Coloque em prática
É tempo de folia – ou não. Separamos algumas opções para os mais diferentes perfis de foliões aproveitarem o feriado à sua maneira
21 de Fevereiro de 2020
O feriado mais brasileiro dos feriados acaba de chegar. Há quem goste tanto de pular os quatro dias seguidos de carnaval, que se prepara meses antes. “Começo já em setembro ou outubro a procurar qual vai ser o próximo destino, porque eu sempre viajo” revela Jéssica Mendes, 31 anos, foliã de carteirinha desde os 22.
Passagens compradas, hotel reservado, hora de começar a pensar em toda a sua produção carnavalesca.
“Faço uma lista de fantasias que quero usar, duas opções para cada dia, e então vou atrás dos acessórios que vão compor todas elas. Tenho uma margem de 2 a 3 meses para procurar tudo e deixar tudo pronto, e mesmo assim às vezes ainda me falta tempo” conta Jéssica.
Não é nem de longe o caso de Francine Vieira, 25 anos, antifolia desde criancinha.
“Acho divertido observar como as pessoas se envolvem e se comprometem com a ‘causa’ do Carnaval, mas eu nunca fui assim. Por mim, fico os 4 dias em um resort afastado, só curtindo o barulho do mar, sem marchinhas” revela a menina.
O fato é que, amado ou odiado, o Carnaval é um dos maiores feriados prolongados do país, trazendo tempo de sobra pra quem quer se jogar na multidão, ou para quem prefere mais sossego.
Sendo assim, separamos algumas dicas que podem agradar a gregos e troianos, fazendo desses 4 dias tão intensos e legitimamente brasileiros, um festival de bem-estar e felicidade! E não se esqueça: se for testar uma das nossas sugestões, poste no instagram e marque o @portalplenae.
NA FOLIA
Quem pretende se banhar de glitter e correr atrás do trio, provavelmente já tem um cronograma certinho para não perder um só minuto de festa. Mas quais festas afinal? As mais variadas, é claro!
Você pode ocupar as ruas da sua cidade e escolher um bloquinho que percorra uma distância entoando sons da sua preferência, sejam marchinhas ou até Beatles (como é o caso do bloco carioca Sargento Pimenta).
Se cansou só de pensar em andar por aí dançando? Calma, você pode escolher um único show temático de algum artista de sua preferência que se apresentará na sua cidade e pronto, é só escolher seu drink e ficar assistindo.
Há ainda o carnavalesco das antigas, que gosta mesmo é de ver os carros de alegoria passando.
Esse precisa somente de um pouco mais de planejamento: os ingressos para as apresentações no Sambódromo costumam começar a vender meses antes, a preços mais acessíveis. Caso seja sua primeira ida a um sambódromo, não se esqueça que é proibido entrar com garrafas de qualquer tipo de bebida, além de alimentos. Tudo que será consumido deve ser comprado lá dentro.
Por fim, porque não dar sua própria festa? Escolha um tema, avise seus amigos, prepare os comes, bebes, sua playlist, e claro, sua decoração! Assim você consegue curtir exatamente o que está procurando ao lado de quem você mais ama.
NA CIDADE
Não viajou, mas não quer muito agito? Você não precisa nem ficar em casa e nem correr atrás do trio. Que tal fazer um turismo dentro da sua própria cidade? Consulte o site dos museus que você sente vontade de conhecer, e descubra qual exposição está passando no momento. Outra dica de ouro: todos eles oferecem entrada gratuita uma vez por semana. Confira e se programe.
Cinema é bom e nunca enjoa. Mas esqueça aquele shopping perto da sua casa! Tente propostas diferentes, como salas mais interativas ou até a volta dos saudosos drive-thru.
Teatro também é sempre uma boa pedida. Se a sua cidade tiver um teatro municipal, talvez seja essa a oportunidade perfeita para você conhecer.
Mas, nem só de cultura vive um feriado. Esportes ao ar livre podem ser uma boa pedida para esse feriado tão a cara do verão. Você pode andar de bicicleta por aí, correr, ou até fazer um piquenique em algum parque enquanto observa os foliões passarem.
Falando em piquenique… Comida! Restaurantes queridinhos, restaurantes novos, restaurantes temáticos, restaurantes exóticos. Restaurantes. Não deixe de frequentar pelo menos em um dos quatro dias algum de sua preferência. Assim você pode degustar de um belo prato sem ter que pensar na louça ou no horário.
VIAJANDO
Fez as malas e decidiu encarar a estrada como milhares de brasileiros? Então anote aí: confira os horários de pico da estrada para evitar o trânsito e conseguir curtir ainda mais o seu feriado. Importante também saber os pontos no seu trajeto onde terão pedágios e lanchonetes para a famosa pausa.
Chinelo no pé, chapéu na cabeça, câmera filmando tudo e muito protetor solar. Agora é só ir conhecer tudo que o seu destino tem para oferecer.
Aqui nesse tópico, valem as dicas dos tópicos anteriores: se de folia for seu coração, faça uma listinha prévia dos pontos mais badalados do seu destino, com horário e sugestão de caminho a se fazer. Nada de ficar perdido e acabar perdendo a festa.
Se a sua intenção for viajar para aproveitar e conhecer um lugar novo, faça também uma listinha prévia, principalmente de passeios que demandam convites.
Eles podem acabar exigindo uma certa antecedência na compra dos tickets. Confira a previsão para não ser pego de surpresa. Assim, se algum dia der chuva, você já terá aquele baralho estratégico na sua mala, para não cair no tédio. E ah, não se esqueça: ande sempre com dinheiro trocado, vai que você esbarra em uma feirinha típica por aí?

EM CASA
Não viajou, não se jogou na folia e decidiu não encarar a lotação da própria cidade. Sem problemas! Nada como nosso próprio lar. Aproveite esse tempinho para se reconectar com sua própria casa. Seu lema nesses próximos dias deve ser o autocuidado, seja com seu cantinho ou consigo mesma.
Que tal pintar aquela parede que você sempre quis pintar? Ou mudar a disposição dos móveis?
Já sei: arrumar sua biblioteca pessoal, aquela lá que você sempre diz não ter tempo.
Falando em livros, aproveite para tirar a poeira dos seus e retomar esse hábito. Esses quatro dias podem ser perfeitos para a ler ou colocar suas séries e filmes queridinhos em dia.
Começar algo do zero pode ser legal. Isso pode ser uma nova coleção, ou um novo hobbie.
Sempre teve vontade de fazer velas perfumadas ou cadernos artesanais? Você tem quatro dias para testar, errar e acertar, até ficarem perfeitos.
Você pode também testar uma receita nova, dessas bem trabalhosas que levam o dia inteiro e o resultado é incrível. Aproveite e comece uma horta, assim no próximo feriado você terá ingredientes fresquinhos para incrementar suas invenções na cozinha.
Pronto! Agora o que não te falta são opções, certo? Se jogue nesse feriado da maneira que te atender melhor, o importante é aproveitá-lo, afinal, parte da qualidade de vida é saber descansar. Aproveite!
Coloque em prática
Conversamos com uma especialista e um empreendedor para entender um pouco mais sobre os primeiros passos do empreendedorismo
22 de Dezembro de 2023
No último episódio da décima quarta temporada do Podcast Plenae, fechamos a edição com chave de ouro conhecendo a história da designer de joias Emar Batalha. Sua trajetória tomou rumos diferentes e contrariou todas as expectativas negativas graças ao seu empenho em abrir o seu próprio negócio.
Essa não é uma história única: milhões de brasileiros conseguem mudar de realidade empreendendo. Sabendo disso, a própria Emar hoje mantém uma organização no litoral sul de São Paulo que capacita outras mulheres para que elas também sigam por esse caminho que a salvou no passado.
Hoje, falaremos dos passos que antecedem o empreendedorismo: o que devemos fazer para começar a trilhar essa jornada? Conversamos com uma especialista e um empreendedor para entender os dois lados. Continue lendo para saber mais!
O cenário do empreendedorismo no BrasilSegundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, realizado pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe) e pelo Sebrae, 67% dos brasileiros adultos estão envolvidos com empreendedorismo, seja porque já tem um negócio, está fazendo algo para ter ou deseja começar a empreender nos próximos três anos.
Em miúdos, essa porcentagem representa cerca de 93 milhões de brasileiros entre 18 e 64 anos, sendo que deles, 42 milhões já são empreendedores. Ou seja, são aqueles que já tinham um negócio, formal ou informal, e/ou que fizeram alguma ação em 2022 visando ter um negócio no futuro. Os outros 51 milhões desse dado são potenciais empreendedores: pessoas adultas (com 18 a 64 anos) que não têm empreendimento, mas que gostariam de ter um em até três anos.
Isso fez com que, em 2022, o país ocupasse a 2ª maior população absoluta de potenciais empreendedores, atrás apenas da Índia com 115 milhões de pessoas na mesma situação, mas que possui uma população sete vezes maior do que a nossa. Essa pesquisa é realizada anualmente há 23 anos e já participaram mais de 110 países. O Brasil é um dos poucos países que participou de todas as edições, com 2 mil adultos e 52 especialistas entrevistados entre junho e agosto de 2022
Os primeiros passosAgora que você já conhece e já se animou com os números, antes de partir para a prática, é preciso dar alguns passos para trás. Nessa etapa, um mergulho interno profundo pode ser necessário. “Os primeiros passos para empreender, seja lá qual for a motivação da pessoa, estão baseados em três pilares: se perguntar quem sou, quem conheço e o que sei. Parece bobo ou pouco, mas são os pilares que vão te dar a base do seu negócio e te ajudar a começar”, explica Mariana Rodrigues, Consultora de projetos da Aliança Empreendedora.
Antes de começar qualquer empreitada, é preciso se perguntar: quem eu sou? Qual a minha história e o que me trouxe até aqui? Pensar na sua evolução e o que te move, refletir até mesmo sobre a história da minha família e como isso reflete no tipo de pessoa que você é: tudo isso que compõem a linha do tempo da sua vida será importante, porque moldará a maneira que você irá empreender.
É hora de pensar também externamente: quem eu conheço que pode me ajudar? “Quem você conhece também é a base disso tudo. Faça um resgate de quem está ao seu redor e que pode ser um parceiro, um fornecedor ou só alguém que te inspira. Vou marcar um café com a pessoa tal, acho que ela pode me trazer uma inspiração, uma ideia, uma parceria”, continua Mariana.
Por fim, mas não menos importante, fazer um outro levantamento: o seu conhecimento prévio. Acredite, você pode até ser principiante nesse mundo empreendedor, mas todos os seus caminhos que te trouxeram até aqui serão importantes de alguma forma e todo o seu conhecimento adquirido em diferentes áreas poderão ser aplicados e aproveitados de alguma forma.
“Não menospreze o conhecimento prévio. Você pode ter conhecimentos valiosos em relacionamento, organização, técnica de gestão, saber mexer com dinheiro. Valorize o conhecimento que já tem pra depois buscar o que falta”, explica a consultora.
Para o sócio-fundador da agência La Mark, Lucas Baptista, fazer um curso básico no Sebrae pode ser importante. “É de graça e você começa a ter uma visão mais ampla do que é o empreendedorismo brasileiro. Quando eu fiz, me deparei com números que não conhecia e que podem assustar, mas trazem senso de realidade”.
Trazendo para a prática, ele ainda reforça as análises que considera imprescindíveis para se fazer. “Entender como a receita será gerada, se é um modelo viável, fazer uma análise de concorrência, desenvolver os seus diferenciais, escrever as principais informações sobre a ideia, o segmento de atuação, o público-alvo, as estratégias de marketing e vendas, as projeções financeiras, entre outros.”
Os desafiosAgora é hora de dar um start. E essa, mais do que qualquer outra, pode ser a etapa mais difícil pela experiência de Mariana. Esse começar é muitas vezes onde vários travam. Seja por um preciosismo em testar mais a sua ideia antes de jogá-la pro mundo, movido por uma falsa crença de que haverá um momento perfeito.
“Não existe o plano perfeito, existe o plano pra você fazer o que dá pra fazer e começar de alguma forma. Quem fala muito disso é uma economista que se chama Sara Sarasvathy. Ela criou a ‘Teoria do Fazer’: comece com o que você tem, arrisque o que você pode. Você pode até estruturar melhor o plano, mas pra começar, é preciso esse impulso”, pontua.
Isso, é claro, não quer dizer que você deva se lançar sem nenhuma cautela para esse universo. É preciso saber o quanto você pode arriscar - tem que ser um risco calculado no começo -, mas é preciso ter foco nas questões: quais são os desafios? O que eu preciso fazer sobre eles? O que eu já posso começar?
Outro ponto importante - esse, levantado por Lucas -, é não desistir diante dos desafios impostos pela falta de experiência. “Eu abri uma empresa com 25 anos e tinha zero experiência para gerenciar o negócio. Eu tinha a expertise na área da publicidade, mas me vi em situações onde precisei tomar decisões e seguramente foram equivocadas. Isso envolve entrada e saída de prestadores de serviço, clientes e até obstáculos de abertura, burocracias, formalizações. Não deixe de ler tudo, mesmo os documentos mais longos. Isso vai ser importante depois”, aconselha.
Ele ainda menciona a falta de recursos financeiros e a concorrência como outros grandes desafios. “Sempre vai ter gente cobrando menos que você ou fazendo o mesmo tipo de entrega. É aí que o desafio ganha força, porque você descobre caminhos que pareciam inexistentes para mostrar pro cliente que você é melhor, que pensa fora da caixa, que tem soluções rápidas para o negócio dele”, diz.
Os aprendizadosUm dos grandes aprendizados que o empreendedorismo pode trazer é saber impor os seus limites. Estar extremamente envolvido com aquele negócio pode ser ótimo para te dar propósito, mas também pode te cegar para questões importantes, como por exemplo, saber quando parar ou quando dar um passo para trás. É preciso encontrar um equilíbrio entre a motivação e a razão para assim potencializar a sua atividade.
“O empreendedor que está focado só no lucro, certamente vai perder de vista o propósito. Digo isso porque se você está focado em dinheiro, você perde tudo que o empreendimento exige: impacto na sociedade, valores e tomada de decisões. Isso ainda pode gerar uma crise de identidade e desmotivação que contamina todo mundo. Mas focar só no propósito também pode trazer dificuldade na gestão do negócio e no relacionamento com clientes e colaboradores”, comenta Lucas
Estar preparado para o “dar certo”, por incrível que pareça, pode ser também um aprendizado a ser adquirido - e que levou algum tempo de terapia para ele, por exemplo. Ele ainda destaca que, se pudesse voltar no tempo, teria se dedicado a aprender mais sobre gestão de pessoas e processos burocráticos de fato, já que em ambas as áreas ele foi aprendendo enquanto vivenciava.
Os ganhosJá em relação aos ganhos, eles são múltiplos e vão variar conforme o negócio e as motivações iniciais e individuais desse empreendedor. “Os ganhos estão relacionados à concretização dos sonhos, a um possível aumento de renda, melhoria no estilo de vida, mudança de profissão e ganho de resiliência. Isso porque empreender não é uma linha reta e você precisa ser o piloto do seu avião, sabendo aprender com as quedas”, diz Mariana.
A potencialização das pessoas ao redor é um ganho coletivo aos olhos de Mariana. “Quando uma mulher supera as barreiras iniciais e prospera, ela leva outras juntas, por exemplo. É isso que empreender faz: potencializa e movimenta todos ao redor. Isso pode ser uma ferramenta transformadora para vários públicos, os aposentados, os negros - há tantos públicos e tantas camadas, cada um com as suas demandas e dificuldades, e todas com um potencial imenso”, conclui Mariana.
Para Lucas, ser dono do seu tempo e poder se dedicar mais aos projetos que acreditava eram os principais combustíveis para querer empreender e, portanto, foi um dos principais ganhos. Mas ele não descarta também ter conseguido levar outros com ele nessa jornada também como um presente dessa jornada.
“É gratificante conseguir isso e ainda ver suas ideias indo pra rua. Entra ainda uma outra questão, que é começar a precisar de novos braços por não dar conta da demanda. Gerar empregos, fazer o dinheiro girar, ter mais gente por perto pensando junto e fazer uma empresa ser sustentável foi bem gratificante”, relembra.
Esse é um momento extremamente positivo para o tema, com incentivos fiscais sendo cada vez mais discutidos aos empreendedores, facilitações burocráticas e leis que favorecem a prática. Cabe a cada um estar preparado para essa trajetória que, apesar de contar com terceiros, pode ser majoritariamente individual. E, no fim, valerá a pena!
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