Para Inspirar

O que você diria ao seu eu de 20 anos de idade?

Conheça o que a autora Arianna Huffington descobriu aos 70 anos olhando seu diário de juventude – e inspire-se a pensar em sua própria jornada

30 de Agosto de 2020


Envelhecer é termo que causa arrepios em muitas pessoas. Ver o bonde da vida passar, se olhar no espelho e perceber um novo eu, aprender com seus erros e até rir deles - tudo isso faz parte dessa etapa inevitável da vida, que não deveria ter esse peso negativo que hoje conhecemos.

O que você acha que aprendeu ao longo da sua trajetória e que poderia ensinar ao seu eu de 20 anos de idade? A autora e influenciadora Arianna Huffington, ao completar 70 anos de idade, revisitou seu diário escrito aos "20 e poucos", e dividiu suas impressões em um lindo relato.

Fundadora e idealizadora do portal Huffpost e da Plataforma Thrive - que tem um objetivo semelhante ao Plenae, ou seja, gerar mudança de hábito para uma vida mais equilibrada e saudável - revelou que sua principal esperança é a de que "passemos a ver o envelhecimento não como algo a ser evitado, mas como algo a ser adotado e abraçado."

Além disso, para ela "a vida é uma dança entre fazê-la acontecer e deixá-la acontecer, e nunca esquecendo de que ela é moldada de dentro para fora." Por ter crescido em uma cultura onde o envelhecimento é visto sob a ótica positiva e sábia, hoje ela sente que seu posicionamento diante dos 70 anos é leve e recheado de pontos positivos, como por exemplo, saber que envelhecer não é sobre o fim da vida, mas sobre libertação, aprendizagem e fazer as pazes consigo mesma. 

Confira o texto traduzido na íntegra a seguir:

Pensamentos sobre fazer 70 anos

"Todos nós sabemos o que é importante na vida - então por que esperamos para agir sobre isso?

Na semana que vem, em 15 de julho, faço 70 anos, após quatro meses de isolamento e mais - muito mais - tempo do que o normal para reflexão.

Minhas filhas, minha irmã e eu passamos esse tempo na casa de nossa família em Los Angeles , e enquanto limpava a garagem, eu me deparei com dezenas de velhos diários e cadernos cheios de páginas e páginas de meus pensamentos e objetivos e preocupações e sonhos dos meus 20 anos!

E enquanto eu lia meio século de notas, fiquei impressionada com quatro coisas. Primeiro, por quão cedo eu sabia o que realmente importava na vida. Em segundo lugar, como eu era ruim em agir com base nesse conhecimento. Terceiro, como eu drenava e exaurira todas as minhas preocupações e medos. E quarto, quão pouco essas preocupações e medos acabaram por importar.

Agora, com quase 70 durante o lockdown [bloqueio gerado pela pandemia], vejo como é mais fácil aos 70 do que aos 30 viver a vida que sempre quis viver. E isso, para mim, é o verdadeiro presente do envelhecimento. Quando você não pensa na morte como o fim - e eu nunca pensei - envelhecer é uma questão de libertação.

É sobre as coisas não-essenciais caírem, sobre não olhar por cima do ombro em busca de aprovação e sobre não inventar fantasias assustadoras sobre o futuro. Porque finalmente aprendi, como Montaigne disse, que “houve muitas coisas terríveis em minha vida, mas a maioria delas nunca aconteceu”.

Eu fui uma daquelas crianças que já nasceu velha. Eu nunca entendi a atitude que prevalece em grande parte do mundo ocidental, onde o envelhecimento é tratado como uma doença a ser evitada - como uma festa para a qual estamos todos desesperados para ser convidados, mas alarmados no minuto em que entramos pela porta.

Como meus cadernos de décadas atrás me lembraram, eu sempre ansiava pela sabedoria da velhice. Foi mais fácil para mim, pois venho de uma cultura, afinal, que reverencia a velhice. Sempre adorei, por exemplo, como nos mosteiros gregos o abade e a abadessa são chamados de geronda e gerondissa - “velho” e “velha” - embora muitas vezes tenham apenas 40 ou 50 anos. “Velho” e “velha” são títulos concedidos a eles não por causa de sua idade, mas por causa de sua sabedoria e proximidade com Deus. Na verdade, o envelhecimento está associado à sabedoria em quase todas as tradições espirituais e filosóficas.

"Não tema o envelhecimento do corpo", escreveu Lao Tzu, "pois é a maneira do corpo buscar a raiz." Em “Os analectos”, Confúcio retrata o ciclo da vida como uma jornada que nos leva para mais perto do divino e de nossos próprios corações. “Aos 15 anos, decidi aprender”, escreve ele. “Aos 30 anos assumi minha posição. Aos 40 anos vim ficar livre de dúvidas. Aos 50 anos entendi o decreto do céu. Aos 60, meu ouvido estava sintonizado. Aos 70, segui o desejo do meu coração sem ultrapassar os limites. ”

Em Jó, é-nos dito que "a sabedoria pertence aos velhos e a compreensão aos sábios". E lembre-se de que Moisés tinha 80 anos quando conduziu os israelitas para fora do Egito! No hinduísmo, a vida, assim como as estações, é dividida em quatro. O primeiro é o de um estudante. A segunda é sobre como criar uma família. O terceiro é o início do retiro e o quarto é o desapego completo das coisas mundanas. O paradoxo da vida boa é como se desapegar das coisas mundanas e ao mesmo tempo estar totalmente engajado no mundo.

Na verdade, isso é o que mais adoro ao completar 70 anos: estar totalmente engajada em construir uma empresa em torno de um dos desafios mais legais que enfrentamos - mudar o comportamento humano para que possamos levar vidas mais saudáveis, produtivas e empáticas - ao lado de pessoas incríveis, muitas das que têm menos da metade da minha idade. E fazer isso com mais alegria, menos estresse, menos suor nas pequenas coisas e sem ficar freneticamente obcecado com cada resultado de hora em hora.

O que resume tudo isso é passar da luta à graça - finalmente reconhecer que a vida é uma dança entre fazer acontecer e deixar acontecer, e nunca esquecer que não importa o quão presos estejamos no mundo, a vida é moldada de dentro para fora.

E, claro, existem as tradições antigas do meu próprio país. Para os gregos, a filosofia não era um exercício acadêmico - era um manual para a vida diária. “Pratique a morte diariamente”, disse Sócrates. E os romanos esculpiram “MM”, memento mori - “lembre-se da morte” - em estátuas e árvores, não por morbidez, mas porque a morte é o que dá propósito à vida.

O problema de pensar no envelhecimento como apenas uma perda progressiva é que perdemos de vista tudo o que ganhamos. E se tivermos sorte e permanecermos saudáveis, não há razão para não podermos continuar a construir e criar. Eu fundei o The Huffington Post aos 55 e a Thrive Global 11 anos depois, aos 66. E nunca estive mais ansiosa para continuar aprendendo - e desaprendendo!

Em seu 89º aniversário, Nelson Mandela anunciou a formação de The Elders , um grupo formado por líderes de negócios, política e organizações sem fins lucrativos reunidos para resolver problemas globais urgentes. “Este grupo obtém sua força”, disse Mandela em seu discurso de lançamento, “não do poder político, econômico ou militar, mas da independência e integridade daqueles que estão aqui. Eles não têm carreiras para construir, eleições para ganhar, eleitores para agradar. Eles podem falar com quem quiserem e são livres para seguir os caminhos que considerarem corretos. ”

Esse tipo de independência e sabedoria estão, obviamente, disponíveis para nós em qualquer idade. Mas eles são muito mais fáceis de alcançar quando estamos livres de nossos medos de fracasso e desaprovação. “Coragem”, disse Platão, “é saber o que não deve ser temido”.

E é isso que adoro quando chego aos 70: saber o que não deve ser temido me faz sentir mais eu mesma do que em qualquer outro momento da minha vida. Talvez porque haja muito menos tempo à minha frente do que atrás de mim, eu não o desperdiço em coisas que não importam, vivendo em águas rasas e deixando o mistério da vida passar por mim.

Enquanto folheava meus velhos cadernos, queria gritar conselhos para mim mesma ao longo dos anos - dizendo aos mais jovens para não se preocuparem ou duvidarem tanto, ou apenas ir em frente e correr esse risco. Minha esperança é a de que, coletivamente, passemos a ver o envelhecimento não como algo a ser evitado, mas como algo a ser abraçado.

E em vez de olhar para aqueles anciãos destemidos e sábios entre nós e pensar: "Eu quero ser assim quando for velho", explorando o que há de mais sábio, mais ousado e mais autêntico dentro de nós e vivendo cada dia daquele lugar, no entanto podemos ser jovens ou velhos.”

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Como diferentes religiões abordam o luto?

A espiritualidade, que pode ser fundamental no processo de superação de um trauma como o luto, pode oferecer diferentes caminhos para a cura. Contamos alguns aqui!

19 de Abril de 2024


No terceiro episódio da décima quinta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história das irmãs Luciana e Marcella Tranchesi. Mais do que um relato de fé, é também um relato de superação do luto e como um episódio como a perda de um ente querido acaba mudando todos os caminhos seguintes da vida de quem passa por essa situação. 


Já abordamos por aqui as fases do luto e porque é importante vivê-las, além da importância também das relações ou como acolher uma viúva. Queremos agora falar desse mesmo tema, mas sob a ótica religiosa. Leia mais a seguir!


As diferentes religiões 


A palavra religião existe no dicionário da língua portuguesa aproximadamente desde o século XIII, mas sua origem ainda é cercada por dúvidas, como debatemos neste artigo. Há algumas hipóteses. A primeira delas - e provavelmente a mais aceita -, é a de que a palavra vem do latim religio, que significa “louvor e reverência aos deuses”, segundo o Dicionário Etimológico.


Ela é um conceito que define “um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças”, ainda segundo o mesmo dicionário. 


São muitas religiões existentes no mundo - das mais clássicas às mais diferentes, como as que te contamos aqui -, cada uma com os seus ensinamentos, mas todas unidas por um mesmo propósito: garantir que exista um sentido maior e ideal para o qual você pode lutar, algo como dar um sentido coletivo, como te contamos neste artigo. 


Além disso, a fé traz conforto, uma muleta de apoio que pode ser muito importante em períodos difíceis do sujeito. O luto, como mencionamos no começo dessa matéria, pode ser um desses períodos. Mas elas têm abordagens variadas em relação a esse sofrimento para quem fica, influenciadas por suas crenças, tradições e ensinamentos específicos e que estão interligados ao que elas acreditam a respeito do pós-morte. 


Conheça as perspectivas principais de algumas das principais religiões sobre o assunto:

Cristianismo

Para os cristãos, a morte é a passagem para um lado de lá que envolve estar ou não ao lado de Deus - tudo vai depender das suas atitudes terrenas. O luto de quem fica, por sua vez, é visto como uma oportunidade para se conectar com Deus e encontrar consolo na fé.


A ressurreição de Jesus Cristo, seu messias, é central para a crença cristã, e muitos cristãos acreditam que aqueles que morrem em Cristo serão ressuscitados - ou seja, aqueles que morreram com fé e fora cristãos em vida, estarão sempre ao lado de Deus e, portanto, ao nosso lado também. 


As Igrejas cristãs oferecem apoio espiritual e conforto através da oração, dos sacramentos e da comunidade durante o período de luto. Ainda, há a tradição da missa de sétimo dia, um mês e até anuais, onde o enlutado pode colocar o nome do seu ente querido que partiu e receber homenagens, honrarias e um sermão específico para esse momento. 

Islamismo

Te contamos por aqui um pouco mais sobre o islamismo. No Islã, o luto é considerado uma parte natural da vida, e os muçulmanos - ou seja, praticantes da religião -, são incentivados a enfrentá-lo com paciência e submissão à vontade de Alá (Deus). 


O Alcorão, que é o livro sagrado dos seguidores do islamismo, e os ensinamentos do Profeta Muhammad oferecem orientação sobre como lidar com o luto. É comum realizar orações pelos falecidos, visitar túmulos e oferecer apoio prático e emocional aos enlutados.


A visão do Islamismo sobre a morte, segundo esse artigo, é moldada por várias crenças fundamentais como akhirah, termo em árabe para a vida após a morte. Em resumo, eles acreditam que a vida neste mundo é temporária e que a verdadeira vida começa após a morte. 


Sendo assim, os muçulmanos buscam viver sua vida de acordo com os ensinamentos do Islã de forma moral e piedosa, pois acreditam que haverá um Dia do Juízo em que todas as pessoas serão ressuscitadas e julgadas por suas ações. Isso inclui a prática das boas ações. Isso inclui a oração, a caridade (zakat), o jejum durante o Ramadã e a peregrinação a Meca (Hajj), entre outros atos de devoção.


Neste dia, ainda segundo eles, tanto as pessoas boas quanto as más serão pesadas, e Deus determinará seu destino eterno com base nisso, recompensando com o paraíso ou com a punição no inferno. Uma parte importante da visão islâmica sobre a morte é a aceitação da vontade de Deus. Para eles, esse dia é predeterminado por Alá e ninguém pode escapar do seu destino.


Isso traz um senso de aceitação maior como sendo algo que parte do plano divino. Seus rituais específicos para lidar com a morte e o sepultamento incluem lavagem do corpo por membros da comunidade muçulmana antes do enterro para purificá-lo; orações fúnebres realizadas na mesquita ou em um local designado; sepultamento o mais rápido possível após a morte, de preferência no mesmo dia; e túmulo é simples, sem adornos extravagantes, refletindo a ênfase do Islã na humildade.


Religiões de matrizes africanas


Te contamos por aqui um pouco mais sobre a diferença entre o Candomblé e a Umbanda, principais religiões de matriz africana. Mas em questão de luto, não há um consenso único sobre como seguir e ele é vivenciado de maneira individual e profundamente ligada às suas tradições e crenças específicas. 


No Candomblé, por exemplo, o luto pode envolver rituais específicos realizados pelos sacerdotes e membros da comunidade religiosa e pode incluir cantos, danças, oferendas e cerimônias destinadas a honrar o espírito do falecido e a auxiliá-lo em sua transição para o mundo espiritual. A comunidade também oferece um papel fundamental e muitas vezes se reúne para oferecer apoio emocional e espiritual à família enlutada.


Na Umbanda e em outras religiões afro-brasileiras, o luto também pode ser acompanhado de rituais e práticas específicas, como missas ou trabalhos espirituais realizados nos terreiros, buscando proporcionar conforto aos vivos e também aos espíritos dos falecidos.


Nessas religiões, o luto é visto como parte natural da vida e da jornada espiritual, e as práticas associadas a ele são destinadas a honrar os mortos, fortalecer os laços comunitários e oferecer consolo àqueles que estão sofrendo a perda.


Judaísmo


O Judaísmo, assim como outros dogmas, possui rituais e práticas específicas para o luto. A fé judaica ensina que a alma da pessoa falecida continua a existir após a morte e que o luto é uma maneira de honrar sua memória. Nas horas entre morte e enterro, conhecido como aninut, o enlutado por estar mais desolado pode ser isentado até mesmo de ter que ir em exigências religiosas. Depois, nos primeiros três dias de luto, a pessoa deve refletir sobre o que pode melhorar no seu comportamento. 


As pessoas ainda não podem saudar ou serem saudadas por um enlutado, como explica esse artigo. Se por engano o cumprimentam, ele deve responder: "Não posso responder ao cumprimento, pois estou de luto." As "proibições de trabalho" durante estes dias aplicam-se mesmo se os enlutados forem passíveis de sofrer perda financeira e até responsabilidades religiosas podem ser canceladas também. 


Durante este tempo, o enlutado fica dentro de casa, expressando sua dor ao usar uma roupa rasgada, sentando-se num banco baixo, usando chinelos, abstendo-se de barbear e arrumar-se, e recitando o Cadish (prece dos enlutados), como continua a explicação do Chabad.


E enfim chega o período de shivá, que dura sete dias após o funeral e inclui os três dias mencionados anteriormente. Nesse estágio, as visitas de apoio da comunidade são mais encorajadas e ele passa a falar mais sobre sua perda e aceitar consolo dos amigos e parentes.


Para os judeus, é uma obrigação mostrar compaixão por meio da visita de condolências. Isso é uma mitsvá, ou seja, uma ordem bíblica. O objetivo fundamental dessa visita durante a shivá é aliviar o enlutado do fardo intolerável da intensa solidão e começar a incluí-lo novamente na sociedade.


Por fim, passado o shivá, é chegado o sheloshim - um período de trinta dias mais intensos que abarcam o shivá. Barbear-se e cortar o cabelo geralmente é proibido, assim como cortar as unhas e lavar o corpo todo (é feita apenas uma limpeza necessária). Ainda não passou-se tempo suficiente para retomar suas obrigações sociais, mas a pessoa começa lentamente a voltar. 

O período de um ano - os 12 meses que se passaram desde a morte desse ente - é de retomada total da vida, com exceção das festividades coletivas ou pessoais, cuja ausência é uma forma de respeito do enlutado. No encerramento deste último estágio, espera-se que a pessoa continue seu luto apenas em breves momentos, como quando yizkor (prece especial recitada em memória aos entes falecidos) ou yahrtzeit (aniversário de morte do ente falecido) estão sendo cumpridos.


Budismo


Apesar de não se tratar de uma religião formal, e mais uma filosofia, como te explicamos aqui, o Budismo também tem seus ensinamentos para somar. Para eles, o luto é visto como uma oportunidade para refletir sobre a natureza impermanente da vida e praticar a compaixão e a aceitação.


Os budistas acreditam ainda na reencarnação - como os espíritas -, e a morte é portanto vista como parte de um ciclo contínuo e complexo de renascimento. As práticas budistas de luto podem incluir meditação, recitação de sutras e cerimônias de memória para o falecido.

Espiritismo


Para os espíritas, a morte é uma passagem para a verdadeira vida do espírito, como explica o Instituto Chico Xavier, instituição que leva o nome do principal líder dessa religião. “Enquanto encarnados mesmo que não tenhamos noção disso, ao dormir nosso espírito fica livre e vai de encontro ao que nos unimos durante o dia em pensamento, seja bom ou mal, a sintonia é o que define se vamos para aprender, reencontrar quem amamos ou para saciar os vícios ou ser perturbados por quem nos conectamos ou atraímos em vidas passadas”, explicam. 


Por conta dessa crença de que há toda uma outra vida após a morte e na comunicação entre os vivos e os espíritos desencarnados, existem diferentes vertentes e práticas dentro do espiritismo, incluindo a mediunidade, que é a capacidade de estabelecer essa comunicação com quem ficou por aqui e quem se foi. As cartas psicografadas, por exemplo, podem trazer conforto para quem está enlutado.


Durante o período de luto, muitos praticantes do espiritismo recorrem à fé, à oração e à busca por consolo espiritual para lidar com a perda de entes queridos. Eles costumam se apegar também ao fato de que esse espírito ainda vive, só não está mais preso ao seu corpo físico.


Além disso, as reuniões mediúnicas podem desempenhar um papel importante no processo de luto para alguns espíritas, proporcionando a oportunidade de se comunicar com os espíritos dos falecidos e receber mensagens de conforto e orientação. A depender do centro espírita que você visitar, haverão práticas e abordagens diferentes, também com base no nível de sofrimento daquele que procura ajuda. Até mesmo “cirurgias espirituais” podem ser oferecidas. 


Hinduísmo


No Hinduísmo, o luto é visto como parte do ciclo de morte e renascimento, o chamado samsara. Os hindus também acreditam na reencarnação, e ainda que a alma dessa pessoa que se foi continua sua jornada após a morte. As práticas de luto hindus podem incluir rituais como a cremação, cerimônias de memória e oferendas aos antepassados.


Independente da religião, perceba como cada uma à sua maneira pretende consolar o enlutado e oferecer conforto. Isso porque, por melhor que seja a interpretação dessa passagem, trata-se de um período intenso e complexo para todos nós. A morte pode não ser um adeus eterno a depender da sua crença, mas é sempre ao menos um até logo que deixa saudades para quem fica. Apegue-se à sua espiritualidade nesse momento difícil: ela irá te ajudar!

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