Coloque em prática

Como ser mais inclusivo no meu dia a dia?

Pequenas atitudes cotidianas podem trazer ganhos reais para as pessoas com deficiência e para a sociedade como um todo

10 de Março de 2023


No primeiro episódio da décima temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história de Carola Videira, mãe de João, um menino com uma síndrome rara, chamada Pelizaeus-Merzbacher like, proveniente de uma alteração no DNA. O diagnóstico, que chegou anos depois de seu nascimento, veio em um momento onde sua mãe buscava engravidar de novo. 

Mas mesmo sem o nome científico, Carola já lidava com a deficiência de seu filho no dia a dia há anos, e foi aprendendo na prática a driblar os desafios do dia a dia que se impunham. Mesmo após a triste partida precoce de seu filho, ela seguiu ajudando outras pessoas a enfrentarem esses mesmos desafios com mais leveza, por meio de sua ONG Turma do Jiló.

Os caminhos da lei

Aprovada em 2015, a Lei Brasileira de Inclusão, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Esse estatuto tem como objetivo tratar diversos aspectos relacionados à inclusão das pessoas com deficiência. Em seu capítulo IV, a lei aborda especificamente o acesso à Educação e traz avanços importantes.

A proibição da cobrança pelas escolas de valores adicionais pela implementação de recursos de acessibilidade, por exemplo, foi um dos avanços que essa lei trouxe. O texto diz ainda que o sistema educacional deve ser inclusivo em todos os níveis. 

Mas ela não cita explicitamente que a matrícula de alunos com deficiência deva se dar na rede regular em vez de escolas especiais, o que é um ponto de controvérsias, como traz este artigo. Isso tem tornado o debate sobre inclusão das crianças com eficiência ainda mais acalorado nos últimos tempos. 

Atualmente, como segue explicando o artigo, o Ministério da Educação colocou a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), que é de 2008, em nova análise. Porém, para alguns educadores, a nova redação voltaria a estimular a volta da separação das pessoas com deficiência, indo na contramão da perspectiva social que busca eliminar barreiras e promover mais acessibilidade e não separação dos alunos.

O caminho a ser percorrido até que a sociedade esteja verdadeiramente preparada para lidar com as diferenças, tanto no âmbito educacional quanto social, parece ser um pouco longo. E é por essas e outras que se faz tão importante as atitudes individuais, ou seja, como você pode fazer a diferença no dia a dia.

Inclusão na prática

Te contamos nesse artigo um pouco mais sobre capacitismo, que é o preconceito contra pessoas com algum tipo de deficiência. Ele pode morar nos atos mais simples, falas que até então não tínhamos nos dado conta de que eram problemáticas. 

Portanto, a dica número um para ser mais inclusivo nos seus dias é, acima de tudo, não ser capacitista. Busque encarar aquele outro ser humano como isso mesmo: um ser humano. Isso inclui não duvidar das suas capacidades, mas também não usá-lo como fonte constante de inspiração - até porque, isso pode se tornar uma pressão para uma pessoa que só quer seguir a sua vida normalmente. 

Mas há ainda outros caminhos possíveis:

  • Busque conhecimento! Há muitas e muitas deficiências e, justamente por isso, não caia em fake news. Te contamos por aqui, por exemplo, alguns mitos e verdades sobre a surdez, mas isso vale para outros casos também.


  • Se você estiver a frente de um veículo de comunicação ou alguma apresentação artística, busque torná-la inclusiva com intérpretes de libras, legendando vídeos, descrevendo as imagens e assim por diante. 


  • Apoie projetos e ONGs que buscam trazer mais dignidade ou acesso a essas pessoas. A ONG Serendipidade, por exemplo, é uma iniciativa de uma pessoa muito especial que já passou aqui pelo Podcast Plenae: Henry Zylberstajn, pai de Pepo, que tem Síndrome de Down. Há também o Instituto Rodrigo Mendes, outro participante do Podcast Plenae que fez do seu propósito de vida ajudar outras pessoas com as mesmas limitações que as suas.


  • E, indo pela mesma linha, busque consumir conteúdo de pessoas com deficiência. Lembre-se que essa deficiência não os define, são só parte de sua vida, mas há todo um conglomerado de coisas que eles também fazem. A Pequena Lo, por exemplo, já esteve aqui pelo nosso Podcast falando sobre humor e comédia.


  • Se você tem a possibilidade de contratar alguém onde você trabalha, que tal contratar um PCD? Mas não se esqueça de checar se a sua organização está pronta para recebê-lo e, caso não esteja, talvez seja a hora de rever essas questões organizacionais. Isso pode ir desde promover atividades de sensibilização e treinamento nos setores, até modificar os acessos físicos e locomoção dentro da empresa.


  • Vote em pessoas com deficiência. O seu voto é importantíssimo dentro de um modelo democrático para colocar mais PCDs no ambiente onde justamente os seus direitos estarão sendo debatidos. E não há ninguém melhor do que eles para estarem ali, guiando essas mudanças tão necessárias.


  • Se você tem filhos, não basta somente conversar para promover a conscientização. É preciso expor os seus pequenos a exemplos positivos. Você pode levá-lo em organizações sociais, assistir filmes onde PCDs estejam protagonizando papéis de prestígio, incentivar amizade com outras crianças que possam ter deficiência e muito mais.


Pronto! Agora você já tem alguns caminhos possíveis para fazer da inclusão não uma exceção, mas uma regra em sua vida. Lembre-se que somos responsáveis pelo todo que nos cerca, e que a mudança que queremos ver no mundo muitas vezes está em nossas mãos. Ser diferente é normal!

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Coloque em prática

Como solidificar as suas relações - e porque isso é importante

Sabemos que as relações são parte do que compõe o nosso equilíbrio para uma vida mais plena. Então, como trabalhar esse pilar tão importante para a vida?

10 de Setembro de 2021


Se você, assim como nós, também se emocionou com o relato de Daniela Mercury, na sexta temporada do Podcast Plenae, então é porque sabe o valor que uma relação tem em nossa vida. A narrativa da cantora, permeada de carinho e descobertas, fala sobre a linda história de amor que ela divide com Malu, sua esposa.


Por aqui, valorizamos tanto as relações como um todo que dedicamos um de nossos seis pilares a ela. Já falamos sobre relações familiares, de amizade, no trabalho, amorosas e até entre nós e os animais. Mas por que isso é tão importante? 


Já te contamos aqui nesta matéria como uma vida social pode te levar a uma longevidade. Esse é, na verdade, um dos grandes segredos das chamadas blue zones, locais no mundo onde há uma grande concentração de centenários saudáveis que, não por coincidência, vivem em comunidade. 


Afunilando ainda mais, fomos além: como um bom casamento pode te levar longe? Além de efetivamente agir em nossos sistemas fisiológicos, ele também atua de maneira intensa para a boa manutenção da nossa saúde emocional, há menos chances de desenvolver demência , contrair um simples resfriado ou até mais possibilidade de sobreviver a um câncer, segundo todas essas pesquisas.


Publicado na revista de Harvard, um artigo reforça muitos desses benefícios. Para eles, “conexões sociais como essas não apenas nos dão prazer, mas também influenciam nossa saúde a longo prazo de maneiras tão poderosas quanto um sono adequado, uma boa dieta e não fumar”.


O contrário também é verdadeiro. A falta de relações sociais, ainda segundo o artigo, está associada à “depressão e ao declínio cognitivo na velhice, bem como ao aumento da mortalidade”, sem falar no aumento do risco de morte prematura, “quase comparável a fumar até 15 cigarros por dia, e maior que obesidade e sedentarismo”.


A solidão, como te contamos nesta matéria, é assunto de saúde pública em alguns países como a Inglaterra, tendo políticas do Estado para combater esse isolamento - antes da pandemia, é claro. Ela já é considerada uma das epidemias do século por alguns estudiosos e parece atingir com mais força os millennials, ou seja, aqueles que nasceram entre os anos 80 e os anos 2000.


Como melhorar as minhas relações


Agora que você já entendeu - ou relembrou - a importância de se relacionar, é hora de construir conexões mais sólidas e duradouras. Ainda no artigo de Harvard, pesquisadores descobriram que essa troca dentro de um contexto de afeto é positiva tanto para quem dá quanto para quem recebe. Em ambos há uma diminuição considerável do estresse, logo, positivo para sua saúde cardíaca, além de uma alta liberação de hormônios positivos para o seu bem-estar.


Pensando nisso, o portal Thrive Global separou, com ajuda de sua comunidade, 10 perguntas significativas e objetivas, que ajudarão a fortalecer os seus relacionamentos e criar laços mais duradouros, profundos e gratificantes. Que tal colocá-las em prática e perguntar aos seus mais chegados? Confira a seguir!


1- Com o que você está animado agora?

Essa pergunta pode te ajudar a se conectar com as paixões daqueles que você ama, afinal, é sempre bom saber no que eles estão interessados. Dependendo da empolgação deles ao falar sobre certos temas, isso pode te contagiar também. Além disso, ao fazer essa pergunta, você pode descobrir pessoas com os mesmos gostos que você. 


2- Como eu posso te apoiar? 

Tanto no âmbito pessoal ou profissional, perguntar isso ao outro pode significar diferentes tipos de suporte, pois cada pessoa possui um tipo de necessidade. Mas, em todos os casos, se oferecer para ajudar é também oferecer a sua escuta ao outro, algo tão valioso nos dias de hoje. 


3- O que você tem feito de novo ou diferente recentemente?

Além de ser um bom começo de conversa para quebrar o gelo, essa pergunta também nos leva a nos perguntar, internamente, o que temos feito, aprendido ou realizado diferente. Lembre-se: as pequenas coisas também importam!


4- O que você gostaria de estar celebrando daqui a 5 anos?

Essa pergunta também tem o intuito de fazer o outro pensar, o que te permite conhecê-lo melhor, saber no que ele está trabalhando. É ainda uma maneira de saber se você pode ajudá-lo de alguma forma a atingir esse objetivo. 


5- Como você está se sentindo hoje?

Esta pergunta é uma maneira direta, mas sutil, de fazer com que os amigos compartilhem o que estão passando e se abram verdadeiramente, nos dando a oportunidade de uma conversa honesta que irá estreitar ainda mais os laços.


6- Qual o seu livro, filme ou série favorita?
Além de demonstrar um interesse genuíno em saber mais sobre o seu interlocutor, as respostas podem ser reveladoras. Você pode descobrir que um amigo seu aparentemente mais sério, é na verdade muito fã de fantasias e romances. 


7- O que é mais importante para você agora?

Essa faz parte das perguntas que, apesar de diretas, são sutis, e fazem com que o outro responda de forma intuitiva e verdadeira - o que nem sempre fazemos porque estamos ocupados demais. É também uma forma instigante de promover uma interação mais íntima e confiante.


8- Que presentes ou oportunidades você recebeu recentemente?

Essa é uma questão mais baseada em perspectiva, e que geralmente pega a pessoa desprevenida, causando um momento de pausa e de reflexão que a faz até mesmo ressignificar algumas situações em sua vida e responder de forma mais cuidadosa. 


9- Do que a sua família gosta?

Falar de família é criar uma conexão profunda e quase que imediata, sobretudo quando os relacionamentos familiares são tratados sem tabu. Expor um problema familiar ao outro é mostrar também a sua vulnerabilidade e tirar esse estigma de que é preciso estar sempre na mais perfeita harmonia com os seus familiares. Normalizar os altos e baixos é deixar o outro mais à vontade para fazer o mesmo.


10- O que você ganhou ou aprendeu com o ano passado?

Sabemos que o último ano tem sido desafiador. Portanto, instigar o outro a ser grato ou pensar em pelo menos uma coisa boa que lhe aconteceu pode gerar efeitos muito positivos para ele e para você também. É uma conversa onde ambos saem modificados. 


Agora você já está pronto para aprofundar mais as relações que precisam se solidificar. Lembre-se que isso demanda tempo e empenho, mas que os benefícios são imensos! 

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