Coloque em prática
A razão pela qual você levanta todos os dias de sua cama tem nome. E, se você está em busca de sua missão, o conceito pode te ajudar.
3 de Setembro de 2021
Abrimos a sexta temporada do Podcast Plenae com o empreendedor social Eduardo Lyra representando o pilar Propósito. Vindo de uma infância difícil, ele conseguiu encontrar sua missão de vida justamente olhando para o seu passado e desejando um futuro melhor para outras crianças como ele. Hoje, seu objetivo é transformar a pobreza em peça de museu.
Ao fazer um balanço da sua própria trajetória, você saberia apontar o que te faz levantar da cama todos os dias e encarar a vida? Para além das necessidades básicas e financeiras de qualquer pessoa, o que realmente te motiva e te move? Se você ainda não sabe responder essas questões, talvez é porque ainda não tenha encontrado o seu IKIGAI.
Não há uma tradução exata para o termo, pois trata-se de uma junção de palavras em japonês, Mas ele pode ser entendido como “a razão de viver”, segundo o neurocientista Ken Mogi, autor do livro “Ikigai: Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz”.
Ainda no mesmo livro, Mogi explica melhor o que é considerado “o segredo da longevidade japonesa”. Esse ter um propósito que o movimente é apontado por alguns estudiosos do tema - e endossado por cientistas que estudam os níveis de felicidade e bem-estar subjetivo no mundo - como o combustível que leva o Japão a reunir tantos centenários.
O conceito vem de um grupo de ilhas no sul do Japão, chamadas de Okinawa. Considerada uma blue zone por ter uma população de moradores centenários muito maior do que em outros lugares, Ken Mogi explica que a cultura do local valoriza, principalmente, ajudar uns aos outros. E que isso, por si só, torna-se um propósito de vida dos moradores, trazendo mais felicidade e, porque não, longevidade.
Segundo o autor, em entrevista para a BBC, “é muito importante identificar as coisas que você gosta de fazer e que te dão prazer, porque elas dão propósito à vida e levam a uma existência longa e feliz". É preciso encarar essa longevidade não só como um tempo extra que ganhamos, mas saber o que fazer com ele.
Em busca do meu IKIGAI
Agora que você já conhece o termo e sabe que ele pode fazer maravilhas, é hora de ir em busca do seu próprio IKIGAI. Além de seus benefícios já mencionados, ele traz ainda vitalidade, pois te mantém sempre em movimento, fazendo de você um verdadeiro protagonista de sua própria história, e não um mero passageiro.
Para Ken Mogi, na mesma entrevista à BBC, encontrar o IKIGAI não é difícil e pode morar em tarefas banais, como tomar um café da manhã todos os dias. "Em geral, somos tão obcecados com o sucesso e grandes metas que a vida acaba se tornando intimidadora. O legal do ikigai é que você pode partir de coisas pequenas até chegar aos grandes objetivos de vida”, disse ele.
Essa filosofia se assemelha aos aprendizados que reunimos nesta matéria, com base em um filme de animação da Disney, “Soul”. Passamos tanto tempo obcecados em procurar alegria e um grande objetivo, que perdemos as miudezas dos nossos dias.
Sobre isso, o neurologista Fabiano Moulin já comentou em matéria para o Plenae. “Existem artigos de neurologia e psiquiatria que apontam que as pessoas que mais buscam felicidade são as mais adoecidas mentalmente. É super importante deixar isso claro: a felicidade é um efeito colateral de um propósito. Se tivéssemos uma fórmula para alcançá-la, ela basicamente só teria dois componentes: momentos de bem-estar no dia a dia e, de forma mais ampla, uma ideia que me dá sentido à vida”.
Passo a passo
Para encontrar o seu IKIGAI, esteja atento a si mesmo e aos seus chamados internos
Pare de buscar a felicidade de forma obcecada e entenda que ela é uma consequência
Pense: o que me dá verdadeiramente prazer? O que eu estou fazendo quando me sinto mais pleno e próximo de mim?
Respeite seu processo. Há pessoas que já sabem o que querem desde crianças, mas essa não é a realidade da maioria de nós
Mas ainda sobre a infância: tente resgatá-la sempre que puder. Lembre-se quais eram suas paixões naqueles tempos. Isso pode ser revelador.
Entenda que não há só um IKIGAI e é justamente essa a graça: somos múltiplos, portanto, nossos propósitos também, dos menores aos maiores
Estabeleça pequenos IKIGAIS diários, propósitos pequenos que te farão feliz ao longo do dia. E depois, IKIGAIS maiores, para a sua vida como um todo.
Se muitas coisas podem nos dar prazer, elas também podem mudar e nos cansar. Não resista às mudanças, deixe ir aquilo que não te serve mais.
Não confunda o IKIGAI com um hobby. Não se trata de um prazer somente instantâneo, mas sim, algo construído que te levará mais longe.
Por fim, liberte-se da aprovação alheia. IKIGAI é sobre o que te faz feliz e te dá sentido e fôlego para viver, não é preciso que outros te premiem por isso.
Mergulhe nessa jornada que é pessoal e demanda cultivo e empenho. Lembre-se que cada pessoa possui o seu próprio IKIGAI e que é preciso celebrar as nossas diferenças. Mantenha-se atento!
Coloque em prática
Transformar colegas de equipe em amigos para a vida pode ser possível e ainda pode ser também fonte de muitos benefícios. Leia mais sobre!
20 de Outubro de 2023
No quinto episódio do Podcast Plenae, nos
divertimos com a história dos dois inseparáveis amigos da cozinha e da vida:
Claude e Batista. Conhecidos por seus programas que misturam culinária e humor,
a dupla se conheceu por conta do trabalho, mas permaneceu por conta dos afetos
de modo que o ofício se tornasse um mero detalhe nessa dinâmica.
Não são raras histórias assim. Há, sim, competitividade e percalços nas relações profissionais que podem transformar o seu ambiente de trabalho em um lugar tóxico, como te ensinamos a identificar neste artigo. Mas isso não precisa ser regra. Há também a possibilidade de estreitar laços com aqueles que compartilham dos mesmos objetivos que você e, porque não, passam grande parte do dia ao seu lado.
Com o passar do tempo, fazer novos amigos pode ser
uma tarefa desafiadora, como comentamos nessa matéria. Os motivos são vários: falta de tempo e de
oportunidade, a perda da espontaneidade que temos quando somos mais novos,
interesses em comum diferentes, entre outros. No caso da “oportunidade”, o
nosso emprego pode ser uma delas, já que passamos tanto tempo por lá.
Aquele ditado “amigos, amigos, negócios à parte”
até tem o seu valor, mas pode reforçar essa ideia de que nossas relações estão
sempre fora do ambiente de trabalho. É claro que é importante saber separar as
obrigações da diversão e reservar um espaço para a seriedade, tão importante
para fazer a máquina girar.
Mas, não precisa ser assim tão duro e inflexível.
Inclusive, trazer o brincar para o trabalho é parte de um processo importante
de escuta ativa, como te contamos aqui neste Plenae Entrevista. E a escuta ativa é mecanismo importantíssimo para
um dia a dia mais empático, leve e, porque não, mais produtivo.
Além disso, a felicidade, como já dissemos por aqui, vem antes do sucesso - como um degrau, dos mais
importantes, vale dizer. Sabemos que as relações humanas são muito importantes
para o nosso bem-estar, portanto, está tudo conectado, analisando de forma
geral.
Outro ponto importante de ter boas relações no
trabalho não traz só distração, como algumas mentes mais conservadoras podem imaginar.
As boas relações podem reforçar a união da equipe, trazendo melhores resultados
e também mais motivação, produtividade e criatividade, como pontua a revista Forbes.
Ainda sobre a criatividade, tão difícil e desejada
e que falamos mais nesse artigo, ter mais mentes pensando - e pensando em
harmonia, o que é mais importante - é um ponto positivo para a resolução de
problemas. Portanto, fazer amigos no trabalho é benéfico até mesmo para
encontrar saídas que antes você podia estar tendo dificuldade de visualizar.
Segundo uma pesquisa do Instituto Gallup, ter pelo
menos um amigo no trabalho traz, além de uma maior satisfação geral, uma queda
na procura por outro, ou seja, uma maior retenção do colaborador ali naquela
empresa. Este artigo na Folha ainda pontua como as boas relações no trabalho
reduzem as chances de ter burnout, síndrome que te contamos neste artigo, e ainda ajuda a impulsionar a carreira.
No caso dos homens, um outro artigo, também da Folha, revela que ter essas conexões no emprego ajuda a combater a solidão, sentimento que se tornou uma verdadeira epidemia nos últimos tempos, como revelamos. Portanto, os benefícios podem ser ainda maiores e mais específicos do que imaginávamos.
Essa é a pergunta do milhão, é claro. Primeiro
porque fazer amigos, em qualquer lugar, pode ser tarefa desafiadora para alguns
e pode piorar com o tempo e com a idade, como dissemos anteriormente. Segundo
porque o ambiente de trabalho exige alguns limites e estabelecê-los pode ser
difícil.
O primeiro passo para evitar tudo isso é talvez o
mais simples e espontâneo de todos: só se aproxime daqueles que você percebe
uma clara conexão e identificação. Isso tornará tudo mais simples depois para
que você se sinta mais à vontade tanto para estreitar os laços como para estabelecer
algum limite porventura necessário.
Uma vez identificada essa pessoa - ou essas
pessoas, no plural -, é hora de ir atrás de forma intencional. Criar situações,
como um almoço, um simples café, um projeto juntos ou até um happy hour,
pode ser um bom caminho. Nesse artigo,
te demos ainda outras dicas, como permitir ser mais vulnerável, fazer perguntas
e até não colocar tanta pressão em cima disso.
Aqui, também falamos sobre aproximar conexões que já existem, mas que
ainda não são tão sólidas. Criar uma base de segurança ou aceitar que a
proximidade não tem um tamanho único para todas as suas relações são alguns dos
passos dados. O importante, no final das contas, é ser verdadeiro, estar
disponível e aberto e prestar atenção no outro. Você colherá os benefícios a
partir daí, acredite!
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