Coloque em prática
São muitas as nossas metas e vontades, mas a quantidade de tempo em um dia não aumenta. Como equilibrar então todos esses pratinhos?
13 de Agosto de 2021
Admita: você também se propõe a desempenhar muitos papéis na vida. E a pandemia pode ter deixado isso ainda mais evidente, com as muitas vontades e planos que o período trouxe. É fato que vivemos um período intenso muito diferente de um ano sabático. Agora, tantos meses depois do seu início, percebemos que é preciso desacelerar, ou ao menos se organizar.
A influenciadora digital, Luciana Tranchesi, gravou para o Plenae Drops um vídeo contando como foi a sua experiência diante de tantas novidades e desejos. Em uma de suas passagens, ela relata como a criação de rotinas muito bem pré-estabelecidas ajudou ela a enfrentar o início desse período.

“Começamos a quarentena achando que teríamos tempo, seja de descansar ou fazer um curso que sempre quisemos. Mas na verdade, são muitas coisas dentro de um mesmo tempo, então ele fica escasso”, relata ela.
“Coloquei tantas metas, mas depois que vi a quantidade de tarefas que eu teria, percebi que as metas novas precisariam esperar um pouco mais de tempo e maturidade da minha parte conforme a rotina fosse sendo mais estruturada. Passei uma semana estruturando como fazer tudo isso logo quando tudo aconteceu”, conta.
Caminhos tomados
Luciana conta que separou sua rotina em três vias de necessidades:
Com seu filho. “Tenho uma rotina com meu filho que me leva muito tempo, porque não adianta ser só mãe, preciso ser professora e preciso brincar com ele mais ativamente do que antes”, conta ela. “Ter horários me ajuda a guiar o que eu tenho que fazer, conseguir meus momentos de trabalho e ajuda até ele a diminuir seu nível de ansiedade”.
Ter uma rotina de trabalhos. “Eu tenho uma rotina pros trabalhos aqui de casa, e isso me salva muito, pra eu não perder as prioridades do que eu tenho que fazer e também não ficar angustiada.”
Rotina de relações. “Pensei que conseguiria manter todas as minhas relações em dia e percebi que até para isso precisamos de organização. Então estabeleci uma vez por semana um jantar pelo zoom com as minhas amigas, quando a gente consegue conversar e ter um momento leve. Parece superficial, mas é muito importante para a nossa saúde mental, me salvou muito psicologicamente. E é bom também pra checar como eles estão, está sendo desafiador pra todo mundo, cada um dentro de sua realidade.”

O segredo de Luciana é, então, estabelecer rotinas. Isso não quer dizer que você conseguirá fazer tudo, mas já na organização da sua lista de afazeres, você mesmo perceberá o que dá ou não para ser encaixado. Pode parecer rígido, mas é por meio dessa organização que as coisas se encaixam e começam a fluir. “Rotina salva você, seu filho e a estrutura familiar como um todo. Ajuda a pensar hora por hora e evita que se pense no amanhã, que é incerto e traz ansiedade”, conclui a influenciadora.
Coloque em prática
Conversamos com um neurologista especialista em tomada de decisões para entender como esse processo se dá dentro de nosso cérebro e como aprimorá-lo
9 de Fevereiro de 2021
Segundo estimativas publicadas em uma pesquisa no jornal americano Wall Street Journal, um ser humano toma cerca de 35 mil decisões por dia. Parece um número absurdo, afinal, nossa concepção do que é uma decisão acaba sendo, muitas vezes, relacionada às grandes decisões.
Mas pense que, nesse exato momento, você decidiu abrir esse link, e decidiu rolar para baixo, e enquanto lia, decidiu tomar um gole de água. Tudo isso inclui processos decisórios os quais você nem sempre se dá conta de que está diante de opções, simplesmente faz.
Segundo o neurocientista e professor livre docente da UNIFESP, Álvaro Machado Dias, há três tipos de tomada de decisão:
Ainda dentro das grandes decisões, ela pode ser dividida em dois caminhos: racional e intuitivo. Quando optamos por uma escolha racional, é porque projetamos futuros hipotéticos e nos imaginamos neles, vivenciamos como seriam nossas emoções nessa situação específica. A partir daí, pesamos e medimos entre a opção a ou b.
Porém, perceba que até mesmo no caminho racional, é desprendida uma energia emocional grande. “Nós atribuímos valor para cada uma das experiências e projeções que fazemos. Até pra viajar, pra decidir o destino, você se imagina em cada um deles e escolhe a que apresenta ser mais valiosa segundo suas emoções” como explica Álvaro.
A escolha intuitiva, por sua vez, se dá quando o indivíduo se vê diante de uma grande questão e não opta por comparar suas opções, ou simplesmente cansa de fazê-lo. “Ela é pós-analítica, é saber que você não consegue ter certeza do que vai ser melhor, e não decidir por algo é também se posicionar. Então as pessoas, nesse momento, já pensaram demais e não chegaram a nenhuma decisão e elas tem uma nova forma de escolher, que é justamente a intuição”, diz.
Portanto, trata-se de um processo de olhar para dentro de si e avaliar os resíduos que ficaram nas emoções dessa experiência de se projetar nos diferentes cenários hipotéticos. “Pensar é inibir as emoções, e a gente sente uma inclinação, um feeling sobre as situações hipotéticas” comenta Álvaro.
A intuição também está muito envolvida nas decisões automáticas, aquelas que mencionamos no começo. São milhares de decisões por dia, portanto, intuição não é tanto sobre gostar, é sobre se sentir inclinado a algo, aquilo que nos foge, que não sabemos explicar o porquê de termos escolhido.
Caminhos decisórios
Como mencionamos, diariamente somos expostos a diferentes caminhos possíveis de serem seguidos, e cabe a nós escolhermos cada um. Mas há coisas que podem atrapalhar esse processo. “A principal coisa que atrapalha a tomada de decisão seguramente são as emoções intromissivas. Decisões precisam ter a mente pacificada para você poder se conectar com essas experiências de futuros hipotéticos. Se você for dominado por emoções fora de contexto, você terá dificuldade de se conectar com esses cenários, pois eles vão ser inundados por esse presente” explica o neurologista.
Por isso, há de se evitar as decisões tomadas no calor do momento. Mas e quando não temos escolhas? Voltamos à intuição, quando você sente essa necessidade de ir pela sua inclinação, e não pela sua racionalidade. Mas o que fazer então para tomar melhores decisões?
Para Álvaro, é preciso ter em mente 4 etapas principais:
Há ainda de se considerar a relação entre decisão X felicidade. “Quando as nossas decisões geram um retorno que imediatamente dão prazer e satisfação, elas nos dão a ilusão que estão nos trazendo felicidade. Essa ilusão pode ser verdadeira, mas muitas vezes ela é falsa” explica Álvaro.
As decisões que verdadeiramente aumentam nossa felicidade são as decisões que se conectam umas com as outras, funcionando quase como um salto. Quando você toma uma decisão na qual você acredita que é certo, você não se deixa iludir pelo retorno imediato da mesma, você está esperando qualquer coisa - inclusive que dê errado.
Mas, por acreditar integralmente naquilo sob a ótica moral, é o que traz a verdadeira felicidade a longo prazo, pois vão te encaminhando para o que você acredita que seja certo. “A felicidade é um caminho que pode ser obliterado por uma ilusão baseada em tomadas de decisão, essa ilusão que o retorno imediato é o que importa numa decisão. Porém, nós mudamos o tempo todo. É preciso se levar menos a sério” conclui o especialista. E você, já encarou seus possíveis caminhos com mais leveza hoje?
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