Mora na suavidade do toque, que cura onde dói com a sutileza de uma brisa de outono.
13 de Maio de 2024
Mora na suavidade do toque, que cura onde dói com a sutileza de uma brisa de outono. Mora no tempero do mais simples prato que se torna um banquete na velocidade da luz. Mora no olhar que compreende e parece enxergar o que ninguém mais é capaz e mora na segurança de poder compartilhar naquele espaço uma intimidade única, impossível de ser comparada.
Mora na escuta, atenta, perspicaz, que capta principalmente aquilo que se esconde no que não foi dito. Mora na presença, que preenche o ambiente em cada mísero cantinho, e mora no vazio que se faz em sua ausência. Mora na firmeza de uma bronca, que reverbera e se faz ouvir mesmo quando se tenta tapar os ouvidos para aquilo que é necessário. Mora naquela música que tocava todos os dias no carro indo pra escola e cujas notas parecem te acompanhar por toda a vida.
Uma mãe mora no casaco que lembramos de levar no último minuto, a sugestão que embala a mais doce das preocupações. Mora na expectativa de um resultado e na vontade de correr para aquele abraço específico quando a notícia positiva ou negativa vem. Mora no riso e no choro que, à sua maneira, são sempre muito específicos, daqueles que se pode reconhecer mesmo a quilômetros de distância. Mora na inversão dos papéis que invariavelmente ocorrem - e quer transição mais bonita e poética do que essa?
São muitos os endereços de um maternar, porque uma mãe mora em tudo. É possível encontrá-la em cada um de nossos trejeitos, pensamentos, valores, condutas. Uma mãe é uma casa, a primeira que habitamos ao chegar nesse mundo e a que procuramos um pouco em cada uma que habitaremos até o fim. Nesse Dia das Mães, feche os olhos e imagine o rosto da sua e permita-se ser invadido por todos os sentimentos que essa imagem causa. Afinal, esse é um lugar para onde sempre se pode voltar. Um feliz dia a todas as possibilidades de mães!
Para Inspirar
Educar o nosso olhar para enxergar além do circuito clássico das artes é ampliar os horizontes para manifestações artísticas com grande carga emocional e histórica
18 de Outubro de 2024
No segundo episódio da décima sétima temporada do Podcast Plenae, conhecemos a linda história de Dalton Paula, que coloca muito de suas vivências em suas expressões artísticas. Ele, que já foi membro do Corpo de Bombeiros, teve a arte como pano de fundo por toda a sua vida até de fato conseguir passar a viver e se bancar só com ela.
Uma das principais características de suas obras são as referências aos povos negros e seus antepassados, busca da qual ele faz parte e se dedicou por um tempo, sem grande sucesso como é comum entre a população preta que viu grande parte do seu passado ser vertiginosamente apagado.
Em uma tentativa de nunca mais deixar isso acontecer, trazemos hoje alguns outros artistas negros que valem muito a pena conhecer, em diferentes tipos de manifestações. Veja mais a seguir!
Artistas ou manifestações artísticas que fizessem referências aos negros e à sua cultura o fosse feito por eles sempre existiram, mas por muito tempo foram esquecidos ou negligenciados. Foi somente no século XX, como conta esse artigo do Museu Afro Brasil, que se criou o termo específico desse segmento e então o movimento passou a ser mais reconhecido.
Essa dificuldade em definir certa arte como afro-brasileira se deve a vários fatores. O primeiro deles é, claro, o racismo, que custou a creditar e reconhecer o talento desses artistas. Mas houve também um problema específico: há muita obra sob é que há muita obra sob pseudônimo, vindas de uma época que os negros não poderiam assinar a autoria.
Houve também muita influência do cristianismo em obras de negros já catequizados pelas expedições portuguesas, tornando mais difícil distinguir um de outro, por exemplo, ou nuances muito discretas de inspiração dos seus ancestrais.
As referências ficam mais evidentes em artes como a música e, mais recentemente, a literatura que buscou reconhecer a negritude de grandes nomes que foram “esbranquiçados” com o tempo. Nesse artigo do Portal Geledés, o trabalho de resgate que vem sendo feito pelo artista plástico e museólogo Emanoel Araújo foi mencionado.
Desde o centenário da abolição da escravatura, em 1988, com a exposição “A Mão Afro Brasileira”, e depois a continuidade com a mostra “Negros Pintores”, que se inaugurou no Museu Afro Brasil, em São Paulo (SP), em agosto de 2008, são parte desses esforços para resgatar sobretudo o nome de artistas plásticos, que deixaram muitas contribuições pouco conhecidas pelo público.
E quais são essas contribuições, afinal? Pegando o gancho do artigo no Geledés e falando sobre artista plástico, os principais nomes separados pelo instituto são:
Antônio Rafael Pinto Bandeira (1863-1896)
Arthur Timótheo (1882-1922) -
Benedito José Tobias (1894-1963)
Benedito José de Andrade (1906-1979)
Emmanuel Zamor (1840-1917)
Estevão Silva (1845-1891)
Firmino Monteiro (1855 – 1888)
Horácio Hora (1853-1890)
João Timótheo (1879-1932)
Wilson Tibério (1923-2005)
Destacamos ainda Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho (1738 - 1814) e alguns mais contemporâneos, como:
Abdias do Nascimento (1914 - 2011)
Ayrson Heráclito (1958)
Emanuel Araújo (1940 - 2022)
Lidia Lisboa (1970)
Rosana Paulina (1967)
Renata Felinto (1978)
Maxwell Alexandre (1990)
Mas e nas outras artes? Destacamos a seguir a contribuição de artistas negros na música e na literatura, sejam eles contemporâneos ou que já não estão mais entre nós!
Alfredo da Rocha Vianna Filho - Pixinguinha (1887- 1973)
Angenor de Oliveira - Cartola (1908 - 1980)
Alcione (1947)
Antônio Carlos Santos de Freitas - Carlinhos Brown (1962)
Djavan Caetano Viana (1945)
Elisa Lucinda (1958)
Elza Soares (1930 - 2022)
Gilberto Gil (1942)
Jorge Mário da Silva - Seu Jorge (1970)
Jorge Ben Jor (1939)
Jorge Aragão (1949)
Liniker de Barros Ferreira Campos (1995)
Leandro Roque de Oliveira - Emicida (1985)
Leci Brandão (1944)
Margareth Menezes da Purificação Costa (1962)
Martinho da Vila (1938)
Milton Nascimento (1942)
Pedro Paulo Soares Pereira - Mano Brown (1970)
Sebastião Rodrigues Maia - Tim Maia (1942 - 1998)
Yvonne Lara da Costa - Dona Ivone Lara (1921 - 2018)
Afonso Henriques de Lima Barreto (1881 - 1922)
Ana Maria Gonçalves (1970)
Bianca Santana (1984)
Carolina Maria de Jesus (1914 - 1977)
Conceição Evaristo (1946)
Djamila Ribeiro (1980)
Elizandra Souza (1983)
Eliana Alves Cruz (1966)
Lélia Gonzalez (1935 - 1994)
Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830 - 1882)
Jeferson Tenório (1977)
João da Cruz e Sousa (1861 – 1898)
Joel Rufino dos Santos (1941 – 2015)
Itamar Vieira Junior (1979)
Machado de Assis (1839-1908)
Maria Firmina dos Reis (1822 - 1917)
Milton Santos (1926 - 2001)
Há ainda artistas negros presentes nas artes urbanas, como o grafite, na dança, no teatro ou no audiovisual. Há ilustradores gráficos negros trazendo a renovação tecnológica e há também artesãos mantendo a história feita pelas mãos. Há pintores, escultores, locutores: a população afro-brasileira é imensa e muito rica em sabedoria e talento, deixando heranças positivas históricas por onde passam!
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