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Os parâmetros de longevidade no futebol

Quando um jogador de futebol é considerado “velho”? Como se dá essa aposentadoria? Em tempos de longevidade, o esporte segue bastante limitado

12 de Dezembro de 2022


Aqui no Plenae, falamos exaustivamente sobre longevidade, afinal, é o tema que nos fez nascer. Essa busca por voos mais longos, e claro, com mais qualidade, movimenta cientistas por todo o mundo há anos e tem se tornado o objetivo de muita gente. Até por isso, acredita-se que a pessoa que viverá 200 anos já nasceu.

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Primeiro, é importante dizer que tudo se dá mais cedo no esporte. Para atingir a excelência ainda jovem, auge da capacidade física, os esportistas costumam começar ainda criança. Na ginástica olímpica, por exemplo, há crianças de 6 anos já performando bem e aos 11, já profissionalizadas.

No futebol não é diferente. As chamadas peneiras, que são testes para se entrar em times, são repletas de meninos ainda muito jovens, em busca de realizarem o sonho de ser jogador de futebol. Segundo o blog Lei em Campo, a Lei Pelé estabelece que um clube só pode fazer um contrato profissional com um atleta maior de 16 anos. 

Esse vínculo não pode durar além de cinco temporadas. Antes disso, a partir dos 14, é possível fazer um contrato de formação, que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) define como uma espécie de "contrato de aprendizagem", uma espécie de menor aprendiz para quem não trabalha com futebol.

Prova disso são os exemplos de Ronaldo e o próprio Pelé, o rei do futebol, que participaram (e ganharam!) títulos de Copa do Mundo antes mesmo de completarem 18 anos. O jogador Ângelo, do Santos, fez história em 2020 ao se tornar o segundo jogador mais novo a entrar em campo com outros profissionais, quando tinha somente 15 anos, 10 meses e 4 dias, segundo este artigo, perdendo somente para Coutinho, do mesmo time, mas que em 1958 entrou em campo com apenas 14 anos.
Apesar de ser prática comum, há leis assegurando esse menor, sobretudo no que diz respeito aos direitos de imagem. Como explicamos nesta matéria, a psicologia do esporte também é obrigatória para acompanhar os atletas da categoria de base, exigência do Estatuto da Criança e do Adolescente. 

Por fim, a Lei Pelé, que mencionamos acima e que permite brechas na lei para que menores de idade trabalhem como atletas, recebeu importantes atualizações recentes, mas o destaque vai para a igualdade de gênero. A partir de 2025, como explica o blog Lei em Campo, haverá paridade de investimento dos recursos públicos nas modalidades de prática esportiva entre as categorias feminina e masculina.

Tanto nessa copa quanto na passada, um grande destaque foi o atacante francês Mbappe, que na Rússia em 2018 tinha apenas 19 anos quando fez seu primeiro gol no torneio. Neste Mundial, o camisa 10 da França já marcou cinco gols - chegando a nove em Copas do Mundo - e bateu o recorde de um jogador com mais gols na competição antes dos 24 anos, que pertencia a Pelé, como conta o Terra.

Nas Olimpíadas, competição onde a seleção também entra em campo, a idade limite para que os jogadores possam atuar é bem baixa: O Comitê Olímpico Internacional (COI) oficializou a idade de 24 anos para atletas do futebol masculino nas Olimpíadas de Tóquio. 

O começo do fim

Da adolescência ou início da juventude, tudo vai de vento em popa. Até mesmo em caso de lesão, o corpo mais jovem tende a responder melhor a elas e aos tratamentos propostos. A partir dos 30 anos, o cenário já começa a mudar. As lesões já não são recuperadas mais com tanta facilidade, o fôlego já não é mais o mesmo e a despedida começa a se aproximar. 

A idade média que um jogador de futebol se aposenta é aos 35 anos, mas isso não é uma regra, e essa lista aqui pode provar. Nela, constam vários nomes brasileiros, inclusive, o “país do futebol” é também o país de atletas fortes e que chegam mais longe, seja por determinação, amor ou treino. O recorde, que era do inglês Stanley Matthews, foi quebrado pelo japonês Kazuyoshi Miura, que já defendeu alguns times brasileiros em sua carreira e, aos 53 anos, segue jogando.

Este artigo explica como se dá legalmente a aposentadoria de um jogador, já que as leis no Brasil exigem idade mínima de 65 anos para um homem, por exemplo, ou ao menos 30 anos de contribuição. Como essa regra é praticamente impossível de ser aplicada a um jogador, há brechas que garantem que eles ganhem seus benefícios fiscais a tempo, a maioria escoradas no esforço físico que gera lesões e desgastes neles. 

Mas, para além das brechas legais, a aposentadoria de um jogador pode ser emocionalmente difícil. Por mais que eles saibam, desde o início, que isso acontecerá, pode haver uma confusão, já que socialmente eles ainda são novos, principalmente em tempos de longevidade, mas para a profissão que eles tanto amam, já estão “ultrapassados”. 

Para eles, pode ser bastante importante e valioso nesse período ter um acompanhamento psicológico e buscar outros propósitos na vida. E para nós, evite etarismos quando o assunto é futebol. Dizer que fulano é velho, ou que ciclano está “passado”, pode ser bastante ofensivo e não contribui em nada para o tema. 

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Como abraçar o estresse e tê-lo como seu aliado

O estresse é parte do nosso cotidiano. Mas como fazer dele seu aliado, segundo ensinamentos do psicólogo Ben Shahar?

24 de Julho de 2020


Estresse, palavra tão conhecida e amplamente utilizada pelo vocábulo moderno - e que gera arrepios diante de sua mais breve menção ou possibilidade de acontecer. Isso porque, para o dicionário “popular”, estresse é sinônimo de irritação, desestabilização ou exposição à um alto nível de perturbação emocional.


Mas para o neurologista Fabiano Moulin, em sua entrevista para o Portal Plenae, o estresse “nada mais é do que uma tentativa do nosso cérebro de se reorganizar.” Isso pode acontecer em diferentes intensidades, é claro, mas nem sempre precisa ser algo traumático.

É o que diferentes especialistas acreditam e pregam hoje em dia, sobretudo o psicólogo israelense Tal Ben-Shahar, também conhecido como “professor da felicidade” na Universidade de Harvard, e um dos convidados do evento Plenae em 2018 (você confere vídeo de sua participação aqui).

O autor de best-sellers como “Seja Mais Feliz” e “A ciência da felicidade” reúne, em seus escritos e palestras mundo afora, alguns ensinamentos sobre o bom equilíbrio entre doses de estresse cotidianas e inevitáveis e a busca da tão sonhada calmaria e felicidade.

Para ele, estamos estudando há muito tempo os fatores que nos geram estresse, mas não as condutas que temos diante desses episódios. E pode ser justamente aí que mora a “cura” para a epidemia do século, segundo palavras do próprio.


Em entrevista ao jornal El País, o psicólogo classifica a busca pela felicidade como algo ancestral, citado até mesmo em escritos de Aristóteles. Para ele, “as emoções negativas, como a raiva, o medo e a ansiedade, são necessárias para nós. Só os psicopatas estão a salvo disso e o grande problema é, na realidade, a falta de educação emocional que enfrentamos.

Conheça alguns de seus principais ensinamentos a seguir!



Em seu curso de Psicologia Positiva, em Harvard, esse era um dos primeiros tópicos abordados em sua aula. Para o psicólogo e também filósofo, “quando negamos as emoções dolorosas e negativas — que são naturais, elas se intensificam”.

Para ele, ter espaço na vida onde possamos ser autênticos e com boas doses realistas, é imprescindível. Isso porque a ausência desse local é justamente o que acaba comprometendo nossa felicidade e até nossa saúde, gerando altos níveis de estresse e culminando em possíveis comorbidades emocionais, como o burnout (esgotamento físico e mental).

Se permita ser humano e entenda que nosso cérebro precisa dessas nuances emocionais para criar métodos comparativos. É a velha história de só saber o que é bom quando se conhece o que é ruim. Não há arco-íris sem chuva, lembre-se.


Para o estudioso, uma das descobertas mais relevantes na ciência nas últimas duas décadas no que diz respeito aos estudos da mente é bem simples: o estresse não é o problema. Ele é, na verdade, parte do nosso sistema defensivo do organismo.

Há algo mais danoso do que ele, e é também uma queixa constante da sociedade: a falta de tempo. Não há um período de recuperação entre um momento de estresse ou outro, e eles acabam por se acumular, o que prejudica demais o equilíbrio físico e mental.

Para ele, “as pessoas mais bem sucedidas, mais saudáveis e mais felizes experimentam o estresse como todos nós, mas encaixam momentos para recuperação na rotina estressante.” É justamente nesses intervalos que moram a reenergização da nossa vida.


Cada escolha é uma renúncia, como já atesta o dito popular. E, para Tal Ben, isso é um fato. Tanto que elas podem refletir em todo o seu estado emocional, tanto antes de decidir, sentindo a ansiedade diante das opções, até o depois da decisão, lidando com o que vier dela.

Para ele, se nós, seres imediatistas em uma era globalizada e urgente, prestássemos mais atenção às nossas escolhas em diferentes universos, colheríamos bons resultados posteriormente. Além disso, enxergar esse momento da escolha como algo natural e saudável também evitaria o famigerado sofrimento por antecipação.

É importante também perceber quando você esteve mais feliz. O que você estava fazendo? Com quem estava? O contrário também vale: qual era sua atitude em momentos de estresse? Essa lição de casa sobre si mesmo pode te ajudar - e muito! - na hora de tomar decisões.


Quando lemos sobre relação, geralmente elas dizem respeito a relações amorosas e afetivas. Mas há muito poder no relacionamento familiar, de trabalho e na amizade.

A grande lição é: valorize essas trocas, seja com quem for. Elas exercem um grande poder sobre nossos dias e sobre quem somos e como lidamos com as situações ruins. Além disso, são para elas que corremos quando estamos desequilibrados emocionalmente, e é preciso que elas sejam sólidas para que sejam de grande valia nesses episódios.

Em tempos de pandemia, ficou ainda mais evidente que, apesar da grande ajuda que a  tecnologia exerce para nos manter perto, ela não substitui o contato humano. Prova disso é a já comprovada “fome de pele”, estudada por neurologistas e mencionadas aqui nessa matéria.


Assim como qualquer outra atividade na vida, abraçar o estresse e tê-lo como seu aliado para impulsionar sua vida e suas decisões demanda treino. Seguir todas as lições já citadas e mudar os seus pontos de vista não é tarefa fácil, mas extremamente necessária para quem busca esse equilíbrio.

Há níveis de recuperação do estresse, como meditação, caminhada, exercícios físicos, sair com amigos, ter boas noites de sono, estar mais offline, tirar dias de folga e viajar. É claro que a nossa rotina não consegue permitir todos de uma vez, mas que tal incluir o que se encaixa, devagar, em seu dia a dia?

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