Coloque em prática

Estudar na terceira idade traz propósito de vida

Como as iniciativas voltadas para que o público maduro ocupe novamente as salas de aulas podem trazer diferentes benefícios a todos os envolvidos

3 de Março de 2020


Quem nunca ouviu “estudar nunca é demais”, que atire a primeira pedra. Mas é fato: nada como a sensação de estar aprendendo algo novo e ver novos horizontes se abrindo diante de seus olhos. E porque então restringir algo tão bom a uma só fase da vida? “Hoje existe uma maior valorização à educação, e mais do que isso, existe uma maior necessidade de se estar atualizado para se manter ativo, tanto mentalmente quanto no mercado” conta Egídio Lima, médico, professor e coordenador da USP 60+, uma iniciativa da Universidade de São Paulo criada 1994 e voltada para a população madura que deseja voltar a estudar. Para operar, a USP 60+ se baseia em três pilares: gratuidade, oferecendo todos os cursos gratuitos e acessíveis; Abertura, não exigindo formação prévia para a maioria deles; E intergeracionalidade, ou seja, criando disciplinas que unam jovens e idosos em uma mesma sala de aula. “Esse último pilar configura um aspecto da nossa universidade que desde o início se diferenciou de todas as outras, e que hoje é algo é advogado por todas as entidades que estudam essa questão do envelhecimento saudável e ativo. A intergeracionalidade é uma tentativa de romper muito esse estigma da sociedade que coloca os mais velhos de um lado e jovens do outro. Isso não deve existir mais” conta Egídio. A oferta de cursos, é claro, não poderia também ser mais variada. Existem os cursos da grade curricular, que são esses abertos para os 60+ e para os estudantes mais jovens que estão se graduando. Esse é, na verdade, o único modelo de curso que exige um conhecimento prévio do inscrito na matéria, pois são disciplinas mais específicas e não preliminares. Além dele, há os chamados cursos culturais, que são voltados apenas para os estudantes acima de 60 anos. Esses já oferecem temáticas das mais variadas possíveis e não exigem diploma - qualquer um está apto a se inscrever. Por fim, há também os cursos que fazem parte das atividades esportivas, e acontecem dentro dos centros esportivos da Universidade. Mas não se engane: eles não envolvem somente exercícios físicos, mas também a teoria do exercitar. Para o professor Egídio, a procura pelos cursos têm aumentado nos últimos anos. “Houve um aumento de 20 a 30%, então consequentemente aumentamos a oferta de vagas. Hoje já são 5 mil vagas abertas todo início de semestre, e centenas de cursos. Hoje, a temática do envelhecer bem é amplamente divulgada pela mídia, e há muitas iniciativas voltadas para isso. A educação continuada é parte desse processo”. O programa emite um certificado de participação ao final do semestre, que não possui caráter profissionalizante, mas de atualização do profissional. “O principal objetivo é a reinserção desse aluno dentro de um contexto universitário, um convívio mais amplo na sociedade e, obviamente, a recapacitação em muitos casos.” complementa. Nesses 26 anos de existência, algumas pesquisas qualitativas e quantitativas foram realizadas com os principais atores do projeto. E os resultados foram todos positivos. “Percebemos que a qualidade de vida desse aluno melhora como um todo. Fora isso, também conversamos com os alunos mais jovens que relataram sentir que a presença de um aluno mais velho agrega e muito à sua aula. Isso foi sentido também pelos coordenadores desses cursos” conta o médico. Esses dados, aliados à constante preocupação com o bom envelhecimento, acabaram inspirando outras faculdades a pensar em iniciativas bem parecidas. Hoje existem programas semelhantes na UNICAMP e na UNIFESP, além de iniciativas privadas na PUC e na Universidade Presbiteriana Mackenzie, com seu programa "universidade em tempo útil". Além de universidades, diversas iniciativas são oferecidas em entidades como o SESC, SENAI e SESI, além de cursos mais livres fomentados até mesmo pela Prefeitura de São Paulo e de outras cidades. “Estudar hoje em dia acaba sendo mais fácil porque a mobilidade está melhor, e há a possibilidade de estudar à distância” pontua Egídio. Abrir novos horizontes, conhecer novas pessoas, aprender novas funções e até se reinserir no mercado. Os benefícios de voltar a estudar em idade mais avançada apontam todos para um mesmo caminho: adquirir um novo propósito de vida. “A gente vê que a medida que envelhecemos, o propósito torna-se fundamental. É saber que hoje eu vou acordar porque eu tenho essa meta e isso me faz querer levantar da cama todo dia. O mundo é muito rico para ficarmos somente fechados na nossa casa ou escritório. Ganhamos 20, 30 anos de vida, que nos dão a possibilidade de conseguir aprender e conhecer muito mais do que antes. Isso é um privilégio, um presente” conclui Egídio.

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Coloque em prática

9 hábitos que trazem felicidade, segundo a ciência

Pesquisadores reuniram dicas específicas que podem te aproximar ainda mais de um estado de felicidade cotidiano

1 de Outubro de 2024


Felicidade plena é uma utopia e, segundo especialistas que já passaram por aqui, nem deve ser o objetivo final de alguém. O estado de bem-estar é complexo e abrange uma série de fatores que, muitas vezes, podem não depender somente de você ou das suas atitudes. 

Além disso, aqui vale usar e abusar dos clichês: é preciso a escuridão para ver as estrelas, a tempestade para o florescer, entre outras frases que possuem o mesmo objetivo final: nos lembrar de valorizar também os momentos mais baixos, afinal, eles são parte dessa gama de sentimentos que somos capazes de sentir.

Reflexões à parte, é preciso se movimentar e se provocar de tempos em tempos para garantir a felicidade de cada dia. Ela não virá sempre bater à sua porta e um pouco de intenção nessa procura não faz mal a ninguém. A ciência entrou nessa jogada e já trouxe algumas conclusões. 

Por aqui, investigamos se é possível capturar a felicidade, como encontrar alegria no dia a dia, a relação entre propósito e felicidade, os três caminhos para a felicidade segundo um estudo, entre outras matérias. Hoje, vamos mergulhar em mais uma pesquisa sobre o assunto que propõe, no final das contas, trazer dicas práticas para serem colocadas em prática. Acompanhe a seguir! 

Uma questão de hábito


O que há de novo, afinal? Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bristol desenvolveu um curso chamado “Ciência da Felicidade”. Seu objetivo é mostrar que o contentamento pode ser aprendido e conquistado com uma série de práticas que devem ser mantidas a longo prazo para obter resultados.

Aliado a esse curso, um estudo publicado na revista científica Higher Education chancelou o método e descobriu que os hábitos ensinados nessas aulas podem levar ao aumento do bem-estar, sobretudo quando incluídos na rotina da pessoa. Os pesquisadores coletaram respostas dos alunos e chegaram em um número bastante positivo: eles relataram uma melhoria de 10% a 15% no bem-estar depois do curso e, aqueles que mantiveram os hábitos aprendidos no curso, mantiveram o resultado positivo mesmo dois anos depois.

Mas quais são esses hábitos, afinal?

  • Conversar com estranhos, por mais que muitas pessoas evitem esses tipos de encontros;

  • Dar presentes para outras pessoas, pois isso ativa centros de recompensa no cérebro, proporcionando felicidade;

  • Ter uma boa qualidade de sono;

  • Caminhar na natureza;

  • Praticar atos de bondade;

  • Praticar meditação;

  • Ter atenção aos eventos e aspectos positivos de cada dia;

  • Praticar atividade física;

  • Praticar a gratidão.

“Muito do que ensinamos gira em torno de intervenções de psicologia positiva que desviam sua atenção de si mesmo, ajudando os outros, estando com amigos, agradecendo ou meditando”, afirma Hood, um dos pesquisadores envolvidos, como publicou o jornal da CNN. “Isso é o oposto da atual doutrina do ‘autocuidado’, mas inúmeros estudos demonstraram que sair da nossa cabeça ajuda a afastar-nos de ruminações negativas que podem ser a base de tantos problemas de saúde mental.”

O mais interessante é que todos os hábitos levantados são simples e podem ser praticados diariamente sem grandes esforços. Além disso, são atitudes que há muito falamos por aqui! A terapia do contato com a natureza, que já surgiu em diferentes artigos, sobretudo neste aqui; Dar presentes como uma linguagem de amor; Falar com estranhos para se abrir a novas amizades; as consequências inesperadas dos atos de bondade; e meditação, gratidão e atividade física que são temas muito, mas muito comuns por aqui.  

Isso reforça não só o nosso compromisso com o seu bem-estar, mas também comprova que os pequenos atos importam muito - inclusive para a ciência. Mas lembre-se: é preciso trocar a palavra busca por construção, como nos ensinou o psicólogo Gustavo Arns neste artigo. 

“Ao invés de se perguntar o que fazer pra buscar a felicidade, é como eu posso construir mais felicidade na minha rotina, porque isso me tira de um papel de uma pessoa que está procurando algo fora, quando na verdade é o aspecto interno que eu vou ter que olhar. O que posso fazer pela minha saúde física, minha alimentação, meu horário de sono? O que eu posso fazer pra que meus relacionamentos fiquem mais saudáveis, quais são os aspectos da minha espiritualidade que eu preciso dar mais atenção?”, pontuou. 

E mais: ter obsessão em ser feliz pode te trazer infelicidade ou não te deixar curtir o processo e olhar ao seu redor para entender o que realmente importa e te deixa bem. Atenção aos pequenos detalhes sempre e um dia de cada vez!

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