Para Inspirar

O corpo fala: o que são as doenças psicossomáticas?

Suas emoções não se restringem somente à sua mente. Quando em desequilíbrio, elas podem lhe causar problemas físicos

25 de Novembro de 2022


As emoções fazem parte de um mecanismo complexo do nosso corpo. Isso porque elas se dão no cérebro, movimentam uma gama de diferentes neurotransmissores, mas transcendem e podem afetar todo o seu corpo de forma física. Recentemente, te contamos aqui sobre a relação entre o que você sente e como isso afeta sua pele, a chamada psicodermatologia. É o caso do vitiligo, que te contamos por aqui também. 

Mas nossa mente vai além da pele. O assunto é tão complexo que foi tema de pesquisa de Regina Ramos, participante da décima temporada do Podcast Plenae. Ela, que sempre se dedicou aos estudos de psicologia, foi acometida por um câncer de estômago e passou de paciente a psicóloga. Impossível, porém, cravar que seu tumor tenha sido gerado por suas emoções, apesar de algumas pesquisas já indicarem uma possível relação, sobretudo o de mama

Por que isso acontece?

Primeiro, é preciso entender que corpo e mente não andam separados. Se você adoece fisicamente, isso afeta o seu humor, por exemplo. O contrário também é verdadeiro: se seus sentimentos não andam bem, isso em algum momento irá afetar o seu físico. 

O caso é que, como o nome já diz, as doenças psicossomáticas são resultado da soma de sintomas psicológicos que se tornam doença - no caso, físicas. Um dos principais órgãos afetados, além da pele que mencionamos, é o intestino, o nosso “segundo cérebro”, como te contamos neste Tema da Vez.


Por isso, não é raro você senti-lo afetado quando está com as emoções à flor da pele. Daí que vem a sensação de “dor de barriga” quando se está nervoso ou até mesmo as “borboletas no estômago” quando se está apaixonado, sentimento que provoca uma série de reações semelhantes à da ansiedade e ao do vício em drogas, lembra

Alexandre Walter Campos, neurocirurgião pelo Hospital Heliópolis (SP) e da Central Nacional Unimed, explica ao UOL que quase nada acontece no organismo sem que haja a participação do cérebro. "A interação cérebro-intestino, por exemplo, se dá desde o nível do sistema nervoso periférico, nos órgãos abdominais, até o sistema nervoso central em relação com o sistema límbico, 'circuito das emoções', e sistema neuroendócrino, que regula a atividade hormonal".

A ansiedade, o estresse e a depressão podem causar alterações de sono, apetite e perda de energia. "O componente psíquico está sempre presente em todos os casos", garante Wimer Bottura, psiquiatra e presidente da ABMP (Associação Brasileira de Medicina Psicossomática), em entrevista ao portal mencionado.

Segundo ele, os hormônios como adrenalina e cortisol, liberados por medo, tristeza ou estresse geram um desequilíbrio bioquímico e, consequentemente, uma alteração funcional. Ainda que ela não apresente um dano físico imediato, é a sua persistência que irá causar uma alteração estrutural, ou seja, a doença irá se concretizar dependendo da forma como esse paciente lidou com o problema. 

"O cérebro não trabalha com fatos, mas com informações sobre fatos e numa tentativa de se defender de uma ameaça não identificada pode reagir com manifestações relacionadas ao emocional. A maioria das pessoas que procuram atendimento de urgência não tem doenças, mas alterações funcionais que vão evoluir para algo se não tratadas", complementa Bottura ao portal de saúde.

Doenças como gastrite, diabetes, hipertensão, fibromialgia, artrite, asma, alergias, dores nas costas e outras partes do corpo como cabeça e pescoço, crise de falta de ar, taquicardia e diarréia são só alguns sintomas que podem porventura surgir e terem fundos emocionais.

Há ainda as doenças que se tornam crônicas, como úlceras, Síndrome do Intestino Irritável ou Doença de Crohn, enxaqueca e até algumas alergias alimentares. A falta de líbido e a impotência sexual, apesar de não ser crônica, pode perdurar por um tempo. 

Por fim, há casos em que os sofrimentos somados a pensamentos obsessivos culminam em sintomas extremos de cegueira e até paralisia, causando uma impressão de que se vai infartar, convulsionar ou ter um AVC. Essa paralisia causada pelo emocional é estudada há anos e, no começo do século XX, foi denominada pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, como Paralisia Histérica.

Diagnóstico e cura

Por terem fundo emocional, o diagnóstico dependerá bastante da anamnese, que é a entrevista do médico com o paciente, momento onde são levantadas questões mais subjetivas e pessoais. Exames até poderão ser solicitados para tentar identificar ao menos o local exato do sintoma, mas a sua causa exata será na base da conversa, exclusão de outras possibilidades e da conclusão do especialista.

Por isso, esse paciente está suscetível a sofrer por algum tempo em busca dessa resposta por considerar ser apenas físico, e ela pode acabar se viciando em realizar vários exames idênticos e/ou se consultar com diferentes médicos, sem ter sucesso. Isso pode ser prejudicial, sobretudo se envolver procedimentos invasivos e desnecessários, que podem oferecer riscos e até mesmo adiar o verdadeiro diagnóstico.

Por se tratar de doenças com fundo emocional, um encaminhamento ao psicólogo e até mesmo ao psiquiatra será indicado, mas será preciso cuidar do que se tornou físico com as devidas medicações, tratando simultaneamente a causa psíquica que gerou tudo isso. 

Converse com seu médico caso esteja sofrendo de algum mal há tempos e não tenha conseguido curá-lo ou entender o que o ocasionou. Você pode estar sofrendo de uma doença psicossomática. Mas fique tranquilo: elas têm cura!  

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O papel da espiritualidade na velhice

Pesquisadores buscam na espiritualidade uma razão para a longevidade

28 de Junho de 2019


É importante entender como os idosos estão respondendo aos desafios e oportunidades que enfrentam ao ter uma vida mais longa. São muitos os percalços, como morte de entes querido, perda de capacidade física e a mudança representada pela aposentadoria.

Estudos apontam a importância da espiritualidade, principalmente no período do envelhecimento. Pesquisadores das universidades Duke e de Miami exploraram as dimensões espirituais de um grupo de centenários com o objetivo de descobrir seu significado nesse período.

Veja abaixo o que os centenários pensam sobre:

Espiritualidade.
A espiritualidade está preocupada com o fenômeno individual, tais como experiências pessoais do transcendente (além das preocupações e pensamento verbalizado), identificado com uma resposta às questões da vida e do significado da existência.

Religião.
Está mais intimamente associada a comportamentos específicos, sociais, doutrinais e características denominacionais, muitas vezes estreitamente identificadas com instituições religiosas, teologia prescrita e rituais. Estudos anteriores, que serviram de base para os pesquisadores, já indicavam funções e significados tanto da espiritualidade como da religião no curso das vidas de pessoas experientes.

Adaptação às mudanças.
A espiritualidade foi identificada como um elemento-chave de fortalecimento nessa faixa etária, pois ajuda na adaptação às mudanças inerentes ao tempo. Em muitos casos ajudam a identificar elementos positivos de uma situação difícil. Foi o que concluiu a pesquisa Busca pelo Significado, elaborada pelas sociólogas Monika Ardelt e Susan Eichenberger, publicada no Jornal da Religião, Espiritualidade e Envelhecimento, em 2008. A dupla comparou grupos de meia idade com o de idosos com doenças terminais.

Resiliência.
É recurso importante para alguns idosos, mas nem todos, à medida que expandem a consciência. Viver mais e aproximar-se inevitavelmente da morte evoca o pensamento contemplativo sobre o significado da vida, afirma o psicólogo junguiano James Hillman, autor do livro de Soul’s Code, in Search of Character and Calling, da Warner Books, de 1996. Outro autor, Lars Tornstam explora a ideia parecida na obra Gerotrancendence: The Contemplative Dimension of Aging , de 2005.

Ele escreve: “A gerontotranscendência seria uma transcendência individual em comunhão com o cosmo e o espírito universal redefinindo tempo, espaço, vida, morte e o próprio ‘eu’”. Robert Atcheley, gerontologista americano da Universidade Johns Hopkins, argumenta que a espiritualidade foi negligenciada pela gerontologia e pela ciência social.

No estudo Espiritualidade e Envelhecimento, ele sugere até mesmo um tratamento sistemático de espiritualidade como um direito pessoal e necessário para a expansão da compreensão do rico e complexo mundo da meia-idade e do envelhecimento.

Pesquisas indicam que certos idosos (aqueles para quem a religião e a espiritualidade são importantes) demonstram resiliência em suas narrativas sobre a vida e sobre o que eles atribuem a viver vidas longas. Algumas dicas de leitura sobre o tema:

As descobertas colocam luz sobre as experiências dos centenários. Elas deixam claro que espiritualidade e religião são mais do que construtos para os que têm essa experiência. Em especial, a religião proporciona conexão e significado às pessoas.

Leia o artigo completo aqui.

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