capaz de se libertar dessas amarras, mas toda essa dor psíquica passou a interferir no físico.


Suscetíveis enjoos sem causa aparente o trouxeram de volta para o Brasil e para o início daquilo que seria sua nova vida - agora, com a presença da literatura. “Passei por uma fase de recolhimento. Foram meses pra conseguir encontrar uma medicação que conseguisse controlar as minhas crises de ansiedade. Os livros passaram a ter um papel muito mais importante na minha vida nessa época. Eles me davam uma sensação de aconchego, de segurança”, relembra. 


“Os livros foram grandes companheiros e uma importante ferramenta pra melhorar a minha saúde mental. Eu nunca estava sozinho com um livro nas mãos. A leitura também significava um momento de relaxamento, como uma meditação. Enquanto eu lia, conseguia focar na narrativa e esquecer um pouco os pensamentos que perturbavam a minha mente. Antes de mergulhar na literatura, eu achava que ninguém ia entender aquele aperto que eu sentia no peito. Quando eu me deparei com personagens que descreviam as mesmas dores e angústias, entendi que eu não era o único a sofrer”.


O resto da história de como Pedro finalmente se assumiu e verbalizou aquilo que lhe amarrava e lhe era tão caro você confere no episódio completo, disponível no Spotify e também em plenae.com. Aperte o play e inspire-se!

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