Coloque em prática
Pequenas práticas ajudam a sair do sedentarismo
21 de Maio de 2019
Imagine uma pílula com propriedades muito especiais: não custa nada, reduz o peso, eleva o humor e aumenta o desejo sexual. Não tem efeitos colaterais adversos, não requer prescrição, pré-autorização ou encaminhamento. E você pode tomá-la a qualquer hora, em qualquer lugar, da maneira que quiser - com ou sem comida. Esta pílula mágica chama-se movimento.
Exercício x movimento
Eu trabalho com pacientes em vários ambientes médicos. Muitos querem "se exercitar", mas não podem. Então a primeira ferramenta que ofereço? Uma nova palavra: movimento. Parece mais leve, mais acessível e menos assustador. Esse pequeno detalhe lexical é importante.
A Terapia Comportamental Cognitiva (TCC), usada como tratamento para muitas condições, como a depressão, pressupõe que os pensamentos influenciam emoções e comportamentos. Aprender a mudar como e o que pensamos, por sua vez, pode influenciar a maneira de sentir e agir. Por isso, chamar exercício de movimento pode fazer a diferença entre caminhar ou não.
Você pode se mover, por favor?
O movimento se enquadra em quatro grandes categorias: (1) aeróbico, (2) treinamento de força, (3) equilíbrio e (4) trabalho de flexibilidade. Eu recomendo integrar todos as modalidades em seu repertório. Mas o mais importante é que, se você for sedentário, convido-o a pensar em começar com qualquer coisa.
Tipos de movimento
As muitas formas de movimento podem se encaixar em mais de uma categoria. Por exemplo, várias atividades aeróbicas também aumentam a força, e o treinamento de força também pode melhorar o equilíbrio.
Atividade aeróbica
A atividade aeróbica, às vezes chamada de cardiovascular, refere-se ao movimento que envolve trabalho de baixa a alta intensidade que aumenta a frequência cardíaca e a respiração. Alguns exemplos são caminhada, corrida, dança, sexo e trabalho em casa e quintal. Entre seus benefícios estão perda de peso, aumento da resistência e força, melhora do sono e redução da dor. Ele também estimula um processo chamado neurogênese - o crescimento de novos neurônios - no hipocampo, o principal centro de memória do cérebro.
Treinamento de força e resistência
O treinamento de resistência visa a força muscular. Durante este tipo de treino, você move seus membros contra a resistência do peso, gravidade e elásticos, ou a combinação deles. Como a atividade cardio, pode melhorar a força e resistência, mas tem um benefício que o aeróbico não oferece: cria massa corporal magra.
Atividades de equilíbrio e flexibilidade
O trabalho combinado de equilíbrio e flexibilidade pode ajudar a prevenir quedas, alongar os músculos, melhorar a amplitude de movimento e promover a flexibilidade. Equilíbrio e flexibilidade são importantes para outras formas de movimento, bem como atividades diárias, incluindo dirigir, subir escadas e se vestir. Ioga e tai chi promovem esses benefícios, além de reduzir o estresse. Então, como você pode se mover? Siga estas sete etapas pequenas e baseadas em evidências:
1. Preste atenção ao vocabulário: mova-se, não se exercite. A mudança na narrativa pode transformar a maneira como você se sente a respeito da atividade física.
2. Identifique as atividades que você pode e gostaria de fazer. Se você não sabe, experimente aquelas que instigam sua curiosidade ou volte a praticar algo que tenha abandonado.
3. Estabeleça metas de movimento específicas , mensuráveis, realistas e oportunas. Por exemplo, em vez de definir um objetivo vago, prefira algo como: “caminhar das 10 às 10h30 às segundas, quartas e sextas-feiras.”
4. Crie um cronograma de movimento. Com o tempo, a rotina torna-se automática. Considere usar despertadores, lembretes e calendários. Convide um amigo ou vizinho para caminhar ou mergulhe em uma piscina. A companhia deixará a atividade mais divertida.
5. Comece pequeno e lento. Mova-se por períodos breves de 10 a 15 minutos. Pequenas conquistas estimulam metas maiores.
6. Reconheça seu passo. Depois de mover-se, recompense-se, de preferência em formas não relacionadas a comida. Considere fazer algo pequeno, mas agradável, como descansar ao livre.
7. Repita o movimento, fazendo as modificações necessárias. Agora levante-se e mexa-se! Mesmo pequenos passos levam você a algum lugar.
Fonte: Christina Pierpaoli Parker, para Psycology Today
Síntese: Equipe Plenae
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Coloque em prática
Estudos revelam como atos de bondade podem parecer inofensivos, mas possuem muitos benefícios “escondidos” em si
22 de Agosto de 2023
Fazer o bem sem ver a quem: você já ouviu esse ditado popular? Pode parecer até um pouco antiquado, mas a verdade é que há benefícios reais em praticar a bondade. E isso vai desde a empatia, como te contamos aqui, até trabalhos voluntários, que também te contamos por aqui.
A seguir, vamos conhecer o lado científico de ser uma pessoa boa e como você ajuda não só ao outro, mas também a si próprio!

Para ser bom, não é preciso ser grande. Há muito valor nas pequenas gentilezas e, por vezes, em tempos de grandiosidades, nos esquecemos disso. Pesquisadores norte-americanos publicaram, recentemente, suas descobertas no Journal of Experimental Psychology sobre como esses pequenos atos são poderosos.
O estudo realizou oito pequenos experimentos que variavam tanto nos moldes quanto no número de participantes. Num deles, 84 participantes receberam um chocolate quente do quiosque de lanches na pista de patinação no gelo do Maggie Daley Park, em Chicago. Eles poderiam ficar com ele ou entregá-lo a um estranho. Desses, 75 escolheram doar a sua bebida.
Depois, eles foram convidados a adivinhar, em uma escala de 0 a 10, o quão "grande" o ato de bondade seria para o destinatário e como esse mesmo destinatário classificaria seu próprio humor (variando de muito mais negativo que o normal a muito mais positivo que o normal) ao receber a bebida.
A mesma entrevista foi feita com as pessoas que receberam a bebida. E a conclusão foi que as pessoas que praticaram a bondade tendiam a subestimar o quanto ela foi apreciada. Outros experimentos foram realizados, com propostas diferentes, mas com a mesma finalidade. Em todos, a resposta daqueles que foram agraciados com a bondade era sempre muito mais positiva do que a pessoa que praticou o ato acreditava que seria.
"Acreditamos que essas expectativas mal calibradas são importantes para o comportamento. Não conhecer o próprio impacto positivo pode atrapalhar as pessoas que praticam esse tipo de gentilezas na vida cotidiana”, diz Amit Kumar, professor assistente de marketing e psicologia da Universidade do Texas em Austin e um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
"As pessoas tendem a pensar que o que estão dando é pequeno, talvez seja relativamente inconsequente. Mas, os destinatários são menos propensos a pensar nesse sentido. Eles consideram o gesto significativamente mais importante porque também estão pensando no fato de que alguém fez algo de bom para eles”, pontua.

Outros estudos e até alguns livros já demonstraram que pequenos atos de bondade, sobretudo partindo de estranhos, mudam o dia de uma pessoa, aumentam seus níveis de felicidade, reduzem seus níveis de estresse e fortalecem sua confiança em si e no outro.
Porém, apesar de muitos desejarem um mundo mais bondoso, poucos estão dispostos a serem parte dessa mudança. "As pessoas desejam bondade, mas muitas vezes se sentem incomodadas com a ideia de serem boas", diz Tara Cousineau, psicóloga e autora de "The Kindness Cure: How The Science of Compassion Can Heal Your Heart and Your World" (“A cura da bondade: como a ciência da compaixão pode curar seu coração e seu mundo”) em artigo.
Ainda segundo ela, o estresse pode impedir pessoas de serem boas com as outras, assim como a "pequena voz julgadora" na cabeça de algumas as faz questionar se seu gesto ou presente será mal interpretado ou se fará com que o destinatário se sinta pressionado a retribuir.
A questão é que o mesmo estudo que mencionamos anteriormente observou que a bondade não é só positiva para quem a recebe, mas também para quem a oferece. E mais: ela é de fato contagiosa. Em outro experimento, os participantes eram instigados a participar de um jogo econômico onde eles alocavam dinheiro entre eles e uma pessoa que nunca conheceriam.
As pessoas que acabaram de receber um ato de bondade eram mais sujeitas a dar substancialmente mais dinheiro a uma pessoa anônima do que aquelas que não o fizeram. A pessoa que executou o ato inicial, como explica Kumar, não previa que sua generosidade transbordaria nessas interações posteriores.
Essas descobertas, continua ele, sugerem que o que pode parecer pequeno quando estamos decidindo se devemos ou não fazer algo bom para outra pessoa pode ser muito importante para a pessoa para quem fazemos isso. “Visto que esses gestos calorosos podem melhorar nosso próprio humor e iluminar o dia de outra pessoa, por que não escolher a bondade quando podemos?”, questiona ele.
Lembre-se desse artigo quando hesitar em fazer o bem, ainda que mínimo, e lembre-se também que não é preciso um ato grandioso: o milagre mora nas miudezas.
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