Parada obrigatória
Mais do que uma família de artistas sensíveis, Gilberto Gil é a prova de que é possível partilhar sonhos e projetos diferentes com os seus familiares
21 de Maio de 2021
Que o Gilberto Gil é um dos maiores nomes da música e da arte brasileira, isso você já sabe. E provavelmente, sabe também que ele multiplicou o seu amor e constituiu uma linda - e grande - família! Dela, nasceram diferentes ramificações que foram virando parceria em projetos e sonhos.
Primeiro, é preciso entender quem é quem. Gilberto Gil, o grande patriarca, foi casado com Belina de Aguiar Moreira Gil, já falecida . Com ela, teve as filhas Marília e Nara Gil, que por sua vez, tiveram os filhos - netos de Gilberto - Pedro, Gabriel, João e Lucas Gil.
O casamento com Belina, que durou apenas 2 anos, acabou, mas ele não ficou solteiro por muito tempo. Pouco tempo depois, Gilberto conheceu Sandra Barreira Gadelha Gil Moreira, com quem namorou e eventualmente casou-se. Com ela, teve os filhos Pedro (já falecido), Preta e Maria Gil, o neto Francisco Müller e sua primeira bisneta, Sol de Maria.
Por fim, Gil separou-se novamente e, em 1988, casou-se com Flora Nair Giordano Gil Moreira, com quem teve os filhos Bem, José e Bela Gil, além dos netos Bento, Dom, Sereno, Flor e Nino. No total, Gilberto Gil contabilizou 3 esposas, 8 filhos, 10 netos e 1 bisneta. Existe representante melhor do pilar Relações ? O que podemos aprender com eles?
Como muitas famílias, a de Gil tem parte delas morando separados, em estados diferentes, portanto, ele nem sempre pode estar com os seus filhos. No Rio de Janeiro reside o patriarca com sua esposa, e as filhas Marília e Preta, por exemplo. Sua filha Bela mora em São Paulo e sua filha Nara mora na Chapada Diamantina, na Bahia. E assim por diante.
Apesar da distância geográfica, a família Gil sempre é vista junta. Agora, com a pandemia, a frequência diminuiu por motivos de segurança, mas ainda assim, eles encontram um jeito de se verem para celebrar a vida. Separados há meses, no final de 2020 eles puderam se reunir e posaram juntos para uma campanha da marca Hering , com o tema “Andar com fé eu vou”.
Como Gil definiu em matéria para o Jornal O Globo , usando um ditado popular, “a fruta não cai longe do pé”. Apesar de terem profissões diferentes entre si, os integrantes da família Gil costumam sempre pender para o lado artístico. Além das conhecidas Preta e Bela Gil, cantora e apresentadora de TV (além de nutricionista), respectivamente, há produtores culturais - como Marília, recentemente nomeada coordenadora do MAM - entre os membros e até uma banda - Os Gilsons - compostas por filhos e netos. Até mesmo sua pequena neta Flor já demonstra aptidão musical.
Apesar de tantas semelhanças, como as mencionadas acima, há também diferenças entre eles. Em entrevista ao programa Altas Horas , Preta Gil contou uma das principais: os hábitos alimentares dissonantes de Bela Gil com os outros. Mas, deixou bem claro que a irmã nutricionista nada impõe, somente indica, e que essa liberdade faz com que todos busquem se inspirar nela. A religião também é um tema entre eles, já que nem todos partilham das mesmas crenças. O próprio Gilberto Gil é adepto do Candomblé com ares humanistas - segundo suas falas -, mas teve criação católica, religião ainda exercida por alguns de seus filhos.
Trabalhar em família pode ser um pesadelo para alguns. Mas não para os Gil’s, que são a prova viva de que é possível cocriarem juntos de forma pacífica e muito rica. Recentemente , o patriarca se uniu ao seu filho e dois netos (a banda Gilsons), além do fotógrafo Sebastião Salgado - e criou um single chamado Refloresta, um convite para protegermos a nossa mata. Além disso, a família frequentemente canta juntos em programas e pequenas apresentações nas redes sociais, e prevê uma turnê juntos pela Europa , adiada por conta da pandemia.
… Sempre cabe mais um! E esse parece ser o lema de uma família que já é tão grande, mas sempre abraça quem chega. É o caso de Belina, filha de Gil do primeiro casamento, que nutre intensa simpatia e amizade por sua madrasta, Flora Gil. A união das mulheres, principalmente, de diferentes gerações, é tão marcante, que virou tema da campanha da marca Arezzo , cujo objetivo era enfatizar o poder da rede de apoio feminina.
A família que canta e encanta conseguiu multiplicar um amor latente dentro de todos eles. Esses são só alguns ensinamentos que essa rede tão grande e unida pode nos trazer. Que tal se inspirar para aplicar em suas próprias relações? Lembre-se de que a família é a nossa primeira e última casa no mundo, e manter harmonia nesse núcleo é fundamental para uma vida equilibrada!
O Plenae Apresenta a história de Fabiana Scaranzi, que que nunca se perdeu de vista e sempre se manteve fiel ao seu objetivo final: ser feliz
9 de Setembro de 2024
Apesar das
tantas especulações e múltiplos dogmas, até então não há como comprovar o que
há depois da vida. Teremos outras oportunidades para fazermos o que não fizemos
por aqui? Não há como saber. E é instigada por essas questões que Fabiana
decidiu fazer dessa jornada a melhor possível, mesmo que ela tenha que
recomeçar quantas vezes forem necessárias.
Representando
o pilar Mente, ela é jornalista, mas já fez quatro faculdades – sendo uma delas
iniciada aos 54 anos -, foi modelo e encarou a tão temida transição de
carreira, que assusta tantos jovens por aí, aos 48 anos. Isso sem contar as
chances que deu para o amor: ela se casou pela segunda vez aos 46 anos. Mas vamos
contar essa história melhor, desde o comecinho.
Vinda de uma
família de classe média baixa, Fabiana conta como ter entrado no ballet ainda
aos 5 anos abriu a sua cabeça e a fez sonhar em ser bailarina fora do país. Mas
esse sonho foi interrompido aos 13 anos, depois de um acidente de kart que lesionou
todo o seu corpo.
“Eu fiquei
três meses engessada até o quadril. Depois, tive que reaprender a dobrar o
joelho e a andar. Com muito sofrimento, choro e sacrifício, eu consegui me
apresentar no final do ano, oito meses depois do acidente. Só não consegui
subir na sapatilha de ponta, porque não tinha força na perna. Eu convidei os
médicos para se sentarem na primeira fila do Teatro, e foi um momento muito
emocionante para mim. Mas foi um momento também de cair na real. O meu sonho de
ser bailarina clássica fora do Brasil não ia rolar. Então, eu decidi focar nos
estudos para ser a primeira pessoa da minha família a entrar numa faculdade”,
conta.
A decisão
pela graduação veio por meio de um acontecimento familiar: acometido por uma doença
neurológica, o irmão de Fabiana rapidamente perdeu a capacidade de fala.
Empenhada em encontrar formas de se comunicar com ele, Scaranzi fez a que seria
sua primeira de muitas escolhas, e se matriculou no curso de Comunicação. Para arcar
com os custos dessa faculdade, encarou o desafio de ser modelo, profissão que
nunca tinha sequer sonhado.
“Quem
apontou um caminho foi um amigo meu, o Osvaldo. Ele me falou assim: ‘Olha, a
minha irmã trabalha numa agência de modelos. Ela falou que vem uma gringa fazer
um teste com algumas meninas para levar para fora do Brasil. Parece que essas
meninas ganham bem, porque recebem em dólar’. Aí eu falei: ‘É, mas eu nunca fui
modelo. Não tenho um book’. E ele disse: ‘Fala que roubaram’. ‘Mas eu vou
mentir?’. E ele me devolveu com uma pergunta que eu me faço até hoje, em várias
situações: ‘Você tem outra opção?’”, relembra.
Deu certo. Aos
17 anos, ela entrava em um avião sozinha, com desembarque para o Japão, o outro
lado do mundo. E que mundo! Foi a partir dessa experiência que ela não só
conseguiu o dinheiro para a faculdade, mas também a independência de várias
maneiras e a expansão do olhar. E ainda assim, esse era só o começo.
Fabiana não
quis seguir como modelo depois de formada, e entrou em uma das maiores agências
de publicidade do país graças à sua “cara de pau”, como definiu Washington
Olivetto, dono da agência. Separada, com um filho pequeno e uma grande torcida
contra, ela entendeu ali que era preciso novamente se reinventar e estudou
jornalismo.
“No primeiro
mês da faculdade, eu fui ao cabeleireiro e encontrei a Sandrinha Annenberg, que
eu conhecia dos testes de modelo. Eu contei que estava estudando jornalismo e
ela me disse que ia ter um teste na Globo. Pois eu passei no teste e entrei na
emissora. Eu acho que, quando a gente segue o coração e mira no que faz sentido
para gente, as coisas fluem. Eu fiquei 10 anos na Globo. Fui repórter, moça do
tempo e apresentadora de vários telejornais. Saí quando recebi uma proposta
irrecusável da TV Record: virar apresentadora do Domingo Espetacular,
que era o principal concorrente do Fantástico”, diz.
Foram muitos
anos imersa em trabalho, algo que sempre a motivou e moldou seu caráter, como a
própria define, além de ter te trazido disciplina, responsabilidade, oportunidades
e um olhar mais plural. Mas com ele, veio também o tão temido piloto automático,
a perda do encanto e até mesmo os sintomas físicos que essa ausência de
propósito pode gerar.
"Eu comecei
a me questionar: será que ainda tá fazendo sentido para mim? Mesmo sabendo que
tinha algo errado, eu fui empurrando aquele desconforto para debaixo do tapete.
Eu ganhava super bem, estava numa posição de destaque, era reconhecida
nacionalmente pelo que eu fazia. Então, eu falava para mim mesma: ‘Fabiana, nem
pensa, porque está tudo certo. Amanhã você vai acordar melhor. Domingo que vem
você está bem’”, conta.
O desequilíbrio
emocional e psicológico acumulado de todos esses anos se manifestou em uma
doença física: uma úlcera aberta gigante. Não dava mais para se enganar e era
preciso começar do zero de novo. “Eu decidi que, quando o meu contrato com a
Record terminasse, eu não ia renovar. Eu fiquei quase 20 anos na televisão. Mas
eu acho que os humanos têm ciclos, assim como a natureza. A gente gosta de
acreditar em estabilidade e permanência, só que a vida não é assim”.
O resto dos
seus passos são igualmente impressionantes, dignos de alguém que nunca se
acomodou com a vida que lhe é apresentada e quer sempre mais. Digno de alguém
que nunca se perdeu de vista e sempre se manteve fiel ao seu objetivo final,
que é ser feliz. Aperte o play e inspire-se!
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