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"Jovens" com mais de 50 anos: de invisíveis a protagonistas

Cada empresa vai ter uma parcela maior de profissionais e de clientes maduros

11 de Outubro de 2019


O que é, o que é: está em toda parte, mas ainda é invisível; possui enorme poder de consumo, mas é ignorado pela publicidade; tem conhecimento, inteligência emocional, comprometimento e experiência, mas não é valorizado no mercado de trabalho? Estou me referindo aos “jovens” com 50 anos ou mais -- jovens porque muitos ainda vão viver até os 100 anos. Apesar do recente estudo Oldiversity do Grupo Croma comprovar que as empresas genuinamente envolvidas com o tema longevidade obtêm relevante impacto positivo na preferência do cliente, as marcas ainda engatinham A tese de Doutorado da professora de publicidade Christiane Machado, da Universidade Positivo, concluiu que os idosos aparecem em menos de 3% das propagandas e, em muitos desses casos, de maneira estereotipada. Outro trabalho, realizado pelo blog Beleza na Melhor Idade, que consultou mulheres com 60 anos ou mais, constatou que 60% delas não se sentem representadas pela mídia. São exemplos que ilustram o enorme vácuo da Economia da Longevidade (expressão difundida pela ONG multinacional AARP, que luta pelo envelhecimento com qualidade de vida). Há carência de uma comunicação inclusiva que contemple desde um posicionamento institucional pertinente até a indispensável empatia para cativar esses consumidores. E, igualmente, faltam estratégias específicas que englobem uma atrativa jornada de compras e o oferecimento de produtos e serviços voltados às crescentes e peculiares demandas desse grupo. Aqueles que já detectaram oportunidades vêm colecionando êxitos e multiplicando usuários, como as startups ISGame , Euvô e Gero360 . Começam a surgir novidades, como marketplaces exclusivos, roteiros de viagens inclusivas, serviços de biografias que eternizam o legado e espaços arquitetônicos idealizados especificamente para este segmento. Mas a maioria dos empreendedores e grandes empresas ainda age como se ignorasse o potencial estimado da “Revolução prateada”. Os cidadãos com 50 anos ou mais querem sentir que são bem-vindos socialmente e valiosos em termos profissionais. Viver pelo menos um século já é uma realidade cada vez mais comum. No livro The 100-Year Life – Living and Working in an Age of Longevity (inédito no Brasil), os autores Andrew Scott e Lynda Gratton questionam a simplificação da vida profissional em três etapas. “Ela (a definição simplificada) começa com a educação, é seguida pelo trabalho e depois vem a aposentadoria. Mas essa trilha começa a desmoronar: a expectativa de vida aumenta, as aposentadorias com o salário final estão desaparecendo e um número crescente de pessoas faz malabarismos com várias carreiras. Se você tem 18, 45 ou 60 anos, precisará fazer as coisas de forma muito diferente das gerações anteriores”. Nos EUA, onde a Economia da Longevidade equivale a 40% do PIB, há 60 milhões de pessoas com 50 anos ou mais que não atuam profissionalmente, um potencial econômico de US$ 2 trilhões. Novos fluxos de trabalho digitais e alternativas de negócios estão sendo desenvolvidos para aproveitar esse valioso e qualificado contingente. No Brasil, há iniciativas que pleiteiam cotas para idosos nas empresas. Outras estimulam o “estagiário sênior”. Há também o “Regime Especial de Trabalho do Aposentado”, projeto de lei elaborado pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon , em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), com o objetivo de facilitar a participação dos aposentados com mais de 60 anos no mercado de trabalho de maneira formal. Isso ocorreria em um regime com menor carga horária e maior flexibilidade na alocação do tempo trabalhado. Também isenta o tomador de serviços de fazer contribuições previdenciárias e depósitos do FGTS em relação à remuneração do trabalhador aposentado contratado nesse regime. Com ou sem os benefícios institucionais, metade da força de trabalho no Brasil terá 50 anos de idade ou mais até 2040. É o chamado “protagonismo sênior”. Como dizia Millôr Fernandes, “é preciso muito talento para envelhecer”. Características que antes eram seletivas, hoje são indispensáveis. Estar sempre atualizado, demonstrar resiliência para alcançar as metas, ter uma elevada dose de humildade para reconhecer as próprias deficiências e estabelecer estratégias de relacionamento que envolvam tanto participativas ações presenciais como uma enriquecedora presença virtual tornaram-se exigências para a recomendação profissional, e não mais diferenciais competitivos. Para ter empregabilidade, esses profissionais precisam se reinventar a todo instante. O mercado de hoje é totalmente diferente do século passado e não valoriza apenas o conhecimento técnico, mas também as “soft skills”, competências, habilidades e comportamentos, que se transformam velozmente. Uma notícia animadora é que, de acordo com o Índice de Confiança Robert Half, 91% das empresas afirmam que estariam dispostas a ter em sua equipe colaboradores com 50 anos ou mais. Se o caminho for o empreendedorismo, sonho de 77% dos profissionais, há atrativos inegáveis, como o horário flexível, ser seu próprio chefe e a possibilidade de ampliar a remuneração. Por outro lado, os desafios são diários, como a insegurança financeira e a instabilidade, econômica e do próprio segmento. Ter um negócio próprio não é gerenciar uma “ilha da fantasia” e nem participar das “aventuras da Pollyanna”. Clarissa Perna, do Sebrae, é taxativa: “Um empreendedor com 50 anos não tem mais muito tempo para errar ao investir suas economias de uma vida inteira, por isso é tão importante a capacitação desse público. Muito mais que sonho, empreendedorismo é responsabilidade”. É imprescindível estruturar um projeto realista, rentável e recorrente, os “três Rs”, além de estar ciente sobre as características e riscos que rondam este universo. Como 42 anos é a média de idade dos CEOs das startups do Vale do Silício e 55 anos a dos principais executivos das empresas listadas na Bolsa, a consultoria se tornou uma alternativa bastante usada por esta faixa etária. Ela terá mais possibilidade de êxito à medida em que o grupo for formado por profissionais que se complementam em formação e experiência, ao mesmo tempo em que estejam alinhados nos objetivos e na dedicação. Há uma sopa de letrinhas para definir as gerações: Baby Boomer, X, Y, W, Z ou Alfa.... a cada momento surge uma nova. Não importa em qual delas você está hoje. O importante é que encontre a felicidade diária no equilíbrio sustentável entre a atuação profissional, a qualidade de vida e uma postura positiva diante dos desafios. Com esse tripé, você será um “jovem 100+” saudável e feliz. Fonte: Mauro Wainstock, para É poca Negócios Síntese: Equipe Plenae Leia o artigo original aqui .

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O que a ciência tem a dizer sobre o chocolate?

Paixão nacional, ora vilão e ora mocinho, a ciência investiga constantemente as substâncias do chocolate e seus efeitos dentro do nosso corpo

7 de Julho de 2022


Hoje comemora-se o Dia Mundial do Chocolate. Ora vilão, ora mocinho, ele é paixão nacional, mas vem constantemente acompanhado de avisos de moderação ou indicações de malefícios. Mas o que a ciência já sabe sobre o tema e quais foram as inovações na área? 


Por que gostamos tanto?


Ingerir chocolate é também desencadear uma série de neurotransmissores relacionados ao prazer - assim como se apaixonar. A fermentação dos grãos e da polpa do cacau, além dos processos para secá-los e torrá-los, libera um conjunto de compostos químicos.


Isso cria o aroma tão característico do chocolate que grande parte da população ama. Além disso, há substâncias químicas psicoativas presentes em sua composição como a anandamida – neurotransmissor que estimula o cérebro assim como a cannabis – , além da tiramina e a feniletilamina. Sem falar na dopamina, o neurotransmissor do prazer. 


Ele também é um resgate à nossa infância: segundo pesquisas, sua composição é de 20% a 25% de gordura e  40% a 50% de açúcar. O leite materno é um dos casos raros onde essa quantidade e proporção são encontrados. Até mesmo sua textura contribui para que ele seja tão irresistível, quando identificada pela nossa língua, estimula uma sensação de prazer.


Como ele turbina nosso cérebro? 


Te contamos neste artigo os alimentos que são bons para o cérebro. Um deles é o chocolate escuro, aquele conhecido pelo seu gosto mais amargo. O cacau possui antioxidantes e flavonóides que ajudam a preservar as células cerebrais. Ele também contém fibras para ajudar a reduzir a inflamação do cérebro e prevenir o declínio cognitivo.


Mas atenção: é preciso que seja o chocolate mais amargo. Isso porque ele passa por menos processos de industrialização, sendo mais próximo da pureza do cacau do que suas outras versões mais doces. Um estudo italiano revelou ainda que seu consumo regular pode beneficiar também a memória recente e o processamento de informações visuais. 


Mais atenção

O chocolate, assim como o café e até como o guaraná, possui uma molécula chamada metilxantinas. Quando encontrada no café, ele age como um estimulante mais forte, espantando a fadiga, por exemplo, de maneira mais rápida do que o chocolate - que só por possuir a quantidade de açúcar que possui, também já nos deixa mais despertos, mas não tanto quanto o café.


O benefício, porém, é que o chocolate não nos traz o estado ansioso que o café pode nos trazer. Isso porque o chocolate possui ainda uma outra molécula, a teobromina, que mantém esse estímulo por mais tempo, liberando-o de forma gradual. Por isso ele é mais sutil quando o assunto é te despertar, sem tirar o seu foco. Mas lembre-se: justamente por todos esses motivos, é indicado evitá-lo pela noite.


Benefícios para a cognição 


Pesquisadores do Instituto de Ciência, Tecnologia de Alimentos e Nutrição, na Espanha, divulgaram na revista Nutriens o resultado do cruzamento de 11 trabalhos diferentes, envolvendo 366 adultos com idade média de 25 anos. A conclusão foi de que o consumo regular de chocolate elevaria a produção de proteínas que neutralizaria danos nos neurônios. 


Essa descoberta é positiva para a prevenção de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e outras demências. Ele ainda pode melhorar a memória e o desempenho do raciocínio.


Melhora na tomada de decisões


Um outro estudo, realizado no Reino Unido, ainda revelou que a alta concentração de polifenóis presente em uma bebida com chocolate, por exemplo, a circulação aumentar especialmente na região do córtex frontal, atrás da testa, que tem tudo a ver com planejar ações, prever riscos e tomar decisões. 


Falamos dessa região específica neste artigo, onde te ensinamos como tomar melhores decisões. Um pequeno chocolate nessa hora pode vir a calhar, segundo a ciência. 


Qual escolher?


Antes de mais nada, é preciso apontar que apesar dos seus vários benefícios e também do prazer adquirido ao comê-lo, é preciso moderação. A ingestão de altas quantidades pode ter efeitos contrários, trazendo risco de diabetes e obesidade. Você pode até mesmo desenvolver uma espécie de dependência do açúcar refinado encontrado nas versões mais industrializadas do produto.


Uma vez que você coma chocolate com parcimônia, vamos às indicações. Enquanto a ciência segue procurando pelo chocolate perfeito, você pode ir aproveitando os que já existem. 


  • Coma um tablete pequeno de até 30g por dia, tente escolher sempre pela sua versão amarga que, como já explicamos anteriormente, é a versão mais próxima da semente do cacau, rica em todos esses nutrientes que mencionamos.


  • Quanto maior a porcentagem da pureza, melhor. Essa informação deve vir discriminada em suas embalagens.


  • Evite, a qualquer custo, chocolates em sua versão branca, que não possuem os benefícios mencionados e são uma invenção da indústria. 


  • Achocolatados também não oferecem uma concentração muito alta da substância em si, tendo em sua composição muitas outras coisas além do chocolate e, portanto, não sendo tão benéficos. 


  • Os bioativos do cacau duram cerca de quatro horas no organismo, como contou a engenheira agrônoma Elizabeth Torres, professora de saúde pública na USP, ao UOL VivaBem


  • O pico de sua ação é notado no sistema nervoso cerca de duas horas depois, portanto, se o seu objetivo é observar essa ação, é preciso se programar. 


Aproveite também para colocar em prática a receita que te ensinamos na Páscoa, que une café, chocolate e de quebra é saudável! Nada como celebrar o Dia Mundial do Chocolate sem culpa! 


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