Coloque em prática

Como os ensinamentos do Budismo podem ser aplicados no dia a dia?

Conheça um pouco mais sobre a história milenar dessa doutrina e seus principais ensinamentos que podem melhorar a sua rotina

1 de Setembro de 2020


Apesar de estar cada dia mais em alta, o budismo não é exatamente novo, e começava a surgir na Índia há impressionantes dois mil e quinhentos anos. A religião - que na verdade não se denomina como uma - é quarta mais praticada no mundo, mesmo sendo não teísta, ou seja, não acredita na existência de um único Deus. Atualmente, estima-se que haja 500 milhões de seguidores no mundo todo.

Seus ensinamentos, criados em épocas tão distintas as que vivemos atualmente, nunca foram tão atuais: para o budismo, as respostas que você procura muitas vezes estão dentro de você. Mas, para encontrá-las, é preciso estar disposto a acessar o seu interior mais íntimo - tarefa nem sempre fácil ou agradável.

Muitas vezes, a verdade que buscamos está dentro de nós mesmos

Mas não se engane: é impossível desconectar-se do mundo exterior. Sofremos diariamente influência do ambiente onde estamos inseridos, mas a sua atitude interior pode ser a resposta para a manutenção de suas angústias.

Como tudo surgiu

Assim como outros dogmas, a história do budismo é contada há milênios e pode ter sofrido algumas alterações com o tempo. Acredita-se que em uma região indiana - hoje pertencente ao Nepal - havia um príncipe chamado Siddhārtha Gautama . Sua jornada, que contou com um isolamento de 29 anos e uma busca pela compreensão humana que durou toda a sua vida, conferiram a ele o título de Buda Sakyamuni, considerado um ser iluminado.

Mas que busca era essa? Buda percebeu ainda jovem que o luxo não traria a felicidade, que aparentemente é o maior desejo da nossa espécie desde que o mundo é mundo. Então ele partiu em busca de respostas: queria encontrar um método único que colocasse fim ao sofrimento humano.

O que o guia espiritual concluiu é que isso só seria possível se o sujeito se dedicasse a evitar ações não-virtuosas o máximo possível, praticar o bem a todos que cruzassem o seu caminho, sem distinções, e treinasse sua mente para enfim dominá-la. Em tempos onde viver até os 40 anos era já uma vitória, Buda viveu até os 80 - sendo provavelmente um dos primeiros longevos de sucesso da história. Ele difundiu seus ensinamentos até o último dia de sua vida - que perduram até hoje mundo afora.

Principais preceitos

Por que seus seguidores não o denominam como religião, mas sim como uma filosofia de vida? Como posso aplicar os seus ensinamentos no meu cotidiano? Essa são algumas dúvidas comuns que podem surgir quando o assunto é budismo. Apesar de ensinamentos tão atuais, o Budismo é das filosofias mais antigas que existem

Antes de respondê-las, é importante explicar as Quatro Nobres Verdades instituídas pela linha de pensamento budista:

  • A vida é sofrimento
  • O sofrimento é fruto do desejo
  • O sofrimento acaba quando o desejo acaba
  • Isso só é alcançado se seguirmos os ensinamentos de Buda - sendo essa a quarta Nobre Verdade, que propõe em seguida ensinar os caminhos para a libertação do sofrimento humano (também citado em literaturas budistas como Nobre Caminho Óctuplo)

Essa busca pela libertação do sofrimento humano é baseada em sua trajetória individual que demanda mudanças de atitudes do indivíduo que a pratica. E é isso que a torna mais uma filosofia do que propriamente uma religião: por não adorar nenhum Deus específico, ou não possuir uma hierarquia religiosa muito rígida, o budismo acaba por se tornar uma busca pessoal.

É a partir delas que o sujeito poderá se enveredar pela “Senda das Oito Trilhas”, que consistem nas seguintes exigências: pureza de fé, de vontade, de linguagem, de ação, de vida, de aplicação, de memória e de meditação. Tendo ainda elas como base, há também preceitos muito semelhantes ao que outras religiões pregam, como a judaico cristã: não matar, não roubar, não mentir ou cometer atos impuros e não consumir líquidos inebriantes.

Apesar de possuir 4 linhas diferentes de pensamento (Nyingma, Kagyu, Sakya e Gelug) todas elas reservam em comum a fé no caminho da libertação por meio das Três Joias: o Buda como guia, o Dharma como lei fundamental do universo e o Sangha como a comunidade budista.

Aplicando os ensinamentos budistas

Agora que você já entendeu como nasceu o budismo e o que o torna tão único e específico, hora de conhecer um pouco mais sobre seus valores. Seus ensinamentos podem começar pelas duas grandes heranças que ele deixou, apropriadas por outras religiões e até por ateus: os termos “carma” - que diz respeito ao fato de toda ação possuir uma reação a longo prazo - e o termo “nirvana”, que descreve um estado de extrema paz, quando o indivíduo atinge a iluminação de Buda e consegue se extinguir de todo o ego humano.

Como aplicar ensinamentos tão sábios e aparentemente óbvios podem fazer a diferença na sua vida? Além disso, destaca-se o olhar ao seu redor com amor e empatia, sabendo valorizar até mesmo o simples conforto do mundano, enxergar a beleza da rotina. Outro fator muito importante é o entendimento de que, diferente do nosso corpo físico, a nossa mente não possui limites e não só pode, como deve ser domada - e que isso, na verdade, pode ser a chave para o equilíbrio mental.

Praticar o desapego tanto emocional quanto material é um dos pilares dessa filosofia que também pode se encaixar nos seus hábitos, sobretudo eliminando a raiva. Isso reflete até mesmo na escolha de suas relações pessoais, que deve ser feita com muito cuidado, zelo e atenção, pois refletirão por toda a sua vida. Uma vez que isso for feito, será fácil alegrar-se pela conquista do outro, entrando em outro ensinamento budista também muito importante.

Seja dono da sua própria felicidade é algo que Buda já pregava há milhares de anos, e que o ser humano ainda custa em aprender. Os problemas externos sempre existirão, mas cabe a você decidir como recebê-los e o quanto eles podem te afetar. Lembre-se que não há nada na sua vida que tenha entrado ou permanecido sem a sua própria permissão, ainda que de forma inconsciente

Por fim, entenda os seus limites e respeite-os. Para isso, controle suas expectativas e seja gentil com as suas escolhas. Entenda que todas elas fizeram parte de quem você é, e te guiaram pelos caminhos que te conduziram até aqui. Esteja presente no tempo presente e concentre-se nele, pois é somente ele que temos agora e o aqui e o agora devem ser as suas únicas preocupações.

Agora que você já conhece mais sobre a doutrina budista, que tal praticá-la? Lembre-se que o budismo não possui amarras ou limites de pensamento. É possível beber de sua fonte e absorver somente o que couber em sua vida, sem abdicar de suas outras crenças. O importante é estar em equilíbrio com os seus pilares, para ter uma vida longa e plena.

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Como alimentar sua fé e espiritualidade - e porque isso importa

Dissociar a ideia de espiritualidade com a ordem religiosa pode ser a chave que lhe faltava para atingir essa conexão interior tão importante

17 de Julho de 2020


Espírito, para a filosofia e estilo de vida que acreditamos e que rege uma das principais crenças do Plenae, é um dos pilares imprescindíveis para uma vida plena e, consequentemente, mais longeva. Por isso mantê-lo em equilíbrio, em toda a totalidade de sua espiritualidade, sempre em constante trabalho é tão importante.

Como o definimos na nossa editoria dedicada somente a este campo, ele é algo que “a ciência não explica, mas as pessoas experienciam e sentem a espiritualidade”. E o que essa espiritualidade, afinal? Entendê-la é o primeiro passo rumo a conquistá-la e tê-la alimentada.

Para começarmos essa jornada, vamos tomar como referencial diferentes escritos para diferentes plataformas do Dr. Steve McSwain. O líder do pensamento religioso é também palestrante, escritor, humorista, advogado de organizações sem fins lucrativos, congregações e professor de comunicação da Universidade de Kentucky. 

Dentre suas diferentes contribuições portais afora, destacamos o artigo “Como alimentar sua espiritualidade” , no portal Huffpost americano. Para ele, você não precisa se vestir como um monge ou entrar em um antigo mosteiro cristão para dar atenção à sua vida espiritual.

Isso acontecerá naturalmente, como consequência de sua atenção diária, porque somos seres espirituais por essência. O que isso significa? Que a espiritualidade não é algo que você se torna, mas que é algo que você é. Tornar-se espiritualizado é, basicamente, “um retorno contínuo para si mesmo”, como ele descreve.

Aprendê-la não se trata de esquecer todas as coisas ruins que já lhe aconteceram ou que você, porventura, já tenha feito. Mas é nutrir-se dos ensinamentos bons que esses episódios lhe trouxeram, por exemplo. É estar aberto a receber também o que é bom, e não só o que é mal.

Por que isso importa?

Um ser espiritualizado é, consequentemente, um ser mais conectado consigo mesmo. Isso é benéfico para, por exemplo, quem busca um processo de autoconhecimento a longo prazo.

Esse autoconhecimento é positivo para processos de autoperdão ou de cura para doenças de cunho emocional. E não só isso: ele é também ajuda a sua saúde física. Diferentes estudos comprovam que, um ser espiritualizado enfrenta comorbidades e tratamentos invasivos de forma mais pacífica, e apresenta curas melhores.

Esse movimento já ganha amplo apoio de médicos e dos estudos da medicina como um todo. Ela já se provou benéfica para pacientes com câncer , por exemplo, e até agora, em tempos de pandemia, a espiritualidade foi forte aliada dos quarentenados que a colocaram em prática e sentiram diferença.

Como fazer isso

Há diferentes caminhos para conectar-se com a sua espiritualidade, mas todos eles levam ao mesmo: olhar para dentro de si. Isso pode ser feito, é claro, através de uma religião. Há quem se sinta mais próximo de Deus dentro de um templo específico para isso.

E, quando falamos em religião, ela não possui um nome específico. Qualquer uma insiste na mesma finalidade, que é a elevação de nossos espíritos ao do Deus que ela acreditar. Como menciona Paulo Vicelli, em seu episódio para o Podcast Plenae “não existe Deus certo. Existe Deus. Ponto.”

Mas, seguindo o pensamento ainda de Dr. Steve, estudioso de diferentes religiões, mas adepto a nenhuma específica hoje em dia, a meditação pode ser um caminho interessante. “A meditação é o método da verdadeira oração. Meditar é aprender a não falar, mas entrar em silêncio e quietude” explica ele.

E os efeitos da meditação, como já sabemos, são inúmeros. Ela pode inclusive contribuir para tornar o seu cérebro mais jovem, como aponta essa pesquisa . Em um dos nossos Plenae Apresenta , falamos sobre a série Explicando , da plataforma Netflix. Um de seus episódios é dedicado exclusivamente a explicar a prática meditativa, seus benefícios, estilos e a opinião científica a favor dela - tudo isso em 20 minutos.

Também já recebemos como convidado do evento Plenae em Sintra, o monge beneditino, Laurence Freeman. Membro da congregação olivetana de Monte Oliveto Maggiore na Itália, Freeman viajou até Portugal, a convite de Abílio Diniz - fundador e idealizador do nosso portal - para explicar aos mais de 300 convidados o porquê dele acreditar que a meditação é uma “é uma forma de libertação”. A palestra completa você confere no vídeo disponível aqui.

Outra forma de tornar-se um ser mais espiritual é procurando mais a respeito do tema. Isso pode englobar leituras ou filmes sobre a natureza, o estoicismo, as diferentes religiões existentes, as práticas meditativas, entre outras. O próprio Dr. Steve sugere alguns títulos literários que podem se encaixar para você também, mas nem todos possuem versão em português.

• Pema Chodron, “Comece onde você está”

• Phil Jackson, “Um monge no mundo: cultivando uma vida espiritual”

• Thich Nhat Hanh,” A paz é cada passo: o caminho da atenção plena na vida cotidiana”

• Eckhart Tolle, “O poder do agora: um guia para a iluminação espiritual”

• Mark Nepo, “Sete mil maneiras de ouvir: ficando perto do que é sagrado”

• “O fator Enoch: a arte sagrada de conhecer a Deus”

Nós, do Plenae, já indicamos livros filmes que podem ajudar a manter o equilíbrio de cada pilar da sua vida - incluindo o espiritual. O mais importante é, de fato, essa busca em ser melhor e estar mais conectado consigo mesmo, seja qual for o caminho utilizado para isso. Não se esqueça de que a espiritualidade habita dentro de você, e só cabe a si mesmo regá-la e vê-la crescer.

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