Coloque em prática
Sabemos que as relações são parte do que compõe o nosso equilíbrio para uma vida mais plena. Então, como trabalhar esse pilar tão importante para a vida?
10 de Setembro de 2021
Se você, assim como nós, também se emocionou com o relato de Daniela Mercury, na sexta temporada do Podcast Plenae, então é porque sabe o valor que uma relação tem em nossa vida. A narrativa da cantora, permeada de carinho e descobertas, fala sobre a linda história de amor que ela divide com Malu, sua esposa.
Por aqui, valorizamos tanto as relações como um todo que dedicamos um de nossos seis pilares a ela. Já falamos sobre relações familiares, de amizade, no trabalho, amorosas e até entre nós e os animais. Mas por que isso é tão importante?
Já te contamos aqui nesta matéria como uma vida social pode te levar a uma longevidade. Esse é, na verdade, um dos grandes segredos das chamadas blue zones, locais no mundo onde há uma grande concentração de centenários saudáveis que, não por coincidência, vivem em comunidade.
Afunilando ainda mais, fomos além: como um bom casamento pode te levar longe? Além de efetivamente agir em nossos sistemas fisiológicos, ele também atua de maneira intensa para a boa manutenção da nossa saúde emocional, há menos chances de desenvolver demência , contrair um simples resfriado ou até mais possibilidade de sobreviver a um câncer, segundo todas essas pesquisas.
Publicado na revista de Harvard, um artigo reforça muitos desses benefícios. Para eles, “conexões sociais como essas não apenas nos dão prazer, mas também influenciam nossa saúde a longo prazo de maneiras tão poderosas quanto um sono adequado, uma boa dieta e não fumar”.
O contrário também é verdadeiro. A falta de relações sociais, ainda segundo o artigo, está associada à “depressão e ao declínio cognitivo na velhice, bem como ao aumento da mortalidade”, sem falar no aumento do risco de morte prematura, “quase comparável a fumar até 15 cigarros por dia, e maior que obesidade e sedentarismo”.
A solidão, como te contamos nesta matéria, é assunto de saúde pública em alguns países como a Inglaterra, tendo políticas do Estado para combater esse isolamento - antes da pandemia, é claro. Ela já é considerada uma das epidemias do século por alguns estudiosos e parece atingir com mais força os millennials, ou seja, aqueles que nasceram entre os anos 80 e os anos 2000.
Como melhorar as minhas relações
Agora que você já entendeu - ou relembrou - a importância de se relacionar, é hora de construir conexões mais sólidas e duradouras. Ainda no artigo de Harvard, pesquisadores descobriram que essa troca dentro de um contexto de afeto é positiva tanto para quem dá quanto para quem recebe. Em ambos há uma diminuição considerável do estresse, logo, positivo para sua saúde cardíaca, além de uma alta liberação de hormônios positivos para o seu bem-estar.
Pensando nisso, o portal Thrive Global separou, com ajuda de sua comunidade, 10 perguntas significativas e objetivas, que ajudarão a fortalecer os seus relacionamentos e criar laços mais duradouros, profundos e gratificantes. Que tal colocá-las em prática e perguntar aos seus mais chegados? Confira a seguir!
1- Com o que você está animado agora?
Essa pergunta pode te ajudar a se conectar com as paixões daqueles que você ama, afinal, é sempre bom saber no que eles estão interessados. Dependendo da empolgação deles ao falar sobre certos temas, isso pode te contagiar também. Além disso, ao fazer essa pergunta, você pode descobrir pessoas com os mesmos gostos que você.
2- Como eu posso te apoiar?
Tanto no âmbito pessoal ou profissional, perguntar isso ao outro pode significar diferentes tipos de suporte, pois cada pessoa possui um tipo de necessidade. Mas, em todos os casos, se oferecer para ajudar é também oferecer a sua escuta ao outro, algo tão valioso nos dias de hoje.
3- O que você tem feito de novo ou diferente recentemente?
Além de ser um bom começo de conversa para quebrar o gelo, essa pergunta também nos leva a nos perguntar, internamente, o que temos feito, aprendido ou realizado diferente. Lembre-se: as pequenas coisas também importam!
4- O que você gostaria de estar celebrando daqui a 5 anos?
Essa pergunta também tem o intuito de fazer o outro pensar, o que te permite conhecê-lo melhor, saber no que ele está trabalhando. É ainda uma maneira de saber se você pode ajudá-lo de alguma forma a atingir esse objetivo.
5- Como você está se sentindo hoje?
Esta pergunta é uma maneira direta, mas sutil, de fazer com que os amigos compartilhem o que estão passando e se abram verdadeiramente, nos dando a oportunidade de uma conversa honesta que irá estreitar ainda mais os laços.
7- O que é mais importante para você agora?
Essa faz parte das perguntas que, apesar de diretas, são sutis, e fazem com que o outro responda de forma intuitiva e verdadeira - o que nem sempre fazemos porque estamos ocupados demais. É também uma forma instigante de promover uma interação mais íntima e confiante.
8- Que presentes ou oportunidades você recebeu recentemente?
Essa é uma questão mais baseada em perspectiva, e que geralmente pega a pessoa desprevenida, causando um momento de pausa e de reflexão que a faz até mesmo ressignificar algumas situações em sua vida e responder de forma mais cuidadosa.
9- Do que a sua família gosta?
Falar de família é criar uma conexão profunda e quase que imediata, sobretudo quando os relacionamentos familiares são tratados sem tabu. Expor um problema familiar ao outro é mostrar também a sua vulnerabilidade e tirar esse estigma de que é preciso estar sempre na mais perfeita harmonia com os seus familiares. Normalizar os altos e baixos é deixar o outro mais à vontade para fazer o mesmo.
10- O que você ganhou ou aprendeu com o ano passado?
Sabemos que o último ano tem sido desafiador. Portanto, instigar o outro a ser grato ou pensar em pelo menos uma coisa boa que lhe aconteceu pode gerar efeitos muito positivos para ele e para você também. É uma conversa onde ambos saem modificados.
Agora você já está pronto para aprofundar mais as relações que precisam se solidificar. Lembre-se que isso demanda tempo e empenho, mas que os benefícios são imensos!
Coloque em prática
É impossível proibir seu filho de usar telas atualmente. Mas especialistas apontam para os riscos da prática exacerbada e dão dicas de como tornar isso saudável!
31 de Julho de 2023
Se você que está nos lendo é pai ou mãe, com certeza o uso de telas e os questionamentos ao redor do assunto já passaram pela sua cabeça. Em tempos modernos, onde nosso lazer, relações e até trabalho estão majoritariamente concentrados em um ambiente virtual, é quase ilusório imaginar uma rotina sem telas para os pequenos.
Até porque, nem mesmo conseguiríamos dar esse exemplo, certo? E está tudo bem: usando com parcimônia e sabedoria, há muitos ganhos com a presença da tecnologia na infância. Mas, é preciso, claro, alguns cuidados. Ouvir o que os especialistas dizem pode ser sempre o primeiro e melhor caminho!
A “Velha Infância”, cantada pelo grupo nacional Os Tribalistas, aqui pode ser cravada como a primeira infância. Segundo o Ministério da Saúde, esse período se dá desde a concepção do bebê - que é um feto, mas que já sente os estímulos externos -, até os seis de anos de idade.
O que a ciência já sabe é que essa é uma fase bastante importante e extremamente sensível para o desenvolvimento do ser humano no futuro. É nesse período, afinal, que toda a sua estrutura emocional e afetiva é formada e que áreas fundamentais do cérebro relacionadas à personalidade, ao caráter e à capacidade de aprendizado são desenvolvidas.
E é por isso também que as experiências vividas nesse período, incluindo a própria gestação, como comentamos, influenciam e perduram por toda a vida. Neste artigo, te contamos um pouco mais sobre como o que carregamos dentro de nós desde que somos crianças reverbera até a nossa maturidade - e o que pode ser feito a respeito.
A boa notícia é que nessa fase, os estímulos positivos também são mais absorvidos e ficam igualmente marcados nessa criança. A primeira infância é, portanto, uma janela de oportunidades para que esse indivíduo desenvolva todo o seu potencial e forme uma arquitetura cerebral sólida e consistente. Aqui, é bem-vindo usar e abusar da neuroplasticidade, capacidade cerebral que todos nós temos, mas que é ainda mais potente na infância - e que te contamos com mais profundidade aqui.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, antes dos dois anos de idade, a exposição a telas eletrônicas, seja por qualquer período de tempo, não é recomendada. Entre os dois e quatro anos de idade, esse tempo de tela “sedentário”, ou seja, que não possui nenhuma função educacional, por exemplo, não deve ser superior a uma hora por dia. Veja abaixo as recomendações:
De 0 a 2 anos de idade: a exposição a telas não é recomendada
De 2 a 5 anos de idade: o mínimo possível, nunca ultrapassando 1 hora
Dos 5 aos 17 anos de idade: no máximo, duas horas por dia
A Sociedade Brasileira de Pediatria, em documento oficial, também endossou as mesmas diretrizes e ainda acrescentou mais algumas. São essas orientações:
Limitar o tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão para crianças com idades entre seis e 10 anos;
Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão; nunca “virar a noite” jogando para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos;
Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;
Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável;
Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar;
Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados; saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores;
Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual, nudez, pornografia ou produções inadequadas e danosas ao desenvolvimento cerebral e mental de crianças e adolescentes, postados por cyber criminosos devem ser denunciados e retirados pelas empresas de entretenimento ou publicidade responsáveis.
Segundo o mesmo documento, as novas mídias trazem um problema específico, que é preencher vácuos importantes para a formação de um ser. O ócio, tédio, necessidade de entretenimento, abandono afetivo ou mesmo pais ocupados, muitas vezes, com seus próprios celulares, são parte desse problema.
As consequências, tanto do acesso a conteúdo inadequado quanto do uso excessivo, são várias: abusos de privacidade, distúrbios de aprendizado, baixo desempenho escolar, atrasos no desenvolvimento, entre outros. A SPB ainda reforça que, “experiências adquiridas por crianças e adolescentes por meio das telas – como a aprendizagem da agressividade e intolerância manifesta nos jogos e redes –, se não forem melhor reguladas, terão impacto no comportamento e estilo de vida até a fase adulta.”
Por fim, além dos problemas cognitivos já mencionados, o abuso de telas pode contribuir ainda para:
Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas;
Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;
Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade;
Transtornos do sono e de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia;
Sedentarismo e falta da prática de exercícios;
Bullying & cyberbullying;
Transtornos da imagem corporal e da autoestima;
Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual, estupro virtual;
Comportamentos autolesivos, indução e riscos de suicídio;
Aumento da violência, abusos e fatalidades;
Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador;
Problemas auditivos e PAIR, perda auditiva induzida pelo ruído;
Transtornos posturais e músculo-esqueléticos;
Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas.
Se nem tudo são flores, nem tudo são espinhos. O documento assusta - e deve mesmo assustar, afinal, trata-se de um assunto sério. Mas, é tudo uma questão de hábito. Se o seu filho se habituou a ficar horas e horas em frente a tela, ele pode se habituar ao desmame também.
Grande parte desse desmame precisará de uma atuação intensa dos pais. No lugar de uma tela para distraí-lo, é preciso que você enquanto tutor ofereça carinho e tempo de qualidade. Com o trabalho e as muitas demandas do dia a dia, isso pode ser um desafio, nós sabemos. Mas, como explica a dra. Evelyn Eisenstein, membro do Grupo de Trabalho e uma das autoras do Manual da SBP nada substitui o afeto humano.
“O olhar, a expressão facial, todo esse contato com a família é vital para a criança pequena. Uma fonte instintiva de estímulos e cuidados que não pode ser trocada por telas e tecnologias e são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem, das habilidades cognitivas e sociais. Atrasos nessas áreas são frequentes em bebês que ficam passivamente expostos às telas, por períodos prolongados”, disse.
Além disso, mesmo durante o uso permitido, a mediação dos pais é extremamente necessária para a proteção até mesmo da integridade dos seus filhos. Respeitar a idade estipulada para cada vídeo ou filme, por exemplo, é um caminho seguro. Travar determinados conteúdos que podem ser inapropriados e até estar ao lado dele durante esse uso, mergulhando nesse universo, também.
Você deve ainda servir de exemplo. Não use o celular à mesa ou em momentos familiares e restrinja o seu próprio tempo de tela - que fará bem para a sua saúde também, consequentemente - e, assim, observe os benefícios em sua relação. Práticas como sharenting, que te contamos aqui, devem ser evitadas, ou seja, a alta exposição da imagem do seu filho circulando em suas mídias sociais.
O uso de telas irá acontecer, invariavelmente, como já dissemos. Mas, que tal instigar o seu filho para que esse uso seja destinado a coisas mais educativas, como canais específicos para sua idade e que tragam algum tipo de informação útil? Tudo de maneira muito lúdica, é claro, mas isso é unir o útil ao agradável.
Por fim, se o problema for muito grave e o vício for intenso, psicólogos infantis já estão aptos a lidarem com essa situação que é uma herança dos novos tempos, impossível de fugir. Você pode procurar um profissional de sua confiança que irá ou não encaminhar para outros profissionais, em um tratamento multidisciplinar. Uma coisa é certa: estar atento ao problema já é o primeiro passo rumo à cura - que existe!
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