Para Inspirar
O movimento que vem ganhando força nas redes sociais busca trazer autoaceitação e abraçar todos os tipos de corpos existentes
23 de Junho de 2023
No quarto episódio da décima segunda temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história de aceitação da influenciadora e apresentadora Letticia Muniz. Ela conta toda a sua relação com a busca pelo “corpo ideal” - que de ideal, não tem nada -, e como a vontade de ser magra pautou sua adolescência e juventude.
O ciclo de dietas loucas e punições sobre o próprio corpo só cessou quando Letticia conheceu a primeira influenciadora fora dos padrões de magreza que ela achou bonita: Ashley Graham. E foi assim, em uma “simples” navegada na internet, que a sua vida começou a mudar. Não é exagero usar a palavra vida aqui, já que toda a sua trajetória foi marcada pela falta de empatia consigo mesma.
Letticia ainda não sabia, mas ela estava iniciando a sua própria jornada de body positive, e também não sabia que o que parecia um movimento individual, influenciaria outras milhares de pessoas como Graham fez com ela. Mas o que é esse body positive que mencionamos, afinal? Te contamos mais a seguir!
Abraçando seu corpoÉ verdade que a modernidade traz algumas mudanças para o mal, como a falta de tempo, a desconexão do real e a aceleração da rotina. Mas, há uma beleza no que é mutável: as nossas velhas concepções do que é certo e errado, do que deve ou não ser aplaudido, entre outras.
Uma das que está caindo por terra é a certeza de que só há beleza em um tipo de corpo, aquele que sempre esteve presente na televisão e hoje nas mídias sociais. Quando você fechar os olhos, você conseguirá visualizar esse corpo perfeitamente, porque ele foi imposto para todos nós. Ele geralmente é branco, magro, com pouca ou nenhuma imperfeição, cabelo liso… A lista é extensa, mas você sabe do que estamos falando.
O movimento body positive veio para afundar essas certezas e trazer liberdade a todos nós. Sim, todos, porque mesmo os modelos tidos como ideais são aprisionados dentro desse conceito e se tornam escravos dessa exigência de estarem sempre assim, perfeitos.
Ele foi criado por mulheres ainda em 1970, com o movimento feminista da época que buscava revolucionar tantas outras frentes, dentre elas, a inserção de mais mulheres negras e suas demandas na luta que é de todas. Foi mais especificamente em 1967, com uma campanha contra a discriminação pública de pessoas obesas e a luta por seus direitos.
Mas, apesar de não ser exatamente novo, ele foi impulsionado pelo advento das mídias sociais - que, veja só, também traz coisas boas. Hoje vivemos a chamada “terceira onda” do movimento, que começou em 2012 como uma hashtag muito usada no site Tumblr e em grupos do Facebook. O foco ainda era majoritariamente a aceitação da gordura – liderado por uma minoria de mulheres negras que focavam na celebração do amor próprio radical dos seus corpos gordos, como conta esse artigo da revista Vogue.
Apesar de ser bastante incorporado pelas mulheres gordas que buscam aceitação e fuga da imposição pela magreza - como é o caso de Munniz -, o body positive quer abraçar também outras “imperfeições”. Estrias, celulites, narizes grandes, peitos pequenos, manchas, cicatrizes, rugas, pessoas mais velhas, pessoas com deficiência, pessoas não-brancas.
Homens, que também são vítimas dessas exigências e se esquecem. Todas as pessoas têm lugar nesse movimento que busca, justamente, ser o mais coletivo possível. A ideia aqui é ensinar para todos nós que a beleza ultrapassa qualquer medida e que ela mora em atitudes, não tanto no externo. E que todos nós a possuímos em nosso íntimo. O padrão hoje é ser diferente.
Como a jornalista Juliana Ferraz pontua, o movimento não é uma tendência, ou seja, não é algo que está na moda e logo passará. A ideia é justamente que ele seja uma mudança de paradigma irreversível e, ao que tudo indica, ele já vem causando mudanças importantes, sobretudo em relação ao posicionamento de marcas de roupa.
Hoje, é comum encontrar os mais variados corpos em campanhas de marketing e grandes desfiles, e as marcas que não se posicionam ou insistem em padrões excludentes correm o risco grande de serem canceladas pelo tribunal da internet - com muita razão, é claro. Não há mais espaço para isso.
Porém, ainda há muito trabalho pela frente, seja por parte do mundo, que ainda resiste em abraçar o diferente, seja por parte da aceitação individual das pessoas que levam seus tempos e cada um tem o seu, e seja até por parte do movimento. Isso porque há críticas internas de que, ainda que o body positive tenha como objetivo a inclusão, mesmo seus modelos parecem estar sempre dentro do mesmo “padrão”.
“Enquanto o movimento estava fazendo maravilhas para corpos excluídos e menos privilegiados, ele também criou um padrão de beleza que muitos desses corpos nunca alcançarão. Vimos o movimento sair da celebração do corpo plus para ser focado em mulheres gordas “aceitáveis”: lindas, com curvas, geralmente brancas, com cintura fina e quadris largos”, explica Stephanie Yeboah à Vogue.
Outra crítica veio da cantora premiada Lizzo, como conta o artigo, que atenta ao fato de que o movimento é usado por pessoas para seus ganhos próprios e que acaba reforçando essa venda de corpos, algo que não deveria estar à venda. Por fim, há também de se atentar que, todo movimento que busca trazer positividade, pode pecar pelo excesso da positividade tóxica, que te contamos aqui. Está tudo bem não estar bem alguns dias e lembre-se sempre que cada um leva o seu tempo.
O foco agora é ouvir as críticas para construir um movimento cada vez mais sólido e inclusivo, além de angariar aliados importantes como a sociedade civil, as próprias pessoas consideradas padrões - que agregam muito quando se unem à luta -, e claro, as marcas. É preciso união para que se tenha a força e a credibilidade que o movimento merece ter cada dia mais.
Aquele sorriso que atravessou como uma faca, mas com a leveza de uma pena.
12 de Junho de 2024
Aquele sorriso que atravessou como uma faca, mas com a leveza de uma pena. Ele antecedeu a risada, que veio em rompantes: começou breve e se tornou uma explosão que atingiu a todos que estavam por perto, mas especialmente a um, que voltou ferido para casa, ostentando essa ferida com temor e excitação na mesma medida.
O medo do desconhecido e uma fome intensa de enfim conhecê-lo. Uma curiosidade genuína e um estoque infinito de perguntas que talvez sejam caladas por conta do nervosismo. Movido por esse desejo em estar mais apresentável e de parecer interessante, de ser notado, mas ao finalmente ser, um suor adocicado que escorre pela testa sem freios ou destino final.
E então, a aproximação. A troca de olhares mais profundos. As longas conversas e os primeiros "eu nunca contei isso para mais ninguém", que na linguagem do amor, vale mais do que um "eu te amo". A simbiose de quem soube sim ser feliz sozinho, mas descobriu ser ainda melhor acompanhado. Uma alegria leve que parece habitar em cada poro de forma tão evidente que é impossível esconder.
A primeira paixão, essa que vem marcada pelo ineditismo de todas as coisas, é provavelmente uma das experiências mais importantes de toda uma vida. Não é à toa que nunca nos esquecemos do alvo dessa paixão e todas as sensações envolvidas.
Essa paixão pode ser pueril, ainda na infância ou pode se dar no fervor da adolescência, etapa onde esse arrebatamento impera em cada movimento. Mas ela pode vir ainda na vida adulta, quando o indivíduo acredita já ter vivido de tudo, até perceber que nada do que viveu se compara a esse estado de poesia. Nunca é tarde para se sentir assim, infinito em seu próprio universo particular. Permita-se a essa entrega: apaixonar-se é sempre um encontro definitivo, ainda que dure rapidamente. Feliz dia dos namorados!
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