Coloque em prática
O exercício que parece simples pode se provar não ser tão fácil quanto parece, mas muito revelador
25 de Março de 2019
O exercício parece simples: sente-se no chão e fique de pé sem a ajuda das mãos ou dos joelhos. Experimente, no entanto, e você pode descobrir que não é tão fácil quanto parece.
De acordo com o médico Claudio Gil Araújo, esse exercício pode prever a mortalidade em pessoas de meia-idade e idosos. Pesquisador de medicina esportiva, Araújo aplicou o exercício em um
estudo
publicado em 2012 no periódico
European Journal of Cardiovascular Prevention
em 2012. De tempos em tempos, ele ressurge nos meios de comunicação, causando incômodo em quem não consegue sair do chão. Será que essa preocupação é justificada?
O exercício
O teste requer que você se abaixe no chão, cruzando as pernas, sem se apoiar com as mãos, joelhos, braços ou lateral das pernas. Se você conseguir se levantar, novamente sem a ajuda dessas partes do corpo, você marcou 10 (cinco pontos por sentar, cinco pontos por ficar de pé).
Você perde um ponto toda vez que se sustenta em uma articulação proibida.
Os pesquisadores testaram 2.002 adultos de 51 a 80 anos e os acompanharam por, em média, 6.3 anos. Durante a pesquisa, 159 pessoas morreram, das quais somente duas obtiveram nota 10 no teste. Os voluntários que tiraram de 0 a 3 pontos demonstraram um risco de morte cinco ou seis vezes maior do que aqueles que tiraram de 8 a 10 pontos.
“É bem sabido que a aptidão aeróbica está fortemente relacionada à sobrevivência, mas nosso estudo também mostra que a manutenção de altos níveis de flexibilidade corporal, força muscular, relação peso-potência e coordenação não é boa apenas para a realização de atividades diárias, mas tem uma influência favorável na expectativa de vida ”, disse Araújo em um comunicado de imprensa de 2012.
E se você não conseguir?
Felizmente, outras variáveis se aplicam à nossa saúde (e à nossa longevidade), além de aquela aplicada no teste. É importante lembrar que os resultados do estudo são mais relevantes para quem tem mais de 51 anos, como os participantes da pesquisa.
O exercício serve para rastrear a perda de músculo de um indivíduo no processo de envelhecimento, conhecido como sarcopenia, disse Greg Hartley, professor assistente da Universidade de Miami.
Esse declínio leva a outros problemas de mobilidade, o que diminui a qualidade de vida.
"Fraqueza, força, massa muscular, desempenho físico - todas essas coisas estão ligadas à mortalidade, mas eu não faria uma relação de causa e efeito", disse Hartley. "Por exemplo, se alguém tiver um joelho muito ruim e não puder fazer o teste, isso não significa que ela morrerá em breve."
Barbara Resnick, professora e coordenadora de gerontologia da Universidade de Maryland, concorda. "[Uma pontuação alta] é um sinal de que, nesse momento, você está em boa condição física em termos de força muscular, mas não acredito que seja um indicador de longevidade", afirmou.
“Existe um componente genético. Algumas pessoas são apenas mais fortes fisiologicamente e mais coordenadas do que outras.”
Se você está preocupado por não conseguir sentar-se e levantar-se sem ajuda, a boa notícia é que você pode trabalhar nisso e provavelmente vai melhorar com o tempo.
Fonte: Erin Strout
Síntese: Equipe Plenae
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aqui
Coloque em prática
A prática que muitas vezes foi erroneamente julgada, pode trazer benefícios reais para seu corpo e mente, mas ela ainda não é uma unanimidade.
29 de Agosto de 2023
Quem não ama tirar um cochilo, que atire a primeira pedra! Seja aquela esticadinha depois do almoço ou o famoso “só mais 5 minutinhos” para estender aquele sono bom pela manhã.
As sonecas agora viraram alvo da ciência, que descobriu que há sim alguns problemas envolvidos na prática, mas também muitos benefícios para o nosso corpo e mente. Vamos te falar mais a seguir!
Vivemos em uma sociedade acelerada onde descansar muitas vezes pode ser mal visto. Isso é prejudicial de várias maneiras, afinal, há sete fases do descanso que precisamos respeitar, como te contamos aqui, além das horas de sono necessárias que também são importantes, como te pontuamos neste artigo.
Na ausência de um sono reparador e o excesso de trabalho, podemos vivenciar a Síndrome de Burnout, o que aconteceu com Izabella Camargo segundo seu relato para o Podcast Plenae. Trata-se de uma doença psicossomática, ou seja, o seu corpo falando.
O trabalho remoto, também conhecido como home office, nos permitiu repensar com mais profundidade sobre os limites entre trabalho e suas pausas. Durante a pandemia, muitos de nós flertamos com o sofá diversas vezes ao dia mas, ao mesmo tempo, estendemos os horários de produtividade a níveis nunca antes vistos.
Mas, afinal, se falamos do descanso com qualidade anteriormente, onde entram as famosas sonecas? Elas são boas ou só reforçam a irregularidade do sono? Pensando em solucionar esse mistério, um artigo publicado na revista Sleep Medicine tentou acabar com esse debate, mergulhando no que os autores chamam de “O Paradoxo da Soneca”.
É importante começar reforçando que os benefícios podem variar de indivíduo, situação, duração da soneca, quantidade de cansaço acumulado, etc. Em vídeo, os especialistas trazem os seguintes benefícios:
Cochilos breves podem ser restauradores e reduzir a fadiga durante o dia, podendo neutralizar a sonolência diurna, principalmente depois de uma noite mal dormida.
Os cochilos podem ser particularmente benéficos para trabalhadores em turnos que lutam para dormir o suficiente e precisam estar alertas em horários irregulares.
Uma breve soneca durante o dia também pode melhorar o desempenho no local de trabalho
Pode melhorar funções cognitivas como memória, raciocínio lógico e capacidade de realizar tarefas complexas.
Alguns estudos descobriram que o desempenho físico também pode melhorar após uma soneca
Os atletas podem experimentar melhora na resistência, no tempo de reação e no desempenho cognitivo se tirarem uma soneca durante o dia.
Um estudo observacional descobriu que cochilar uma ou duas vezes por semana estava associado a um menor risco de problemas cardiovasculares como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou doença cardíaca.
Cochilos aliviam o estresse e melhoram o sistema imunológico em pessoas cujo sono foi limitado na noite anterior.
Os cochilos podem contribuir para o bem-estar de grupos de pessoas, como por exemplo, diagnosticadas com aneurismas intracranianos. Cochilar regularmente reduzia o risco reduzido de ruptura, segundo estudos.
É claro que nem tudo são flores e que há sim alguns malefícios envolvidos em um simples cochilinho. Para adultos mais velhos, por exemplo, cochilar durante o dia pode trazer distúrbios de sono, como acordar frequentemente durante a noite. Um estudo na China também descobriu que cochilar por mais de 90 minutos estava associado à hipertensão em mulheres de meia idade e mais velhas.
Outro estudo, também realizado com chineses, descobriu que tirar cochilos de mais de 30 minutos estava correlacionado com uma maior frequência de doença hepática gordurosa não alcoólica. Mas, para ambos é preciso investigar mais.
Uma análise de vários estudos descobriu que cochilar mais de 60 minutos por dia estava associado a um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e, uma outra pesquisa, essa realizado com pessoas que vivem na França, descobriu que cochilar é mais comum em pessoas que já convivem com a diabetes tipo 2, mas a tipo 1 também, além de ansiedade ou depressão, obesidade e hipertensão.
Até o momento, como você pôde perceber, há os dois lados de uma mesma moeda e não está claro como exatamente os cochilos afetam a saúde. Ainda não se sabe muito sobre a relação entre cochilos e sono noturno, e como a frequência ou duração das inofensivas influenciam o bem-estar de diferentes pessoas.
O que já se sabe com certeza é que cochilos mais longos, como aqueles que duram mais de 30 minutos, podem levar ao sono profundo e esse sono profundo pode começar ainda mais cedo. O torpor geralmente resulta de ser acordado durante um sono profundo.
Portanto, a melhor duração do cochilo para adultos é de cerca de 20 minutos e não superior a 30 minutos, porque isso permite que o sono seja leve ao ponto de aumentar o estado de alerta sem entrar em sono profundo. Acordar de um sono profundo pode causar tontura e até piorar a sonolência.
Nesse caso, é melhor que o cochilo seja mais longo, ou seja, de cerca de uma hora e meia. Essa duração permite que o corpo percorra os estágios do sono e evite a interrupção do sono profundo, especialmente para trabalhadores de emergência e trabalhadores em turnos que estão tentando evitar a fadiga.
Atenção somente à dependência de cochilos no lugar do sono noturno consistente. Isso pode contribuir para um sono fragmentado ou distúrbios do sono, como insônia. Mas, algumas pesquisas sugerem que o cochilo afeta o sono noturno principalmente em adultos mais velhos em vez de adultos jovens e de meia-idade.
Como tudo na vida, o importante é o equilíbrio. Lembre-se que descansar é tarefa fundamental para o bom funcionamento do corpo e é importante para todas as outras funções. Descanse sem culpa mas respeite os seus ciclos circadianos e veja o que funciona para você!
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