Meu primeiro amor

Aquele sorriso que atravessou como uma faca, mas com a leveza de uma pena.

12 de Junho de 2024


Aquele sorriso que atravessou como uma faca, mas com a leveza de uma pena. Ele antecedeu a risada, que veio em rompantes: começou breve e se tornou uma explosão que atingiu a todos que estavam por perto, mas especialmente a um, que voltou ferido para casa, ostentando essa ferida com temor e excitação na mesma medida. 

O medo do desconhecido e uma fome intensa de enfim conhecê-lo. Uma curiosidade genuína e um estoque infinito de perguntas que talvez sejam caladas por conta do nervosismo. Movido por esse desejo em estar mais apresentável e de parecer interessante, de ser notado, mas ao finalmente ser, um suor adocicado que escorre pela testa sem freios ou destino final. 

E então, a aproximação. A troca de olhares mais profundos. As longas conversas e os primeiros "eu nunca contei isso para mais ninguém", que na linguagem do amor, vale mais do que um "eu te amo". A simbiose de quem soube sim ser feliz sozinho, mas descobriu ser ainda melhor acompanhado. Uma alegria leve que parece habitar em cada poro de forma tão evidente que é impossível esconder. 

A primeira paixão, essa que vem marcada pelo ineditismo de todas as coisas, é provavelmente uma das experiências mais importantes de toda uma vida. Não é à toa que nunca nos esquecemos do alvo dessa paixão e todas as sensações envolvidas.  

Essa paixão pode ser pueril, ainda na infância ou pode se dar no fervor da adolescência, etapa onde esse arrebatamento impera em cada movimento. Mas ela pode vir ainda na vida adulta, quando o indivíduo acredita já ter vivido de tudo, até perceber que nada do que viveu se compara a esse estado de poesia. Nunca é tarde para se sentir assim, infinito em seu próprio universo particular. Permita-se a essa entrega: apaixonar-se é sempre um encontro definitivo, ainda que dure rapidamente. Feliz dia dos namorados!

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Para Inspirar

Viveremos 100 anos, mas como?

A expectativa de uma vida longa exige a reflexão de como aproveitar os anos extras

29 de Novembro de 2019


Há dois séculos, passar dos 40 anos era algo incomum. Graças aos avanços médicos e sociais, porém, a expectativa de vida começou a aumentar num ritmo considerável no final do século 19. Hoje, chegar aos 80 anos é normal. E tudo indica que, dentro de pouco tempo, os centenários serão muitos. A ciência comemora o aumento da expectativa de vida como uma vitória na batalha da humanidade contra a morte. No entanto, como viver esses anos a mais? Vale a pena ter o luxo de ser mais longevo? Solidão e falta de recursos. O mundo acadêmico estuda essas questões na tentativa de prever como será a velhice dentro de meio século. Entre as investigações, descobrir como frear o aumento das desigualdades e da solidão, dois males especialmente associados às idades avançadas. Um caso extremo é o do Japão – proporcionalmente, o país com maior número de idosos, seguido da Espanha. A imprensa japonesa informou recentemente casos de idosos que cometem pequenos crimes, como roubos em lojas, para passar uma temporada na prisão. Ali, dizem, eles se sentem mais cuidados do que fora. Além de terem uma vida solitária, não têm dinheiro suficiente. No ensaio A Fin de Cuentas, Nuevo Cuaderno de La Vejez (Afinal de contas, novo caderno da velhice), ainda sem tradução no Brasil, o filósofo espanhol Aurelio Arteta propõe: “Assim como o jovem e o maduro costumam estabelecer fins e meios; metas; e o caminho até elas; não deveria o idoso sensato fazer algo parecido enquanto pode, e com maior razão ainda se esses fins e metas são, por definição, mais irrevogáveis que os percorridos pelas idades anteriores?” Por e-mail ao jornal El País , Arteta acrescentou: “Limito-me a imaginar que, em um número cada vez maior, os indivíduos transformarão a velhice prolongada em uma época de benefício para si, e não tanto de penosa espera da morte.” A vida se prolonga, e é preciso pensar o que fazer. Fonte: Cristina Galindo, para El País Síntese: Equipe Plenae Leia o artigo completo aqui .

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