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Com que idade você se sente aos 65 anos?

A diferença da resposta entre os países é de até 30 anos, revelou um estudo recém-publicado no periódico The Lancet Public Health.

12 de Março de 2019


Problemas de saúde que acometem uma pessoa média de 65 anos podem demorar mais ou menos tempo para se manifestar, a depender de onde o indivíduo mora. A diferença entre os países é de até 30 anos, revelou um estudo recém-publicado no periódico The Lancet Public Health . Pesquisadores descobriram que, no Japão, as doenças típicas de um idoso de 65 anos aparecem quando o indivíduo tem, em média, 76 anos. Já na Papua Nova Guiné, último colocado em um ranking que comparou 195 países, elas surgem muito antes: aos 46 anos. Os brasileiros manifestam as mesmas enfermidades aos 67 anos. No ranking mundial, o Brasil fica na 62ª posição, atrás do Paraguai e à frente da ilha de Santa Lúcia, no Caribe. “Essas descobertas discrepantes mostram que o aumento da expectativa de vida pode ser uma oportunidade ou uma ameaça ao bem-estar geral das populações, dependendo dos problemas de saúde relacionados ao envelhecimento que a população vivencia, independentemente da idade cronológica”, disse em comunicado a principal autora do estudo, Angela Y. Chang, pesquisadora da Universidade de Washington. “Problemas de saúde relacionados à idade podem levar à aposentadoria antecipada, uma força de trabalho menor e maiores gastos com a saúde. Os líderes do governo e outras partes interessadas que influenciam os sistemas de saúde precisam considerar quando as pessoas começam a sofrer os efeitos negativos do envelhecimento.” Enquanto as métricas tradicionais de envelhecimento examinam o aumento da longevidade, este estudo explora a idade cronológica e o ritmo em que o envelhecimento contribui para a deterioração da saúde. A partir de dados da pesquisa Global Burden of Disease , os pesquisadores mediram a “carga de doenças relacionadas à idade”, agregando todos os anos de vida ajustados por incapacidade, uma medida de perda de vida saudável, relacionada as 92 doenças. As informações são de 1990 a 2017. Usando a média global de pessoas de 65 anos como um grupo de referência, os cientistas também estimaram as idades em que a população em cada país experimentou problemas de saúde. Países com a idade equivalente mais alta em relação à média global de 65 anos Japão: 76.1 anos Suíça: 76.1 França: 76.0 Singapura: 76.0 Kuwait: 75.3 Coreia do Sul: 75.1 Espanha: 75.1 Itália: 74.8 Porto Rico: 74.6 Peru: 74.3 Países com a idade equivalente mais baixa em relação à média global Papua Nova Guiné: 45.6 years Ilhas Marshall: 51.0 Afeganistão: 51.6 Vanuatu: 52.2 Ilhas Salomão: 53.4 República Centro-Africana: 53.6 Lesoto: 53.6 Kiribati: 54.2 Guiné-Bissau: 54.5 Estados Federados da Micronésia: 55.0

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5 provas de que torcer junto fortalece as relações!

Estar unido por um mesmo objetivo, que é torcer por um time, fortalece os laços de amizade, familiares e até consigo mesmo

4 de Dezembro de 2022


Seguimos celebrando a copa e a evolução do Brasil para a próxima etapa do torneio. E pensando nas várias formas de como o futebol se relaciona com o Plenae, pensamos em falar delas, que são a alma das competições: a torcida! Como torcer para um time pode fortalecer as relações? Listamos a seguir 5 provas a seguir!

Benefícios psicossociais

Esse talvez seja o mais claro e mais óbvio, mas vale sempre ser reforçado. Torcer para um time não é somente um agrupamento aleatório de pessoas assistindo uma partida. Todos que estão ali se reconhecem em um mesmo objetivo, se identificam uns com os outros e se fortalecem nessa identificação.

O psicobiólogo da Unifesp Ricardo Monezi, especialista em medicina comportamental, explica ao portal Minha Vida, que o ser humano se sustenta em três pilares importantes: biológica, psicológica e social. No caso do futebol, esse evento social tão importante para o brasileiro e outras nações, a parte psicológica e a parte biológica da pessoa são afetadas positivamente. 


A parte social é justamente esse sentimento coletivo, de querer estar perto um do outro, respeitar os espaços e fortalecer os laços. Mas há também os benefícios psicológicos. Durante o jogo, por exemplo, o torcedor experimenta múltiplos sentimentos: raiva, alegria, tristeza, euforia. Isso acaba influenciando em seus batimentos cardíacos (que ficam mais acelerados), áreas do cérebro (que ficam em estado de alerta) e a memória (que se ativa para analisar o passado dos jogos, campeonatos e jogadores).

Os benefícios físicos ficam por conta do coração. No caso dos batimentos cardíacos, uma pesquisa realizada pela Universidade de Leeds acompanhou 25 torcedores com idades entre 25 e 60 anos durante três jogos, e observou que essa animação na hora da torcida oferece os benefícios de um exercício cardiovascular moderado, como uma caminhada rápida.
Durante a análise, os batimentos dos participantes chegaram a 130 por minuto, 64% a mais que o normal. Um gol do time aumentou a frequência em 27%, e um gol do adversário, em 22%. Assistir no estádio, e não pela TV, aumentava em 11%.

Gerenciamento das emoções

O primeiro aspecto desse ponto é o mindfulness, ou seja, estar totalmente presente naquele momento, de corpo e também de cabeça. Nada mais importa senão aquele passe, e isso traz benefícios imensos para sua concentração, cognição, autopercepção, além de tornar áreas do cérebro mais ativas e melhorar o gerenciamento de emoções e sentimentos. 

É nesse gerenciamento que você também terá que lidar com as emoções negativas, sejam elas coletivas ou individuais, mas não tem como fugir: torcer te obriga a estar frente a frente com todas elas. No que diz respeito às relações, é aí mesmo que você terá que controlar a sua fúria, por exemplo, ou poderá se apoiar no outro para lidar com uma frustração ou tristeza. É um gerenciamento emocional individual, mas com o apoio do outro.


Compartilhar sensações 

Uma vez sentida todas essas emoções positivas, a parte que influenciará nas relações será justamente o compartilhamento delas. Ao cantar um hino ou uma música de torcida, ao se organizar para entrar junto no estádio, o abraço feliz pós-gol do seu time ou o abraço triste pós-gol do adversário, o envio de mensagens pré-jogo para combinar táticas e horários: tudo isso é compartilhar emoções, sejam elas boas ou ruins, como ansiedade, raiva, frustração ou alegria, vitória e alívio. 

Vale lembrar que pesquisa realizada pela Universidade de Leeds e mencionada anteriormente também observou que, no caso de uma vitória, o humor dos torcedores se mantinha positivo por até 24h depois do jogo. E como sabemos, estar feliz é um remédio potente para a saúde, pois desencadeia uma série de hormônios positivos para a sensação de bem-estar, além de fazer bem para a cognição, saúde cardíaca, dentre outros fatores a longo prazo. Estar feliz em conjunto então, é sentimento redobrado! 

Sentimento de coletividade

Esse tópico se conecta ao anterior, mas vai além. É no compartilhamento dessas emoções que você se sente parte de algo maior, de um grupo, uma tribo específica. Isso é a coletividade, e essa sensação é tão importante para nós humanos que até mesmo na idade da pedra, nossos antepassados andavam em grupo, a fim de se proteger, se aquecer e se fortalecer nesse sentimento de união, onde não importa crença, cor ou opção sexual - ali, todos são um só, como deveria ser sempre.

Além disso, quando estamos no meio de uma torcida, a compaixão é despertada no coração do torcedor de forma sutil, como explica novamente o especialista Ricardo Monezi. "Torcer pelo time gera uma compaixão relacionada à vontade de expressar o amor pela por um grupo ao qual você e outras milhares de pessoas pertencem. Isso acaba gerando maior companheirismo e união entre as pessoas que gostam de futebol, sobretudo quem tem um time em comum."

Solidariedade aflorada

Esse é um fator que fortalece não só o seu pilar Relações, como também o seu pilar Propósito - assim como os anteriores esbarraram no seu pilar Mente e Corpo, de forma que torcer se mostra positivo para muitos aspectos de sua vida. Mas voltando à solidariedade, ela vem desse lugar da coletividade, de compartilhar uma mesma história ou objetivo comum. 

Esse reconhecimento faz com que as pessoas fiquem mais solidárias e mais propensas a oferecer ou receber ajuda, compartilhar informações e opiniões, além de dividir os sentimentos como explicamos acima. Quando o seu time vence, muito provavelmente você irá querer comemorar em grupo, e essa vontade de união é o que aflora a sua solidariedade e também sua empatia e simpatia.

"Poderíamos aproveitar esse exemplo de torcida de futebol para nos unir mais às pessoas com as quais convivemos. Isso contribuiria para renovar e reforçar nossa vida social, que é fundamental para uma boa qualidade de vida", sugere o psicobiólogo Ricardo. 

E isso se manifesta também quando acabamos torcendo pelo time mais “fraco”. Esse comportamento é algo tão universal que foi até mesmo comprovado em um clássico estudo dos economistas Jimmi Frazier e Eldon Frazier e Eldon Snyder realizado em 1991, como revelou a revista Superinteressante. Os pesquisadores propuseram um cenário hipotético para 100 estudantes, sendo dois times de um esporte não especificado, A e B, se enfrentando em uma melhor de 7. 

Nesse sistema, vence quem ganhar primeiro 4 partidas. Sabendo que o time A tinha o campeonato na mão, 80% dos estudantes escolheram o time B. Quando foram informados que o time B surpreendentemente havia ganhado as 3 primeiras partidas, metade dos seus torcedores virou a casaca e passou a torcer para o agora desfavorecido A. 

Segundo os pesquisadores, o efeito pode ser chamado de “economia emocional”. O torcedor é, antes de qualquer coisa, um hedonista - ou seja,  quer sempre sentir o máximo de prazer possível. Se o seu time não está envolvido, como explica o artigo, você sempre irá fazer um cálculo inconsciente de custos e benefícios em busca de mais emoção – e a emoção inesperada (a chamada “zebra”) é sempre maior do que a esperada. Perceba como um ato tão “comum” para nós brasileiros, que é a torcida, pode influenciar em tantos aspectos da nossa vida e fortalecer os nossos laços. E aí, já se sente mais empolgado para torcer pelo Brasil agora?


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