Para Inspirar

O que são transtornos alimentares e quais são os principais?

Saiba identificar os seus sinais de alerta ou de alguém que possa estar enfrentando esse problema e o que fazer diante dele

6 de Dezembro de 2024


No primeiro episódio da décima oitava temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história de Carolina Farani, que enfrentou a dura face da anorexia e chegou a pesar 32 quilos aos 21 anos de idade. No seu caso, esse transtorno foi a resposta que sua mente encontrou para enfrentar todo o bullying e a baixa autoestima que ele gerou nela ainda muito nova, durante a adolescência e começo da vida adulta. 

“Eu entrei na academia e comecei a excluir alguns alimentos da minha dieta. Era tipo assim: feijão dá gases, então tira o feijão. Arroz tem calorias, então corta o arroz. Depois tirei o pão, a carne, o leite, as frutas. E assim foi até chegar ao extremo de passar cinco dias sem comer nada, só bebendo litros e litros de água. Ao mesmo tempo, eu passava horas e horas na academia, com um p
lástico filme enrolado na barriga, pra queimar mais gordura”, relembra a publicitária.

Ela sem sombra de dúvidas não enxergava a realidade dos fatos no espelho: estava muito abaixo do peso e já colecionando problemas como pele amarelada, confusão mental, perda de cabelo e até dificuldades para andar. Foram suas amigas da faculdade que a confrontaram diante do problema e uma educadora física que nomeou o que ela tinha pela primeira vez.

A seguir, conheceremos um pouco mais sobre os possíveis transtornos alimentares que um indivíduo pode enfrentar e o que fazer a partir dos sinais mais óbvios. 

A comida enquanto inimiga


Os transtornos alimentares (TA) são condições de saúde mental reconhecidos pelos principais sistemas classificatórios atuais – a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e a 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11).

Eles são caracterizados por perturbações graves no comportamento alimentar, nas atitudes em relação ao peso e à forma corporal, e em como a alimentação é percebida, nos pensamentos e emoções relacionados a tudo que se refere a esse universo da alimentação. 

Esses transtornos, aliás, frequentemente estão associados a problemas emocionais, psicológicos e físicos significativos, seja proveniente de um trauma, ou de um exemplo negativo familiar com a comida ou com a própria aparência, por exemplo. Eles são considerados graves e podem ser fatais. 

Seus tratamentos envolvem sempre uma abordagem multidisciplinar: psicólogos, psiquiatras, nutrólogos e educadores físicos podem entrar na jogada, dentre outros profissionais que podem ou não estarem envolvidos. Mas quais são esses transtornos?

Anorexia


Sua principal característica é a restrição extrema da ingestão calórica, movida por um medo intenso de ganhar peso. E esse medo existe mesmo quando a pessoa está abaixo do peso ideal, como era o caso de Carolina, já que a pessoa possui uma percepção distorcida do próprio corpo ou negação da gravidade do baixo peso.

Essa pessoa se torna obsessiva em contar calorias ou em fazer exercícios de uma forma que ultrapassa o que é saudável, além de haver a possibilidade do uso de laxantes e outros medicamentos sem que a família saiba e que são nocivos quando usados sem indicação médica.

O corpo sente de diversas maneiras, como mudança na coloração da pele, fraqueza nos músculos, perda de cabelo, confusão mental e esquecimentos e, no caso das mulheres, é comum haver alteração na menstruação ou ausência completa.

Bulimia


A bulimia pode se dar junto da anorexia ou de forma isolada, e caracteriza-se por episódios recorrentes de compulsão alimentar - a ingestão de grandes quantidades de comida em curto tempo - e, na sequência, os chamados “comportamentos compensatórios inadequados”, como vômitos induzidos, uso excessivo de laxantes ou diuréticos, jejuns ou exercícios excessivos.

Os gatilhos variam de cada pessoa, mas a autoestima fortemente influenciada pela forma e peso corporal é comum a todos os que sofrem desse e de outros transtornos alimentares. Mas a bulimia especificamente pode passar mais despercebido do que a anorexia, já que o indivíduo se alimenta aparentemente normal, mas ninguém sabe o que ele faz depois de se alimentar.

Por conta do excesso de vômito, ela pode causar problemas como desidratação e alterações gastrointestinais, inflamação crônica na garganta, refluxo gástrico, cáries e sensibilidade nos dentes.

Transtorno de compulsão alimentar


E falando em compulsão alimentar, uma das características da bulimia, ela por si só pode ser um transtorno, podendo ou não ter os comportamentos compensatórios vistos anteriormente. Aqui, a pessoa come exageradamente mesmo se não estiver com fome, porque a ideia é que haja essa transferência de alguma angústia - independente de qual for - para o alimento.

Logo em seguida de um episódio, há os sentimentos de culpa e vergonha, além de poder enfrentar um desconforto físico pelo exagero na ingestão. Um dos sinais mais clássicos desse transtorno é a velocidade com que a pessoa come, sem conseguir parar de ingerir alimentos e sem se importar com a temperatura, com a aparência ou se está cru, por exemplo. Há um traço de desespero nesse movimento. 

Transtorno de ingestão alimentar restritiva/evitativa (ARFID)


Um pouco menos conhecido do que os outros, mas igualmente nocivo, o ARFID faz com que a pessoa evite certos alimentos ou restrinja sua ingestão com base na textura, cor, cheiro ou medo de engasgar. Diferente dos outros, a preocupação com peso ou forma corporal não aparece por aqui, mas pode levar a deficiências nutricionais, perda de peso ou interferência significativa na vida cotidiana da mesma forma.

Ortorexia


É o nome que se dá à preocupação exagerada com o que se come, cujo objetivo é sempre se alimentar da forma mais correta e saudável possível e também envolvendo um controle de calorias e qualidade bastante extremo. Isso pode levar a pessoa a estudar excessivamente sobre alimentação saudável e até a evitar comer fora de casa.

Vigorexia


Semelhante à ortorexia, a vigorexia é conhecida como transtorno dismórfico muscular ou Síndrome de Adônis, e sua diferença é que há uma obsessão pela alimentação saudável, mas o foco é ter o corpo perfeito. Isso consequentemente pode levar também à prática exagerada de exercícios físicos e uso exagerado de suplementos alimentares, sem falar nas dores musculares e outros sintomas.

Outros transtornos especificados (OSFED)


Envolve sintomas alimentares significativos que não atendem aos critérios completos para os transtornos acima, mas ainda causam sofrimento e comprometimento funcional.

Caminhos para a cura


Para qualquer um dos transtornos mencionados, a rede de apoio é fundamental, até porque ela é geralmente a porta de entrada para o tratamento e diagnóstico. Dificilmente a pessoa que está doente reconhecerá que tem um problema e irá procurar ajuda de forma espontânea.

De qualquer forma, esse indivíduo será submetido a exames físicos detalhados, a fim de identificar possíveis complicações (como desnutrição, desequilíbrios eletrolíticos ou problemas cardíacos) e pode-se exigir ainda alguns exames complementares, como análises laboratoriais (glicose, eletrólitos, função renal, hormônios) ou de imagem quando necessário, como osteoporose em casos avançados de anorexia. 


O seu histórico alimentar, incluindo padrões e comportamentos relacionados à comida, também será sabatinado. Em qualquer um dos casos a abordagem será multidisciplinar e a presença de um psicólogo - e, a depender do caso, de um psiquiatra - será imprescindível. 

Entrevistas clínicas para entender as atitudes em relação ao peso, imagem corporal e alimentação e uso de questionários padronizados, como o Eating Disorder Examination (EDE), serão etapas preciosas dessa jornada, e os critérios diagnósticos serão baseados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

A partir do diagnóstico, terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia familiar, terapia dialética-comportamental (TDC) ou outras abordagens serão caminhos sugeridos. O acompanhamento nutricional é igualmente importante, já que uma reeducação alimentar e planejamento de uma dieta equilibrada serão precisos. O caminho é longo, mas há saída ao final dele e com paciência, compreensão,  autoconhecimento e apoio familiar, tudo é possível.

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Ter um animal de estimação pode ser bom para a sua saúde

Mais do que alegrar o ambiente, os animais de estimação desempenham um papel importante para a nossa saúde. Confira mais!

31 de Março de 2021


No segundo episódio da quarta temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir, mergulhamos no tocante relato do publicitário e criador de conteúdo, Rafael Mantesso . Ainda casado, ele buscava em um animal de estimação, de forma inconsciente, as mesmas características que possuía em si e não sabia explicar.

Nessa procura, ele encontrou Jimmy, um cachorro da raça bull terrier extremamente dócil, leal, silencioso e um tanto obsessivo, assim como seu tutor. A conexão foi tanta que, mesmo com o fim do casamento de Rafael, a tutela do cão ficou para ele. Porém, todo o restante da mobília da casa foi para sua ex-esposa, deixando assim o ambiente completamente vazio e melancólico.

Para lidar com essa situação, Rafael passou a pegar caixas de papelão no supermercado para preencher o espaço vazio, inicialmente. Porém, depois elas se tornaram cenário dos seus mais criativos desenhos, hábito que ele retomou nesse período complexo.

Tendo Jimmy como parte do cenário e protagonista das cenas, o sucesso foi estrondoso. Rapidamente, a conta de Rafael passou a ganhar milhares de seguidores, propostas comerciais e um contato que mudaria sua vida: uma neurologista da Nova Zelândia que solicitou o uso de suas imagens em seu trabalho sobre a interação de animais de estimação com autistas.

Esse pedido só confirmou o que há muito Rafael já suspeitava: ele possuía a Síndrome de Asperger, uma forma leve do autismo, e desde então, passou a entender porque preferia a companhia de seu cachorro a de outros seres humanos e qual era o papel crucial de Jimmy em sua vida.

O resto da história você confere em seu episódio completo, mas o caso é que animais de estimação exercem uma função verdadeiramente terapêutica a diferentes males dos seres humanos, ainda que a gente nem perceba. E quais seriam esses benefícios afinal?

Terapia em 4 patas

Não é um achismo: pets podem ser terapêuticos. Esse fato é tão comprovado que há inclusive uma área toda dedicada a isso, chamada zooterapia. Ela tem como objetivo trazer a presença do animal para o tratamento de seu tutor, gerando mais calma e alegria para quem está internado, por exemplo, e até ativando estímulos sensoriais, como o toque e o faro.

Aqui no Brasil, essa terapia é feita há pelo menos 60 anos, mas somente de uns tempos para cá que os maiores hospitais se atentaram a sua eficiência. O hospital Albert Einstein, por exemplo, agora permite a entrada de cães em horário de visita inclusive na UTI.

Dentro dessa prática, há dois caminhos possíveis a serem seguidos: a Terapia Assistida com Animais (TAA), mais complexa e com a necessidade do acompanhamento de um profissional da saúde; e a Atividade Assistida com Animais (AAA), mais livre e abrangente onde a visita do animal é meramente recreativa e a atuação do mesmo será menos intensa.

Ao ter contato com os pets, o nosso cérebro ativa o chamado sistema límbico, uma região localizada abaixo do córtex frontal e também conhecida como nosso “cérebro emocional”. É ali onde nossas emoções são ativadas e, no caso de se relacionar com bichos, há liberação de endorfina, o hormônio que nos gera tranquilidade, bem-estar, entre outros benefícios.

A zooterapia pode ser desempenhada também fora do ambiente hospitalar, como uma espécie de terapia assistida em casa, para pacientes com comorbidades crônicas. Ela acaba sendo um modelo completo e transversal, pois atua tratando dos problemas físicos e psicológicos também.

Ainda se tratando de doenças emocionais, engana-se quem pensa que a atuação animal se dá somente em pacientes depressivos ou ansiosos. Esses dois grupos são evidentemente bastante influenciados positivamente. Mas pacientes com esquizofrenia, por exemplo, também são beneficiados.

Isso porque ter um cachorro ou um gato ajuda na formação de um vínculo afetivo sólido, que é trabalhado diariamente. Até mesmo contato com cavalos, os “pets” maiores, também pode proporcionar essa afinidade tão intensa. Uma pesquisa brasileira demonstrou que muitos pacientes esquizofrênicos ou bipolares se sentiam mais confortáveis na presença de um pet do que de seres humanos, além de um aumento de autoeficácia e autoestima.

Atuação física

Saindo do campo dos neurotransmissores e outros estímulos cerebrais e indo para outras áreas da anatomia, os animais também desempenham papéis importantes. Há uma série de estudos que apontam para o benefício de cachorros e gatos em problemas respiratórios, prevenção de AVC e até rastreio de câncer e hipoglicemia.

Estudos, aliás, não faltam quando o assunto é essa nossa relação com nossos melhores amigos. Uma pesquisa de 1980 realizada pela Universidade da Pensilvânia comprovou um aumento na taxa de sobrevivência nos pacientes cardíacos que eram tutores de animais de estimação. Anos depois, a cardiologista Karen Allen, pesquisadora da Universidade do Estado de Nova York, foi além e comprovou que a parte do grupo analisado que possuía animais apresentou redução no estresse e, consequentemente, na pressão arterial.

Eles também podem fortalecer nosso sistema imunológico, nos protegendo de alergias, sobretudo nas crianças, que ainda estão em formação. Elas são aliás um público perfeito para se ter um pet, como defende esse artigo . Ter um cachorro na infância é benéfico para criar senso de responsabilidade, maturidade emocional, menor risco de obesidade, entre outros!

Ter um pet exige algumas necessidades, como levá-lo para passear, e isso faz com que o seu tutor obrigatoriamente se movimente e se exercite nessa caminhada. Socialização, memorização e concentração são outros benefícios advindos dessa interação entre homem e animal, pois é colocada em prática todos os dias. O aumento de passadas diárias reduz a incidência do enfraquecimento dos músculos e da sarcopenia.

Esses últimos benefícios, aliados ao fato de que ter um pet diminui a sensação de solidão e ajuda no processo do luto nos leva a próxima e última conclusão: além das crianças, os idosos são o perfil ideal e extremamente beneficiados na presença de um pet.

Assim como Rafael Mantesso, comece a pensar em todos os fatores positivos que ter esse companheiro para a vida toda poderia trazer para sua mente, corpo, espírito, contexto, relações e até propósito. De forma completa, o um pet contempla todos os seus pilares Plenae com a certeza de que ele se manterá ali nas horas boas e ruins. Abrace a causa e procure um melhor amigo para chamar de seu!

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