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Mitos e verdades sobre a dengue

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15 de Março de 2024


Transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da dengue, a doença não é exatamente um problema novo, ainda mais em um país tropical como o nosso. Mas a sua intensificação é tão significativa que, até este momento, oito estados já decretaram emergência de saúde, quando a doença se torna endêmica. 

Essa medida facilita a compra de insumos médicos, contratação de equipes por municípios, dentre outras medidas que “cortam caminho” para lidar com a questão. Apesar dos esforços do Ministério da Saúde em propagar informações a respeito da doença, ainda há muitos equívocos circulando por aí - as temidas fake news, que te contamos neste artigo como evitar.

Se a doença afeta o seu Corpo, um dos nossos pilares Plenae, então é de nosso interesse te ajudar a desmistificar algumas informações. Confira o que é mito e o que é verdade a seguir! 

Apenas pessoas em áreas tropicais contraem dengue

Mito. Embora a dengue seja mais comum em regiões tropicais e/ou subtropicais, alguns casos também podem surgir nas chamadas “áreas temperadas”. Isso tudo vai depender das condições ambientais e da presença do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti.

Eliminar criadouros de mosquitos ajuda a prevenir a dengue

Verdade. A reprodução da dengue, como já se sabe, se dá em recipientes com água parada. Eliminar esses criadouros reduz significativamente o risco de transmissão.

A dengue só é transmitida durante o dia

Mito. Embora o mosquito Aedes aegypti seja mais ativo durante o dia, ele também pode picar à noite.

Febre, dores musculares e articulares, dor de cabeça e erupções cutâneas são os principais sintomas da doença

Verdade. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta, de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele, segundo o próprio Ministério da Saúde

Em casos mais graves, a doença pode evoluir para a dengue grave, que pode ser potencialmente fatal. Alguns sinais de alerta para esse segundo caso são: dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; acúmulo de líquidos; sangramento de mucosa; irritabilidade.

Pessoas que já contraíram dengue não podem ser infectadas novamente

Mito. É possível contrair diferentes sorotipos do vírus da dengue, o que significa que uma pessoa pode ter a doença mais de uma vez. O seu sistema imunológico geralmente desenvolverá anticorpos específicos para combater o vírus, mas é importante frisar que existem quatro sorotipos diferentes do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). A infecção por um sorotipo confere imunidade para ele especificamente, mas não para os outros. 

A segunda infecção por dengue é mais grave? 

Verdade. Mas, é pior se a infecção for por um sorotipo diferente daquele que você já criou anticorpos, como te explicamos anteriormente. Isso aumenta o risco de desenvolver dengue grave e ressalta a importância de não afrouxar depois de já ter tido a dengue com as medidas preventivas. 

E quais são elas? Usar repelentes, de preferência com icaridina no composto, usar roupas protetoras e mosquiteiros, especialmente em áreas onde a dengue é endêmica, não deixar água parada nem se automedicar e buscar orientação médica se você apresentar sintomas.

Apenas pessoas sem hábitos de higiene contraem dengue

Mito. A dengue não está relacionada diretamente aos hábitos de higiene pessoal, já que, como foi dito, a transmissão ocorre principalmente pela picada do mosquito infectado. Mas, é importante manter bons hábitos de higiene pessoal para a sua vida como um todo e, no caso da dengue, atenção redobrada à higiene da casa. 

Não posso tomar um remédio qualquer quando estou com dengue

Verdade. Você já deve ter ouvido o aviso clássico ao final das propagandas “esse remédio é contra indicado em caso de suspeita de dengue”. Tomar um medicamento inapropriado aumenta o risco de problemas sérios, como hemorragia, por exemplo. Como os sintomas iniciais da dengue podem ser semelhantes aos de uma gripe ou até mesmo da covid, muitas pessoas acabam se automedicando. 

Vale dizer que, a principal contraindicação nesse cenário, de acordo com o infectologista Márcio Nehab, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) em entrevista ao jornal Estadão, são os chamados anti-inflamatórios não hormonais. “A dengue desencadeia a redução do número de plaquetas, células que ajudam na coagulação sanguínea. 

Como esses anti-inflamatórios afinam o sangue e prejudicam a funcionalidade das plaquetas, eles tendem a agravar ainda mais a situação do paciente com dengue, aumentando o risco de hemorragia”, explica. No entendo, paracetamol, dipirona, e remédios contra vômito estão liberados para auxiliar no alívio dos sintomas, como febre e dor

Todos devemos tomar a vacina da dengue nesse momento

Mito. Ao contrário da covid-19, que enfatizou a importância da vacinação, ferramenta que ajudou a salvar milhares de vidas e desacelerar a contaminação do vírus, a vacina da dengue ainda não é indicada para todos. Há anos estuda-se uma que de fato fosse eficaz e que agora parece ter chegado a uma escolhida. 

O Ministério da Saúde decidiu incorporar o imunizante QDenga, da farmacêutica Takeda, à rede pública, e o Instituto Butantã também trabalha em uma que parece ser promissora. Porém, ela ainda não é amplamente indicada para todos - o público acima dos 60 anos, por exemplo, precisa apresentar pedido médico específico para poder tomá-la, já que a vacina que está sendo aplicada não foi testada para essa faixa etária. Por ora, ela será aplicada apenas no público de 10 a 14 anos pelo SUS.

A dengue faz parte de um grupo chamado arboviroses

Verdade. A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes, como explica o Ministério da Saúde. Zika, Chikungunya e febre amarela também estão neste grupo. 

Fique atento ao seu entorno, ao Contexto que te cerca. É papel de todos nós a prevenção contra a dengue, seja para proteger a nós, a nossa família e a nossa vizinhança. Somos todos responsáveis!

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Dormir bem para viver bem: a importância do repouso para a nossa saúde

Para a doutora Carine, cuidar do sono é uma medida preventiva em saúde, que consegue doenças e deve ser feito desde a infância. Mas como fazê-lo?

13 de Março de 2020


Estima-se que passamos um terço de nossas vidas dormindo. Mas estamos realizando essa atividade de maneira correta? Dormir bem, com qualidade e horas suficiente, pode ser a resposta para uma série de outras doenças. É o que acredita Carine Petry, médica otorrinolaringologista e especialista na saúde do sono.

Além dela, vários outros especialistas defendem essa mesma tese, com base em pesquisas e análises clínicas.
Pensando no poder que as devidas horas de descanso diário tem, criou-se o Dia Mundial do Sono, onde diversas iniciativas são realizadas por toda a parte do planeta para conscientizar não só a população final, mas também a classe médica.

No Brasil, a Associação Brasileira do Sono criou a Semana do Sono, celebrada na próxima semana com programação de palestras e oficinas sobre o tema, em Brasília. “Muitas vezes o fator sono não é colocado de forma importante em consulta médica. Um cardiologista, por exemplo, fala em se alimentar bem, praticar atividade física, parar de fumar, mas não cita o dormir bem” conta a médica.

Hoje em dia, cada vez mais se fala em longevidade saudável. Não basta viver muito, mas é necessário viver bem e com as plenas faculdades cerebrais. “Não existe uma forma de se gente ter uma boa saúde sem dormir bem, porque o sono é um dos principais pilares da saúde, junto com alimentação e atividades físicas” explica Carine. “Existem várias pesquisas que apontam um risco aumentado para desenvolvimento de demência quando não se dorme bem.

É durante o sono que se tem uma limpeza do sistema nervoso central,  a limpeza linfática é feita somente no sono profundo, e ela é responsável pela limpeza do acúmulo de proteínas relacionadas ao Alzheimer” explica.
Essa atividade, que é diferente da vigília, ou seja, cochilos breves que não atingem camadas cerebrais mais profundas, interfere em todos os aspectos da nossa vida.

“Nosso processo cognitivo e capacidade de aprendizado, como nos sentimos, como nosso corpo funciona do ponto de vista cardiovascular e hormonal (como o hormônio do crescimento), do ponto de vista da insulina e até mesmo da nossa imunidade - tudo é afetado pelo sono, ou pela falta dele” continua Carine.
O sono muitas vezes é a peça que faltava no quebra cabeça para desvendar esses problemas já citados. Praticar essa atividade de maneira consciente pode até mesmo reduzir suas medicações.

“Às vezes um paciente que toma dois, três remédios para hipertensão, nunca relatou ou foi questionado pelo seu médico se ele ronca, por exemplo, quando já sabemos que o ronco é sempre um indicativo de que há uma dificuldade do ar em passar por uma via aérea estreita. Isso indica que ele está fazendo força pra respirar, então é muito provável que sua oxigenação esteja sendo prejudicada, o que libera adrenalina e aumenta a pressão cardíaca durante o repouso” revela a doutora.

Se a privação de um bom sono afeta nossa saúde a longo prazo, como esse mesmo mal afeta a curto prazo? “Com um sono restaurador, nosso processo cognitivo fica melhor o indivíduo consegue realizar coisas de forma mais eficiente. Até mesmo o seu autocontrole e poder de julgamento também são positivamente influenciados no que diz respeito a impulsividade e tomada de decisões” explica a doutora.

Sem falar no sistema imunológico como um todo. “Se uma pessoa que acabou de tomar uma vacina e naquela noite, por algum motivo, não dorme bem, a medicação muito provavelmente não vai ter um bom desempenho” revela. Até mesmo medicamentos mais cotidianos que demandam uma maior metabolização, podem ser afetados.
Falando em metabolização, há a questão dos alimentos, que pode também se manifestar mesmo a curto prazo.

“O uso da insulina pelo próprio corpo, depositar ou não gordura, ganho de peso ou não… Quando as pessoas não dormem bem, há sim um aumento comprovado de gordura abdominal. Isso vai levando a uma série de consequências, até mesmo inflamação sistêmica pode gerar” conclui Carine.
Mas atenção: não adianta colocar o sono em dia somente nos finais de semana, ou dormir muitas horas a mais em uma só tacada.

“Dormir 12h direto no fim de semana, por exemplo, acaba provocando um problema chamado
jet lag social, porque duas vezes por semana o indivíduo adota outro ritmo, bagunçando seu fuso horário pessoal. Isso gera uma instabilidade no sono dele a longo prazo, e em casos de adolescentes gera até mesmo uma redução de massa encefálica” diz.

DICAS PARA MELHORAR A SAÚDE DE SEU SONO

Na matéria sobre insônia, entrevistamos o pneumologista Sérgio que deu algumas dicas bem valiosas. Carine reforça todas elas. Veja a seguir o que fazer para melhorar o seu descanso.

1- Evitar telas como celular, tablet , ou qualquer equipamento que possua a chamada “tela azul”, ao menos uma hora antes do horário. Isso irá ajudar na produção do hormônio melatonina, responsável pelo sono.

2- Regularidade de horários, ou seja, tentar acordar e dormir todo dia no mesmo horário. Isso faz com que você estabeleça uma rotina e crie hábito.

3- Para quem possui insônia, evitar a cafeína, que pode inibir nosso sono em até 6 a 8 horas. Alimentos que possuem cafeína, como chocolate, chás pretos e coca cola, podem influenciar também.

4- Atividades físicas também liberam substâncias que diminuem o estresse, relaxam e tendem a melhorar a qualidade do sono. Mas essa atividade deve ser praticada em até 4 horas antes do sono, se não pode atrapalhar também.

5- O álcool pode até ajudar a relaxar e induzir o sono, mas ele provoca uma piora da qualidade do sono, em especial na última etapa, conhecida como REM e responsável pela limpeza e restauração do sistema nervoso e da nossa memória.

6- Evitar medicamentos não específicos para o sono, como antigripais, pois eles possuem descongestionante, que gera um aumento de substâncias que aumentam a vigília. Mesmo anti-histamínicos, que costumam dar sono, podem provocar uma sonolência ou sedação que acabam durante 24h, o que vai prejudicar não só sua rotina, mas a regularidade (item 2).

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