Coloque em prática
Conversamos com uma especialista e um empreendedor para entender um pouco mais sobre os primeiros passos do empreendedorismo
22 de Dezembro de 2023
No último episódio da décima quarta temporada do Podcast Plenae, fechamos a edição com chave de ouro conhecendo a história da designer de joias Emar Batalha. Sua trajetória tomou rumos diferentes e contrariou todas as expectativas negativas graças ao seu empenho em abrir o seu próprio negócio.
Essa não é uma história única: milhões de brasileiros conseguem mudar de realidade empreendendo. Sabendo disso, a própria Emar hoje mantém uma organização no litoral sul de São Paulo que capacita outras mulheres para que elas também sigam por esse caminho que a salvou no passado.
Hoje, falaremos dos passos que antecedem o empreendedorismo: o que devemos fazer para começar a trilhar essa jornada? Conversamos com uma especialista e um empreendedor para entender os dois lados. Continue lendo para saber mais!
O cenário do empreendedorismo no BrasilSegundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, realizado pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe) e pelo Sebrae, 67% dos brasileiros adultos estão envolvidos com empreendedorismo, seja porque já tem um negócio, está fazendo algo para ter ou deseja começar a empreender nos próximos três anos.
Em miúdos, essa porcentagem representa cerca de 93 milhões de brasileiros entre 18 e 64 anos, sendo que deles, 42 milhões já são empreendedores. Ou seja, são aqueles que já tinham um negócio, formal ou informal, e/ou que fizeram alguma ação em 2022 visando ter um negócio no futuro. Os outros 51 milhões desse dado são potenciais empreendedores: pessoas adultas (com 18 a 64 anos) que não têm empreendimento, mas que gostariam de ter um em até três anos.
Isso fez com que, em 2022, o país ocupasse a 2ª maior população absoluta de potenciais empreendedores, atrás apenas da Índia com 115 milhões de pessoas na mesma situação, mas que possui uma população sete vezes maior do que a nossa. Essa pesquisa é realizada anualmente há 23 anos e já participaram mais de 110 países. O Brasil é um dos poucos países que participou de todas as edições, com 2 mil adultos e 52 especialistas entrevistados entre junho e agosto de 2022
Os primeiros passosAgora que você já conhece e já se animou com os números, antes de partir para a prática, é preciso dar alguns passos para trás. Nessa etapa, um mergulho interno profundo pode ser necessário. “Os primeiros passos para empreender, seja lá qual for a motivação da pessoa, estão baseados em três pilares: se perguntar quem sou, quem conheço e o que sei. Parece bobo ou pouco, mas são os pilares que vão te dar a base do seu negócio e te ajudar a começar”, explica Mariana Rodrigues, Consultora de projetos da Aliança Empreendedora.
Antes de começar qualquer empreitada, é preciso se perguntar: quem eu sou? Qual a minha história e o que me trouxe até aqui? Pensar na sua evolução e o que te move, refletir até mesmo sobre a história da minha família e como isso reflete no tipo de pessoa que você é: tudo isso que compõem a linha do tempo da sua vida será importante, porque moldará a maneira que você irá empreender.
É hora de pensar também externamente: quem eu conheço que pode me ajudar? “Quem você conhece também é a base disso tudo. Faça um resgate de quem está ao seu redor e que pode ser um parceiro, um fornecedor ou só alguém que te inspira. Vou marcar um café com a pessoa tal, acho que ela pode me trazer uma inspiração, uma ideia, uma parceria”, continua Mariana.
Por fim, mas não menos importante, fazer um outro levantamento: o seu conhecimento prévio. Acredite, você pode até ser principiante nesse mundo empreendedor, mas todos os seus caminhos que te trouxeram até aqui serão importantes de alguma forma e todo o seu conhecimento adquirido em diferentes áreas poderão ser aplicados e aproveitados de alguma forma.
“Não menospreze o conhecimento prévio. Você pode ter conhecimentos valiosos em relacionamento, organização, técnica de gestão, saber mexer com dinheiro. Valorize o conhecimento que já tem pra depois buscar o que falta”, explica a consultora.
Para o sócio-fundador da agência La Mark, Lucas Baptista, fazer um curso básico no Sebrae pode ser importante. “É de graça e você começa a ter uma visão mais ampla do que é o empreendedorismo brasileiro. Quando eu fiz, me deparei com números que não conhecia e que podem assustar, mas trazem senso de realidade”.
Trazendo para a prática, ele ainda reforça as análises que considera imprescindíveis para se fazer. “Entender como a receita será gerada, se é um modelo viável, fazer uma análise de concorrência, desenvolver os seus diferenciais, escrever as principais informações sobre a ideia, o segmento de atuação, o público-alvo, as estratégias de marketing e vendas, as projeções financeiras, entre outros.”
Os desafiosAgora é hora de dar um start. E essa, mais do que qualquer outra, pode ser a etapa mais difícil pela experiência de Mariana. Esse começar é muitas vezes onde vários travam. Seja por um preciosismo em testar mais a sua ideia antes de jogá-la pro mundo, movido por uma falsa crença de que haverá um momento perfeito.
“Não existe o plano perfeito, existe o plano pra você fazer o que dá pra fazer e começar de alguma forma. Quem fala muito disso é uma economista que se chama Sara Sarasvathy. Ela criou a ‘Teoria do Fazer’: comece com o que você tem, arrisque o que você pode. Você pode até estruturar melhor o plano, mas pra começar, é preciso esse impulso”, pontua.
Isso, é claro, não quer dizer que você deva se lançar sem nenhuma cautela para esse universo. É preciso saber o quanto você pode arriscar - tem que ser um risco calculado no começo -, mas é preciso ter foco nas questões: quais são os desafios? O que eu preciso fazer sobre eles? O que eu já posso começar?
Outro ponto importante - esse, levantado por Lucas -, é não desistir diante dos desafios impostos pela falta de experiência. “Eu abri uma empresa com 25 anos e tinha zero experiência para gerenciar o negócio. Eu tinha a expertise na área da publicidade, mas me vi em situações onde precisei tomar decisões e seguramente foram equivocadas. Isso envolve entrada e saída de prestadores de serviço, clientes e até obstáculos de abertura, burocracias, formalizações. Não deixe de ler tudo, mesmo os documentos mais longos. Isso vai ser importante depois”, aconselha.
Ele ainda menciona a falta de recursos financeiros e a concorrência como outros grandes desafios. “Sempre vai ter gente cobrando menos que você ou fazendo o mesmo tipo de entrega. É aí que o desafio ganha força, porque você descobre caminhos que pareciam inexistentes para mostrar pro cliente que você é melhor, que pensa fora da caixa, que tem soluções rápidas para o negócio dele”, diz.
Os aprendizadosUm dos grandes aprendizados que o empreendedorismo pode trazer é saber impor os seus limites. Estar extremamente envolvido com aquele negócio pode ser ótimo para te dar propósito, mas também pode te cegar para questões importantes, como por exemplo, saber quando parar ou quando dar um passo para trás. É preciso encontrar um equilíbrio entre a motivação e a razão para assim potencializar a sua atividade.
“O empreendedor que está focado só no lucro, certamente vai perder de vista o propósito. Digo isso porque se você está focado em dinheiro, você perde tudo que o empreendimento exige: impacto na sociedade, valores e tomada de decisões. Isso ainda pode gerar uma crise de identidade e desmotivação que contamina todo mundo. Mas focar só no propósito também pode trazer dificuldade na gestão do negócio e no relacionamento com clientes e colaboradores”, comenta Lucas
Estar preparado para o “dar certo”, por incrível que pareça, pode ser também um aprendizado a ser adquirido - e que levou algum tempo de terapia para ele, por exemplo. Ele ainda destaca que, se pudesse voltar no tempo, teria se dedicado a aprender mais sobre gestão de pessoas e processos burocráticos de fato, já que em ambas as áreas ele foi aprendendo enquanto vivenciava.
Os ganhosJá em relação aos ganhos, eles são múltiplos e vão variar conforme o negócio e as motivações iniciais e individuais desse empreendedor. “Os ganhos estão relacionados à concretização dos sonhos, a um possível aumento de renda, melhoria no estilo de vida, mudança de profissão e ganho de resiliência. Isso porque empreender não é uma linha reta e você precisa ser o piloto do seu avião, sabendo aprender com as quedas”, diz Mariana.
A potencialização das pessoas ao redor é um ganho coletivo aos olhos de Mariana. “Quando uma mulher supera as barreiras iniciais e prospera, ela leva outras juntas, por exemplo. É isso que empreender faz: potencializa e movimenta todos ao redor. Isso pode ser uma ferramenta transformadora para vários públicos, os aposentados, os negros - há tantos públicos e tantas camadas, cada um com as suas demandas e dificuldades, e todas com um potencial imenso”, conclui Mariana.
Para Lucas, ser dono do seu tempo e poder se dedicar mais aos projetos que acreditava eram os principais combustíveis para querer empreender e, portanto, foi um dos principais ganhos. Mas ele não descarta também ter conseguido levar outros com ele nessa jornada também como um presente dessa jornada.
“É gratificante conseguir isso e ainda ver suas ideias indo pra rua. Entra ainda uma outra questão, que é começar a precisar de novos braços por não dar conta da demanda. Gerar empregos, fazer o dinheiro girar, ter mais gente por perto pensando junto e fazer uma empresa ser sustentável foi bem gratificante”, relembra.
Esse é um momento extremamente positivo para o tema, com incentivos fiscais sendo cada vez mais discutidos aos empreendedores, facilitações burocráticas e leis que favorecem a prática. Cabe a cada um estar preparado para essa trajetória que, apesar de contar com terceiros, pode ser majoritariamente individual. E, no fim, valerá a pena!
Coloque em prática
Aplique técnicas da atenção plena e da TCC para fortalecer seu vínculo afetivo
11 de Junho de 2019
O psicólogo americano Seth J. Gillihan utiliza na abordagem clínica técnicas da terapia cognitiva comportamental (TCC) e do mindfulness. A seguir, ele lista 21 práticas que podem melhorar a qualidade dos relacionamentos. Elas estão divididas nas categorias "Pense", "Aja" e "Seja". "São práticas que eu achei úteis na clínica e na minha própria vida", afirma. Faça um desses exercícios por dia. Dessa forma, seus esforços podem ser mais focados e intencionais do que se você estivesse tentando mudar tudo de uma vez.
PENSAR
Use essas abordagens cognitivas para treinar seus pensamentos e fortalecer seu relacionamento.
1. Observe seus pensamentos
A técnica cognitiva fundamental reconhece seus pensamentos como pensamentos, e não como reflexo da realidade. Lembre-se de um ponto de tensão não resolvido entre você e seu parceiro. Que julgamentos ou medos vêm à mente? Quais suposições você está fazendo que podem ou não ser baseadas em fatos? Quanto mais atento você estiver aos seus pensamentos, mais fácil será reconhecer quando eles estiverem desajustados.
2. Cuidado com pensamentos extremos
Preste atenção nos momentos em que você pensa em seu parceiro em termos de preto ou branco, como: "ele nunca pensa nas minhas necessidades". Considere se a situação é realmente tão extrema.
3. Declare suas preferências
A raiva em relação ao seu parceiro é frequentemente motivada pelo pensamento de que ele deveria se comportar de maneira diferente Muitas vezes, porém, esse sentimento expressa desejos, não fatos sobre o que a pessoa fez de errado. Tente declarar suas preferências em vez de acusar as atitudes do outro.
4. Presuma o melhor
Quando seu respectivo fizer algo que o incomoda, busque a melhor interpretação possível de suas ações. Observe como essa reação afeta sua tranquilidade e suas interações com seu parceiro.
5. Pergunte-se o que ele precisa
Ao interagir com seu parceiro, pergunte-se: “O que ele precisa agora?”. Está com fome? Exausto? Solitário? Este questionamento pode ser poderoso durante uma rusga no relacionamento.
6. Examine seus pensamentos na irritação
A próxima vez que você estiver chateado com seu amado, escreva os pensamentos que está tendo. Leia e reflita: Isso é verdade? Como esses pensamentos afetam seus sentimentos em relação ao outro? Anote todas as formas de pensar que possam se adequar à realidade.
7. Questione suas suposições
Frequentemente presumimos que nossos parceiros têm pensamentos negativos em relação a nós. Esses pensamentos geralmente são projeções que têm mais a ver com o modo como nos vemos do que com o que os outros pensam de nós. Observe suas suposições negativas e questione se há alguma evidência sólida nelas.
AJA
Nossos comportamentos são baseados em hábitos, que podem ou não ser úteis para nosso relacionamento. Podemos escolher ações que tragam maior consciência e intenção à nossa atitude em relação ao parceiro.
8. Espalhe a alegria
O que você pode fazer para melhorar a vida do seu amado? Pode ser algo pequeno, como preparar uma xícara de chá. Como os sentimentos geralmente seguem uma ação, não espere até sentir vontade de fazer isso.
9. Seja encorajador
Da próxima vez que estiver se sentindo para baixo, mostre amor e preocupação pelo seu parceiro. Esse gesto pode ajudar você a se sentir melhor e, mais importante, mostra que você pode ser útil no relacionamento mesmo quando não está 100%.
10. Torne sua vida mais fácil
Peça ao seu parceiro para lhe falar sobre uma fonte de frustração que ele enfrenta repetidamente. Talvez seja algo como uma gaveta desorganizada ou a sua tendência a deixar bagunça para ele limpar. Reserve algum tempo para resolver o problema e, assim, dar mais tranquilidade a ambos.
11. Controle o tempo no celular
Observe quantas vezes você está colado a uma tela de celular ou computador. Estabeleça locais e horários para manter distância do equipamento.
12. Envie uma mensagem de amor
Escreva para o seu parceiro uma mensagem de carinho. Não precisa ser o texto perfeito. Diga que está pensando nele e feliz por ele estar em sua vida.
13. Diga obrigado
Lembre-se de uma maneira pela qual o seu respectivo tornou sua vida melhor. Declare o quanto você é grato por ele pessoalmente, por telefone por escrito. Expressar gratidão a outra pessoa é uma ótima prática para o bem-estar e para o relacionamento.
14. Elogie
Faça um elogio inesperado por um comportamento que muitas vezes não é reconhecido. Observe a reação da pessoa e sua própria experiência de ver e comentar seus pontos fortes.
SEJA
As práticas de atenção nos convidam a ser mais presentes em nossas vidas. Embora muitas vezes pensemos em meditação quando se fala em mindfulness, podemos praticar a atenção plena e nos abrir para a realidade, em qualquer situação.
15. Pratique a gratidão
Pouco antes de ir para a cama esta noite, anote três coisas que seu parceiro fez naquele dia que o agradaram. Sua lista de gratidão pode incluir o afeto físico, sua dedicação em casa, seu apoio ou o que você quiser.
16. Medite
Sente-se confortavelmente em um lugar calmo. Inspire e expire três vezes. Pense na pessoa amada e deseje mentalmente: "Que você esteja em segurança", "Que você seja feliz", "Que você encontre facilidade em sua vida", "Que você esteja livre de sofrer".
Sinta a bondade irradiando de dentro de você e direcione esses desejos para si mesmo: "Posso estar a salvo", "Que eu seja feliz", "Posso encontrar facilidade na minha vida", "Posso estar livre do sofrimento".
17. Ouça com atenção
Preste muita atenção ao parceiro quando falar com ele. Concentre-se no que ele diz, nos olhos, na linguagem corporal e na expressão facial. É um presente raro para dar a alguém toda a nossa atenção em uma conversa. Observe o que acontece quando você traz sua presença completa para suas interações.
18. Veja seu amado
Tente ver seu parceiro hoje como se fosse pela primeira vez. Analise o máximo possível de detalhes sobre eles. Você também pode perceber as formas pelas quais seu parceiro mudou sua vida para melhor, como ter alguém para abraçar todos os dias e um ouvido solidário ao final de um dia difícil. Sinta como é realmente experimentar a pessoa com quem você compartilha sua vida.
19. Respire e agradeça
Sente-se confortavelmente em um lugar calmo. Traga sua atenção para a respiração enquanto ela entra e sai do corpo. A cada respiração, lembre-se de algo sobre o seu parceiro pela qual você é grato, boas memórias, suas qualidades. Você pode repetir essa meditação se alguma vez se encontrar acordado no meio da noite.
20. Encontre algo bom nos tempos difíceis
Na próxima vez que tiver um conflito com seu parceiro, veja se pode extrair algo positivo da situação. Se você não conseguir encontrar um lado positivo, poderá perceber que pelo menos tem um parceiro para se frustrar! Talvez isso seja melhor do que ficar sozinho o tempo todo.
21. Esteja presente nas refeições
Pouco antes de começar uma refeição com seu parceiro, faça uma pausa para sentir seus pés no chão e seu peso pressionando a cadeira. Respire lentamente e reserve um momento para olhar para a pessoa (ou pessoas) compartilhando a refeição com você. Aproveite a refeição e o tempo nesse ambiente.
Como trazer essas práticas para a sua vida
Se você se comprometer a fazer uma dessas práticas diariamente pelos próximos 21 dias, deverá sentir uma melhora significativa em seu relacionamento. Você pode repetir esses exercícios, é claro, e integrá-los em sua vida como novos hábitos.
Fonte: Seth J. Gillihan, para
Psychology Today
Síntese: Equipe Plenae
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