Para Inspirar

Como abraçar o estresse e tê-lo como seu aliado

O estresse é parte do nosso cotidiano. Mas como fazer dele seu aliado, segundo ensinamentos do psicólogo Ben Shahar?

24 de Julho de 2020


Estresse, palavra tão conhecida e amplamente utilizada pelo vocábulo moderno - e que gera arrepios diante de sua mais breve menção ou possibilidade de acontecer. Isso porque, para o dicionário “popular”, estresse é sinônimo de irritação, desestabilização ou exposição à um alto nível de perturbação emocional.


Mas para o neurologista Fabiano Moulin, em sua entrevista para o Portal Plenae, o estresse “nada mais é do que uma tentativa do nosso cérebro de se reorganizar.” Isso pode acontecer em diferentes intensidades, é claro, mas nem sempre precisa ser algo traumático.

É o que diferentes especialistas acreditam e pregam hoje em dia, sobretudo o psicólogo israelense Tal Ben-Shahar, também conhecido como “professor da felicidade” na Universidade de Harvard, e um dos convidados do evento Plenae em 2018 (você confere vídeo de sua participação aqui).

O autor de best-sellers como “Seja Mais Feliz” e “A ciência da felicidade” reúne, em seus escritos e palestras mundo afora, alguns ensinamentos sobre o bom equilíbrio entre doses de estresse cotidianas e inevitáveis e a busca da tão sonhada calmaria e felicidade.

Para ele, estamos estudando há muito tempo os fatores que nos geram estresse, mas não as condutas que temos diante desses episódios. E pode ser justamente aí que mora a “cura” para a epidemia do século, segundo palavras do próprio.


Em entrevista ao jornal El País, o psicólogo classifica a busca pela felicidade como algo ancestral, citado até mesmo em escritos de Aristóteles. Para ele, “as emoções negativas, como a raiva, o medo e a ansiedade, são necessárias para nós. Só os psicopatas estão a salvo disso e o grande problema é, na realidade, a falta de educação emocional que enfrentamos.

Conheça alguns de seus principais ensinamentos a seguir!



Em seu curso de Psicologia Positiva, em Harvard, esse era um dos primeiros tópicos abordados em sua aula. Para o psicólogo e também filósofo, “quando negamos as emoções dolorosas e negativas — que são naturais, elas se intensificam”.

Para ele, ter espaço na vida onde possamos ser autênticos e com boas doses realistas, é imprescindível. Isso porque a ausência desse local é justamente o que acaba comprometendo nossa felicidade e até nossa saúde, gerando altos níveis de estresse e culminando em possíveis comorbidades emocionais, como o burnout (esgotamento físico e mental).

Se permita ser humano e entenda que nosso cérebro precisa dessas nuances emocionais para criar métodos comparativos. É a velha história de só saber o que é bom quando se conhece o que é ruim. Não há arco-íris sem chuva, lembre-se.


Para o estudioso, uma das descobertas mais relevantes na ciência nas últimas duas décadas no que diz respeito aos estudos da mente é bem simples: o estresse não é o problema. Ele é, na verdade, parte do nosso sistema defensivo do organismo.

Há algo mais danoso do que ele, e é também uma queixa constante da sociedade: a falta de tempo. Não há um período de recuperação entre um momento de estresse ou outro, e eles acabam por se acumular, o que prejudica demais o equilíbrio físico e mental.

Para ele, “as pessoas mais bem sucedidas, mais saudáveis e mais felizes experimentam o estresse como todos nós, mas encaixam momentos para recuperação na rotina estressante.” É justamente nesses intervalos que moram a reenergização da nossa vida.


Cada escolha é uma renúncia, como já atesta o dito popular. E, para Tal Ben, isso é um fato. Tanto que elas podem refletir em todo o seu estado emocional, tanto antes de decidir, sentindo a ansiedade diante das opções, até o depois da decisão, lidando com o que vier dela.

Para ele, se nós, seres imediatistas em uma era globalizada e urgente, prestássemos mais atenção às nossas escolhas em diferentes universos, colheríamos bons resultados posteriormente. Além disso, enxergar esse momento da escolha como algo natural e saudável também evitaria o famigerado sofrimento por antecipação.

É importante também perceber quando você esteve mais feliz. O que você estava fazendo? Com quem estava? O contrário também vale: qual era sua atitude em momentos de estresse? Essa lição de casa sobre si mesmo pode te ajudar - e muito! - na hora de tomar decisões.


Quando lemos sobre relação, geralmente elas dizem respeito a relações amorosas e afetivas. Mas há muito poder no relacionamento familiar, de trabalho e na amizade.

A grande lição é: valorize essas trocas, seja com quem for. Elas exercem um grande poder sobre nossos dias e sobre quem somos e como lidamos com as situações ruins. Além disso, são para elas que corremos quando estamos desequilibrados emocionalmente, e é preciso que elas sejam sólidas para que sejam de grande valia nesses episódios.

Em tempos de pandemia, ficou ainda mais evidente que, apesar da grande ajuda que a  tecnologia exerce para nos manter perto, ela não substitui o contato humano. Prova disso é a já comprovada “fome de pele”, estudada por neurologistas e mencionadas aqui nessa matéria.


Assim como qualquer outra atividade na vida, abraçar o estresse e tê-lo como seu aliado para impulsionar sua vida e suas decisões demanda treino. Seguir todas as lições já citadas e mudar os seus pontos de vista não é tarefa fácil, mas extremamente necessária para quem busca esse equilíbrio.

Há níveis de recuperação do estresse, como meditação, caminhada, exercícios físicos, sair com amigos, ter boas noites de sono, estar mais offline, tirar dias de folga e viajar. É claro que a nossa rotina não consegue permitir todos de uma vez, mas que tal incluir o que se encaixa, devagar, em seu dia a dia?

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A receita da vida longa, segundo uma Prêmio Nobel de medicina

As descobertas nesse campo renderam à bióloga americana Elizabeth Blackburn , de 68 anos, o prêmio Nobel de Medicina de 2009.

1 de Março de 2019


A gente entrega o avançar da idade por meio de rugas, cabelos brancos, juntas emperradas… Pois nossas células acusam o mesmo quando se observam seus telômeros. Telômeros são as extremidades dos cromossomos, as estruturas das nossas células onde fica empacotado o DNA. Com os anos, os pezinhos dos cromossomos ficam mais curtos, fenômeno ligado ao envelhecimento e à maior exposição a doenças. As descobertas nesse campo — bem como a identificação da enzima que protege os telômeros, a telomerase — renderam à bióloga americana Elizabeth Blackburn , de 68 anos, o prêmio Nobel de Medicina de 2009. A professora, que atua na Universidade da Califórnia em San Francisco, nos Estados Unidos, se juntou à psicóloga Elissa Epel, da mesma instituição, para compartilhar os achados científicos que conectam a integridade dos telômeros aos nossos hábitos e à maneira de encarar a vida. O resultado é o livro O Segredo Está nos Telômeros , recém-lançado no Brasil pela editora Planeta. Na entrevista a seguir, ela conta um pouco da receita da vida longa, guardada em nossas próprias células. Seu livro fala da importância de uma dieta equilibrada no comprimento dos telômeros. Na contramão, existem alimentos ou ingredientes que deveríamos consumir com moderação pensando nas nossas células? Eu destacaria os carboidratos refinados, refrigerantes açucarados, alimentos processados e carne vermelha. A incidência de doenças crônicas, caso de obesidade, câncer e problemas cardiovasculares, está crescendo mundo afora. Podemos dizer que todas elas estão associadas ao encurtamento dos telômeros? Estou certa disso. Como o estresse mental e a ansiedade são capazes de danificar nossos telômeros e encurtar nossa expectativa de vida? Tanto a ansiedade como a depressão estão ligadas a telômeros mais curtos. E, quanto mais severas elas são, mais curtos são os telômeros. Essas condições extremas do estado emocional têm um efeito no maquinário de envelhecimento das células, que envolve os telômeros, a mitocôndria [organela celular] e processos inflamatórios. Doenças do coração, pressão alta, diabetes, todos esses problemas de saúde tendem a aparecer mais cedo e mais rapidamente em pessoas ansiosas ou deprimidas. A ansiedade é um tema relativamente recente no campo de pesquisas sobre os telômeros. Sabemos que pessoas que vivenciam a aflição de um transtorno de ansiedade tendem a apresentar telômeros significativamente mais curtos. Quanto mais tempo a ansiedade persiste, mais curtos ficam essas estruturas. Mas, a partir do momento em que a ansiedade é resolvida e a pessoa se sente melhor, os telômeros eventualmente retornam ao seu comprimento normal. Esse é um importante argumento a favor da identificação e do tratamento da ansiedade. E a depressão? Piora ainda mais as coisas para os telômeros? A conexão entre a depressão e os telômeros tem uma sólida base de evidências científicas. Um estudo impressionante, de larga escala, envolvendo quase 20 mil mulheres chinesas, descobriu que aquelas deprimidas tinham telômeros mais curtos. Quanto mais grave e duradoura é a depressão, mais curtos ficam os telômeros. Até que ponto técnicas de controle mental, como mindfulness e meditação, nos ajudam a viver mais e melhor? Estudos já descobriram que pessoas que tendem a focar mais suas mentes no que estão fazendo têm telômeros mais longos quando comparadas àquelas cujas mentes divagam. Outras pesquisas demonstram que ter aulas ou treinamentos de mindfulness ou meditação está ligado a uma maior capacidade de manter a integridade dos telômeros. O foco mental é uma habilidade que qualquer pessoa pode cultivar. Tudo que você precisa fazer é praticar. É possível que um dia tenhamos uma pílula capaz de proteger ou regenerar nossos telômeros, uma espécie de elixir da longa vida? Eu adoraria se alguma coisa do tipo existisse! Mas eu manteria uma dieta balanceada e a mente tranquila. Leia o artigo completo aqui . Fonte: Diogo Sponchiato Síntese: Equipe Plenae

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