Coloque em prática

Como checar se uma informação é verdadeira?

Em tempos de fake news e acontecimentos simultâneos mundiais, é importante checar se a informação que você recebeu procede ou se ela é fraudulenta.

30 de Abril de 2022


Nunca estivemos tão conectados: são tempos de informações urgentes, imediatas e, de preferência, mais curtas possíveis. Pesquisas indicam que esses novos hábitos de leitura estão, inclusive, modificando nossas estruturas cerebrais e dificultando com que a gente consiga se aprofundar em textos mais densos.


Mas, para além desse malefício, há um outro muito importante: em meio a esse montante de informações, como definir o que é real ou que é falso? Em uma pesquisa rápida no Google, ao jogar o termo “fake news”, mais de 3.750.000.000 resultados aparecem de forma instantânea. 


Não há quem não saiba o que ele significa: as notícias falsas já são epidemia mundial e o Brasil, é claro, não ficou de fora dessa. Para combater essa onda de desinformação, agências de checagem foram criadas e ganham cada vez mais força. 


“No Brasil, temos hoje agências de checagem e editorias em grandes jornais que trabalham só com isso. Muitas vezes, a informação que você recebeu já foi checada e desmentida. Então às vezes se você acompanha o trabalho de uma agência, segue em redes sociais e tudo, você já vai ver essa informação”, diz Sarah Teófilo, repórter de política em Brasília. Ela já trabalhou no jornal O Popular, desenvolvendo um projeto chamado "tem base?" para checar os políticos na campanha de 2018. 


“Todos os dias, repórteres checam informações. Mas é importante diferenciar o trabalho de um repórter que cobre o noticiário diário do repórter que atua especificamente com a checagem de fatos, ou fact-checking. Esse segundo é um trabalho focado em mapear desinformação, para passar as informações corretas à população. É uma demanda que sempre existiu, mas que se tornou emergencial com as redes sociais e essa sistematização da desinformação que vemos hoje”, continua.


Apesar de atuar na cobertura de política, Sarah pontua que a demanda por checagem se dá em diferentes editorias e é infinita. Durante a pandemia, por exemplo, um período de tantas dúvidas e medos, diversas informações foram jogadas em grupos de aplicativos de mensagens e redes sociais sem nenhum embasamento científico.


“Diariamente, víamos desinformação que colocava a vida das pessoas em risco chegando aos montes nos seus telefones. Isso impacta diretamente a vida das pessoas e pode colocar a sua saúde em risco”, diz. Mesmo notícias falsas a respeito de guerra, tão insensíveis e prejudiciais, também circulam aos montes. 


Bê à bá


Mas e se a agência ainda não publicou essa checagem? É importante desenvolver individualmente um olhar mais apurado diante dos fatos. Até porque, novamente, com a urgência e rapidez que se recebe informações, nem sempre teremos tempo para esperar. 


“É sempre importante buscar fontes confiáveis quando receber alguma informação. A minha dica é começar de forma muito simples: jogue no Google. Na maior parte das vezes, você vai encontrar a informação com uma busca rápida. Mas eu sempre digo pras pessoas desconfiarem de tudo que chega pra você pelas redes sociais ou por aplicativo de mensagem: correntes, fotos… Confie sempre em veículos de comunicação sérios”, diz. 


Notícias falsas existem desde que o mundo é mundo, mas o que a torna ainda mais perigosa atualmente é justamente a velocidade com que ela pode viajar. Pensando no coletivo, atente-se sempre ao que você irá compartilhar. Alguns passos simples podem te ajudar nesse processo:


1-  Comece, claro, lendo a notícia inteira e não somente a manchete antes de repassá-la adiante. 

2- Investigue a fonte: da onde essa informação veio? É de um grande veículo, com profissionais capacitados para isso?

3- Pesquise essa mesma notícia no Google: se ela for verdadeira, é provável que outros veículos estejam falando disso também, o que a torna mais confiável. 

4- Busque as agências de checagem, que são várias, para ver se elas já desmentiram aquela informação.

5- Ainda que aquela notícia venha de um site confiável, desconfie do contexto: olhe, por exemplo, a data de publicação daquele link ou se aquela informação prejudicaria alguém que está em evidência no momento.

6- Desconfie ainda de áudios, pois não há como saber quem está do outro lado falando aquilo, e também de perfis em redes sociais pelo mesmo motivo.

7- No caso de imagens, sejam elas vídeos ou fotos, também não se engane: elas podem ser modificadas. Uma saída é jogá-las no Google Imagens ou Vídeos para identificar sua fonte. 

8- Esteja atento ao texto, se ele foi bem redigido, se usa palavras de baixo calão, excesso de adjetivos ou termos alarmistas. Um veículo de comunicação confiável não faria isso. 


Se você está inseguro ainda assim quanto aquela informação que recebeu, não a repasse. A sua intuição pode estar querendo te dizer algo. Lembre-se que somos todos responsáveis pelo que passamos adiante, e é preciso mais do que nunca pensar de forma coletiva.

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Coloque em prática

Como curar pequenos traumas que afetam a mente a longo prazo

Muitas das emoções que sentimos e não sabemos explicar o porquê podem ser resultado de pequenos traumas que parecem já ter passado, mas deixaram marcas.

14 de Setembro de 2023


Sabe aquela tristeza ou desânimo sem motivo aparente? Aquele que traz consigo até mesmo um nível de culpa, afinal, você “não tem do que reclamar” diante de uma vida aparentemente tranquila e resolvida? Ele pode ter uma explicação: os pequenos traumas, desgastes emocionais sutis, mas que ao longo da vida, vão gerando essa carga psíquica complexa e difícil de identificar. 

Segundo a cientista britânica Meg Arroll, ao jornal Estadão, esses pequenos traumas possuem um impacto mais profundo do que podemos imaginar no nosso dia a dia e bem-estar. São pequenas feridas emocionais que, quando acumuladas, “crescem como juros de cartão de crédito”, causando estresse, cansaço, ansiedade, falta de confiança, como define o artigo. 

A seguir, vamos te explicar um pouco mais sobre esse tema e te dar caminhos possíveis para superar esses desgastes!

As causas dos pequenos traumas

Difícil cravar uma só, afinal, isso diz respeito à experiência individual de cada um e há uma infinidade de motivos possíveis, conforme a realidade imposta ao indivíduo. Mas Arroll define alguns velhos conhecidos, como: desarmonia na família, problemas na infância, relacionamentos amorosos problemáticos, falsos amigos, humilhação em sala de aula, instabilidade no emprego, pressão por desempenho, problemas constantes de orçamento, entre outros. 

Justamente pelo amplo leque de possibilidades de causas, é difícil tanto cravar o que engatilhou a crise, como diagnosticar e definir um caminho de tratamento. Além disso, os tabus ao redor do tema saúde mental, que parecem ceder lentamente em nossa sociedade, podem dificultar aquilo que não é considerado “grande o suficiente”, como diagnósticos que não constam no DSM, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da American Psychiatric Association.

Considerado a bíblia da psiquiatria, o manual já está em sua quinta versão e há um debate fervoroso a respeito da sua existência: de um lado, há os que defendem o guia como um ponto de partida e uma forma de validação para os males psíquicos; do ouro, há os que criticam devido ao excesso de diagnósticos e patologização, o que leva a todos nós sermos passíveis de estarmos em algum espectro. 

A questão inicial é se dar conta de que há algo ressoando muito forte dentro de si e, a partir dessa percepção, traçar um plano de ação. 

Em busca da cura

Uma vez tomada a consciência, é hora de usar esses acontecimentos ao seu favor e construir uma “imunidade psicológica”, como define Meg, “que não só nos ajudará a viver melhor como nos protegerá futuramente do impacto de traumas bem maiores”, descreve o artigo. 

Em seu livro, a autora traz um estudo feito pelos psiquiatras Thomas Holmes e Richard Rahe, que se debruçaram sobre mais de 5 mil conjuntos de observações médicas. A partir disso, eles compilaram uma lista de eventos partindo dos mais traumáticos aos menos significativos.

Em seguida, a dupla deu a cada um dos incidentes uma pontuação, ou “unidade de mudança de vida”, como foi descrito ao longo do livro. A conclusão foi a de que mais do que somente a gravidade dos acontecimentos, a quantidade deles em um período de um ano pareceu ser um indicativo forte para o surgimento de problemas de saúde.

Mas, a pergunta que não quer calar: o que fazer então para superar esses eventos que parecem tão pequenos, mas que juntos, causam tamanho dano? Voltamos então à autora Meg Arroll, que em seu livro, definiu três passos básicos:

  • A conscientização que mencionamos, ou seja, perceber o que foi que te afetou - que pode ser uma ou mais coisas - e descobrir como isso afetou suas experiências;

  • Aceitação, que pode ser a fase mais desafiadora do processo, contudo, a mais importante. Nesse período - que não pode ser pulado! - você poderá vivenciar novamente os altos e baixos do ocorrido, mas não desista, isso é parte do processo!

  • Ir para a ação, que envolve criar de forma intencional a vida que se deseja viver. 


Além disso, Meg ainda aponta que aprender a lidar com as emoções negativas e não tentar escondê-las é mais uma medida que deve ser levada para a vida. Lembre-se que todas as emoções, incluindo as negativas, são parte do funcionamento normal de um ser humano. 

Aprender a nomeá-las e processá-las não te fará mais fraco, muito pelo contrário. “A diferença entre uma vida plena e uma que constantemente parece uma decepção tem a ver com a maneira de lidar com essas emoções, e não com a exclusão do sentimento ‘ruim’”, conclui ela. 

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